O ônibus ia saindo de Dourados e eu já voltava para casa. No caminho eu pensava em como aquele final de semana foi bom para me fazer esquecer um pouco os problemas amorosos recentes. Embora fantasmas do meu passado voltassem a assombrar, ao menos eu sentia que aquele assunto já estava resolvido. Agora, ao menos, eu já entendia o porquê da traição e finalmente o rancor que eu carregava dentro de mim foi embora. Sem duvidas aquele final de semana foi importante para mim. Após um tempo perdido em meus pensamentos, Bruno que estava do meu lado resolveu puxar assunto, ai que fui me lembrar daquele garoto lindo que estava ao meu lado.

- vai para Campo Grande? - perguntou ele.

- sim, vou sim. E você?

- também. Mora em que lugar lá?

- no centro e você?

- carandá bosque.

- legal. Tava a passeio em Dourados?

- sim, na casa de parentes. O que achou da festa?

- foi boa. Você foi?

- sim. Eu te vi lá de vampiro.

- caramba, que coincidência. E você foi do que?

- eu estava de policial.

- hum... E algemou muita gente lá?

- Não, quem eu queria algemar já tinha arrumado outra pessoa lá.

- chato né?

- sim, mas pelo que eu pude ver oportunidades não vão faltar.

- acredite que consegue.

Continuamos a conversa até chegar à próxima cidade, lá alguns desceram e outros subiram no ônibus como em qualquer viagem, mas o que me chamou a atenção foi uma mulher chegando perto de onde estávamos. Ao chegar à nossa frente, ela dirigiu-se a palavra ao Bruno.

- Desculpa moço, mas parece que essa poltrona é a minha.

- ah sim moça, eu peguei a poltrona 37, aquela ali na janela. A senhora pode sentar naquela? É que eu to aqui com o meu amigo.

- sim, posso sim.

Então a moça foi até a poltrona 37, que estava vazia, mas não muito longe de nós.

- achei que você tinha pegado essa poltrona. - disse a ele meio confuso.

- nada, eu peguei aquela.

- e por que sentou aqui?

-pra gente conversar. Se não quiser eu troco com a mulher.

- Não, fica aqui.

Continuamos a viagem inteira conversando. A conversa variava entre a festa ou nossa vida em Campo Grande. No final da viagem parecíamos amigos de infância, trocamos MSN, numero de celular e outros. Bruno era uma pessoa super legal, divertido, sem contar que ele também é muito lindo. Chegando à rodoviária, eu e o Bruno fomos os últimos a descer do ônibus, antes de descer, ele veio se despedir de mim com um abraço.

- gostei muito de te conhecer, cara. Espero que possamos nos encontrar mais vezes e sermos amigos.

- é claro, pode deixar que nós vamos se ver direto.

Demos um abraço ali mesmo dentro e depois descemos do ônibus. Meus pais já estavam na rodoviária me esperando. Peguei a minha mala e fui até onde meus pais estavam.

- E ai campeão, como foi de viagem?

- foi bem, pai.

- como estão seus avós? - perguntou minha mãe

- estão bem, mandaram avisar que vem pra cá no mês que vem.

- que bom, eles ainda não conhecem a nossa casa aqui.

- vamos que eu não quero pagar mais uma hora naquele estacionamento. – disse meu pai

Chegamos ao estacionamento, guardei a minha mala no porta malas e fui para o banco de trás. Saímos do estacionamento e já estávamos saindo da rodoviária quando eu vi o Bruno pro lado de fora, perto de um ponto de taxi, parecendo esperar alguém.

- Pai.

- fala.

- pode levar um amigo meu na casa dele?

- que amigo?

- aquele que tava comigo no ônibus, que desceu junto comigo.

- posso, cadê ele?

- ta ali perto do ponto de taxi.

- vou parar aqui, vai lá chamar ele.

Desci do carro e fui até onde o Bruno estava.

-Bruno, quer uma carona?

- precisa se preocupar não Thalles, já chega um taxi aqui e eu vou pra casa.

- deixa disso, meu pai te leva lá, vamos?

- então vamos.

Eu e o Bruno entramos no carro e fomos conversando sobre a viagem no caminho. Minutos depois, Bruno e meus pais já estavam bem enturmados. Geralmente meus pais são de fazer amizades fácil, mas dessa vez eles me surpreenderam, pois foi mais fácil ainda, quem via a cena, imaginava que eles já se conheciam faz tempo. Bruno também era uma pessoa fácil de enturmar. Chegamos à casa dele, desci do carro para abrir o porta malas pra tirar a mala dele e meus pais continuavam dentro do carro. Enquanto estávamos tirando a mala, a mãe do Bruno apareceu no portão para nos recepcionar. Ela é uma pessoa bem simpática e agradável e enquanto conversamos, ela estava perto do carro agradecendo aos meus pais pela carona e chamando- nos para jantar, mas meus pais recusaram. Despedimos deles e fomos para a minha casa. Chegando em casa, tomei um banho, jantei com os meus pais e depois fui para o meu quarto. Lá eu liguei o meu PC, coloquei algumas musicas e entrei no MSN.

No MSN estavam o Jefferson, o Raffa e o Felipe online. Assim que eu entrei, o Jefferson já veio conversar comigo, perguntando como foi a viagem e outras coisas. Enquanto eu conversava com ele, eu adicionava o Bruno no MSN. Eu resolvi tentar uma conversa com o Felipe, mas ele não chegou nem responder o meu OI. Minutos depois ele mudou sua frase do MSN para:

FELIPE - Final de semana maravilhoso.

Obvio que eu fiquei curioso. Perguntei ao Jefferson se ele sabia de alguma coisa, ele me disse apenas que teve uma festa na casa do Raffa no sábado, mas que ele e a Carol não foram convidados. Após o Jefferson me dizer isso eu pude notar que o nosso grupo estava se desmanchando: o fato de eu ter terminado o namoro daquela forma com o Felipe, já me fazia esperar que, algumas pessoas que não soubesse da historia, não aceitassem o que eu fiz, me julgasse mal e terminasse a amizade comigo. Mas o que eu não podia era admitir o fato deles estar afastando a Carol e o Jefferson do grupo. O casal estava apenas me apoiando, ao invés de me abandonar, como muitos fizeram. Eles eram super amigos antes de eu aparecer não queria que, por minha causa, eles fossem excluídos grupo. Tenho certeza que o Raffa não deixaria de convidar a Carol e o Jefferson, mas a pedido do Felipe e o Vinicius, ele acabou cedendo.

Minutos depois eu vi que o Bruno entrava no MSN. Não sei por que, mas nesse momento meu coração acelerou e uma felicidade tomava conta de mim. Assim que ele entrou, já veio puxando assunto comigo. Ficamos um tempo conversando e logo já o apresentei ao Jefferson. Ficamos no janelão até umas horas. Na madrugada, eu já estava morrendo de sono e sabia que no outro dia tinha que ir pro colégio, mas a conversa estava muito boa e nenhuns dos três queriam ir dormir. Conversamos mais uns 20 minutos e depois nos despedimos e eu fui pra cama deitar e descansar.

No outro dia acordei as 06h40min, eu estava atrasado e bem atrasado. Levantei e fui até o banheiro e tomei meu banho, um pouco mais rápido que os outros dias. Depois de alguns minutos eu me enxuguei e sai do banheiro enrolado na toalha, quando entrei no meu quarto eu levei um susto que até a minha toalha caiu, era o Lucas ali sentado na minha cama.

- o que você ta fazendo aqui no meu quarto?

- Seu pai mandou você descer logo.

- e o que você ta fazendo aqui na minha casa?

- minha mãe não vai poder nos levar hoje e nos deixou aqui e pediu pro seu pai nos levar hoje.

- ta bom.

Fui pegar minha cueca no guarda roupa e notei que o Lucas ainda não havia saído do quarto.

- Hey, gostou do que viu?

- eu não sou viado igual a você.

- então vaza do meu quarto.

Ele saiu e eu pude me arrumar em paz. Terminei de me vestir correndo e peguei meus materiais, passei perfume e enquanto eu ia saindo do quarto, recebi uma mensagem, era o Bruno me desejando bom dia, nesse momento eu fiquei com um sorriso bobo de orelha a orelha, quando notei, eu estava terminando de ler a mensagem dentro da cozinha e é claro que todos viram.

- que foi que todo mundo ta me olhando?

- e esse sorrisão em rapaz? Mensagem da namorada? - perguntou meu pai.

- não. - apenas respondi.

Felipe me olhava com uma cara feia, que dava pra notar muito bem o seu ciúmes, já o Lucas me olhava de um jeito como se pagasse qualquer coisa pra descobrir o motivo da minha felicidade. Como já estávamos atrasados, eu nem tomei café, fomos direto pro carro e fomos para o colégio. No caminho eu escrevia uma mensagem para o Bruno desejando a mesma coisa. Nisso meu pai, sem assunto, resolve escolher um e complicar mais a minha vida.

- gostei do seu amigo, Thalles, Bruno o nome dele né?

- é pai.

- convida ele pra vir em casa qualquer dia desses, ele é bem legal, ai você chama os meninos também. Chama um final de semana que dai eu e a sua mãe ta em casa também.

- pode deixar pai.

Chegando ao colégio, descemos do carro e entramos. Como nós chegamos atrasados, ficamos fora da sala até bater o sinal da segunda aula. Só nos restou ficar na cantina esperando.

- mensagem do Thiago? - perguntou Felipe

- não, não era dele.

- então do seu novo amiguinho?

- e se fosse? Algum problema?

- não, não tem problema nenhum.

- Felipe, nós dois precisamos conversar.

- eu não sei se temos algo pra conversar.

- temos sim, mas a sós.

- não preciso esconder nada do meu irmão. - nisso o Lucas já nos observava.

- por favor, Felipe.

Felipe pensou um pouco e pediu para o irmão que se retirasse. Lucas no começo não gostou muito da idéia, mas logo acatou a ordem.

- e então, o que é que temos que conversar?

- essa situação entre a gente.

- o que tem?

- Cara, você sabe muito bem que a situação não está muito legal e ainda estamos afetando as pessoas em nossa volta.

- do que você ta falando?

- você sabe do que eu to falando Lipe. Poxa cara, eu entendo perfeitamente que você esteja chateado, bravo, ou sei lá o que for comigo, e não tiro o seu direito e nem o direito de ninguém que queira pensar nisso, mas não afasta o grupo não. Por favor.

- Thalles, eu não estou afastando ninguém.

- Tá sim, ta fazendo isso com o Jefferson e a Carol, por que eles não me abandonaram e estão me apoiando.

- e você quer que eu faça o que? Você me traiu. Faz-me apaixonar por você e depois mete o pé na bunda em mim. O pior que os dois sabem disso e ainda te apóia. Como você quer que eu ainda seja amigos deles?

- Lipe, ninguém tem a ver com a nossa separação, cara. Isso é problema nosso, só de nós dois, por isso não envolva mais ninguém nessa história. Eles sempre foram amigos, e por causa disso, o grupo ta se desmanchando. Sério, não envolve mais eles no nosso problema.

- Thalles, não dá pra eu olhar pra eles e não lembrar que eles apoiam a sacanagem que você fez comigo.

- Não quer ser amigo deles, é problema seu, mas não influencie os outros numa decisão que só cabe a eles.

- Eu não to influenciando ninguém. É só isso que você tinha pra falar?

- Não.

-o que mais então?

- preciso te contar algo.

- que foi?

- eu e o Thiago não estávamos namorando.

- como?

- estávamos fingindo estar namorando quando eu terminei com você.

- não to entendendo nada.

- Felipe, eu nunca te trai. Quando eu terminei o namoro com você, eu e o Thiago nem tínhamos começado a namorar, aliás, eu não tinha nem essa intenção.

- e por que você fez isso comigo então?

- Desculpa não contar o motivo agora, mas eu sei que um dia eu vou poder explicar o porquê fiz isso Lipe. Mas saiba que fazer aquilo, doeu muito mais em mim.

- Alguém descobriu né, Thalles? Foi isso?

- Desculpa Lipe, só te peço, por favor, que pare com isso. Acredite, eu te amo e a ultima coisa que eu quis foi fazer aquilo. A Carol e o Jefferson sabem o que eu to passando e por isso estão me apoiando. No tempo certo eu te conto, mas, por favor, esquece esse rancor e vamos ficar de boas.

- ficar de boas? Eu não volto mais a namorar com você, Thalles.

- não é disso que eu estou falando, Lipe. Só te peço pra nos começarmos a conviver em paz e parar com essa guerrinha tosca.

- vou ver o que eu posso fazer, Thalles.

- mais uma coisa.

- o que mais?

Nisso o sinal toca pra segunda aula e já caminhávamos até a sala.

- o que mais, Thalles?

- deixa essa conversa só entre nós.

- ta bom.

Chegamos à sala e assistimos as aulas normal. No intervalo, Felipe foi até onde estava o Jefferson e a Carol e pediu desculpas a eles e depois desceu pro pátio com o pessoal. Depois disso tudo ocorreu normal até o fim da aula. Enquanto saímos do colégio, eu encontrei o Thiago e Eliane na frente do colégio me esperando. Nesse momento eu senti meu coração gelar.

- Oi, Thalles, tudo bom?

- Tudo, Thiago, e você?

- to sim. Deixa-me apresentar, essa é a Eliane, minha namorada.

-prazer, Thalles.

- o prazer é meu.

- Thalles, nós viemos aqui para te agradecer.

- me agradecer?

- sim, eu contei pra Eliane que você é o amigo que me aconselhou a voltar o namoro e que me apoiou quando eu mais precisei.

- eu precisava te agradecer, eu não sei o que seria de mim sem o Thiago. Nós dois nos amamos muito.

Na verdade eu não sabia o que pensar, mas podia ter a certeza que eu estava contente em saber que o Thiago estava se acertando com a namorada dele. Conversei mais um pouco com eles, sob o olhar curioso do Felipe e do Lucas. Pouco tempo depois meu pai apareceu pra me buscar, me despedi do casal, chamei o Felipe e o Lucas que iam precisar de carona para ir para casa. No caminho o Felipe me perguntava quem era aquela moça e eu explicava que era a namorada do Thiago, nesse momento eu pude notar que ele estava surpreso.

Os dias passaram apressados e logo já chegou o final de semana. Todos os dias eu tive contato com o Bruno, trocávamos mensagens e conversas pelo MSN. A cada dia eu me apegava mais a ele e eu não entendia por que, só sei que uma grande amizade ia crescendo. Bruno a cada dia parecia se empolgar mais ainda com a nossa amizade. Só sei que ao lado dele eu me sentia bem e feliz. No sábado eu tinha marcado com o Bruno, Carol e o Jefferson de ir ao cinema e depois ir pra balada.

No shopping estávamos nos divertindo muito, uma química perfeita rolava entre nós quatro, mais ainda entre eu e o Bruno. Certo momento, ele e o Jefferson saíram para comprar sorvete pra nós e eu e a Carol Ficamos perto da fonte esperando eles.

- Bonitão seu amigo né, Thalles?

- é sim, Carol.

- eu vi que ta rolando algo legal entre vocês.

- nem viaja, Carol.

- o que ele disse quando descobriu que você é bissexual?

Nesse momento eu fui me lembrar que não tinha contado ao Bruno ainda sobre a minha opção sexual. Um medo tomou conta de mim, pois estava tão apegado a ele e tinha receio de ele não aceitar esse fato.

- Carol, ele não sabe ainda.

- e vai contar a ele quando?

- eu não sei. Será que devo contar a ele?

- e vai esconder isso dele até quando?

- Carol, ele é uma pessoa legal, um ótimo amigo, não quero perder a amizade dele. E se ele não aceitar?

- isso vai ser um sinal de que a amizade dele não é verdadeira. Pensa, Thalles, amigo de verdade aceita o outro seja em qual condição for. Se ele gostar da sua amizade, ele vai aceitar. Só não demora pra contar isso a ele.

- vou contar hoje mesmo e seja o que Deus quiser.

-é, conta logo antes que alguém da um fora e ele fica sabendo por outros.

Quando eles voltaram, tomamos o nosso sorvete e depois fomos para o cinema. Assistimos ao filme e depois resolvemos dar mais uma volta no shopping para passar o tempo.

- Gente, eu preciso ir ao banheiro. Fiquem ai que eu já volto - disse a eles.

- espera que eu vou junto com você, Thalles. - disse o Bruno.

Fomos até o banheiro, fizemos a nossa necessidade e fui lavar a mão, o Bruno já estava lá.

- muito legal, né, à tarde de hoje. - disse o Bruno.

- sim, ta sendo muito legal.

- O Jefferson e a Carol são pessoas super gente boas, assim como você.

- é, é sim. Bruno, nós precisamos conversar sobre algo.

- pode falar.

Nesse momento entra alguém no banheiro.

- Melhor ir pra outro lugar, aqui vai ser meio difícil, pode ser lá no estacionamento?

- pode sim, mas é algo sério?

- isso vai depender de você.

- então vamos que eu já estou curioso.

Deixamos o banheiro e fomos até o estacionamento. Lá eu já comecei a falar.

- Bruno, tem algo que eu preciso te contar.

- pode falar.

- sabe que eu te considero um grande amigo já e não queria mais te esconder isso.

- sim, mas você ta me deixando nervoso.

- eu sou bissexual. Eu já namorei outro rapaz.

- tudo bem, Thalles.

- você aceita de boas?

- Thalles, eu também sou.

-é?

- sim, vai dizer que você não notou?

- não.

- eu já percebi que você não nota essas coisas mesmo, desde a festa em Dourados.

- como eu ia adivinhar que você também era?

- Thalles, eu passei a festa inteira te olhando, te querendo. Quando eu te vi na rodoviária no domingo, você não faz noção de como eu fiquei feliz, tanto é que eu até troquei de lugar com a mulher, só pra ficar perto de você.

- Cara, eu to sem palavras.

- não precisa dizer nada, apenas me beije.

Nesse momento seu corpo chegou perto do meu, sua mão foi na minha nuca, ai já não respondi mais por mim, aproximei meu rosto do seu e nossos lábios se encontraram e eu pude sentir o gosto do seu beijo. Sua boca era deliciosa e macia. Eu não conseguia parar de beijá-lo. Depois de minutos ali nos beijando, ele lentamente foi parando o beijo, finalizando com leves selinhos.

- eu tava muito tempo querendo esse beijo, mas eu tava com vergonha de pedir, mas pelo jeito você também o adorou.

- Eu não vou negar que queria muito esse beijo Bruno, mas não ta certo.

- por quê?

- porque eu ainda amo outra pessoa.

- um ex?

- sim, isso mesmo.

- Thalles, por que não dá uma nova chance ao seu coração?

- eu já tentei Bruno, mas não é assim tão fácil.

- Eu sei, já sofri também por amor e sei como é. Mas assim como eu sofri, eu também aprendi que sofrimento de amor, é com outro amor que a gente cura. Me da uma chance de te fazer a pessoa mais amada do mundo?

- Bruno,outros já me disseram isso antes e a única coisa que eu consegui foi atrapalhar um relacionamento e magoar a pessoa. Gosto muito de você e não quero te fazer sofrer.

- sou responsável pelas minhas atitudes. Sei que posso te fazer esquecer esse amor e me amar, mas se isso não acontecer, sei quando retirar meu time de campo.

- vamos com calma, o que tiver que ser, será.

- tudo bem, pouco a pouco e eu vou te conquistar.

- Vamos voltar?

- vamos.

Demos um longo abraço e voltamos para onde estava o pessoal. No final da tarde, cada um foi pra sua casa se arrumar para depois ir para balada. À noite, nos encontramos em um barzinho, junto conosco estava o Pietro e mais dois amigos dele. Bruno a todo o momento me observava e eu não negava que estava adorando muito aquilo. Será mesmo que ele ia conseguir o que disse que iria fazer? Será que eu ia me apaixonar por ele? Isso só o tempo dirá. Esquecer o Felipe seria impossível, mas uma nova paixão não estava fora de cogitação. A noite ocorreu normal e depois voltei para a minha casa. Em casa fui direto para o meu quarto e deitei. A todo o momento eu pensava no Bruno e ele pareceu adivinhar, pois não demorou muito para uma mensagem dele chegar.

"Saudades de ti meu amigo... To aki deitado, pensando em você. To ouvindo Talking to the moon - Bruno Mars, a letra é linda e mostra o que eu sinto...

Talking To The Moon


Falando Com a Lua





I know you're somewhere out there



Eu sei que você está em algum lugar lá fora

Somewhere far away


Em algum lugar longe

I want you back


Eu quero você de volta

I want you back


Eu quero você de volta

My neighbors think


Meus vizinhos pensam que

I'm crazy


Eu sou louco

But they don't understand


Mas eles não entendem

You're all I have


Você é tudo que eu tenho

You're all I have


Você é tudo que eu tenho




At night when the stars



À noite, quando as estrelas

Light up my room


Iluminam o meu quarto

I sit by myself


Me sinto sozinho

Talking to the moon


Falando com a lua

Try to get to you


Tento chegar até você

In hopes you're on


Na esperança de que você esteja

The other side


No outro lado

Talking to me too


Falando comigo também

Or am I a fool


Ou eu sou um tolo

Who sits alone


Que fica sentado sozinho

Talking to the moon


Conversando com a lua




I'm feeling like I'm famous



Estou me sentindo como se eu fosse famoso

The talk of the town


O assunto da cidade

They say


Eles dizem

I've gone mad


Que fiquei louco

Yeah, I've gone mad


É, eu fiquei louco

But they don't know


Mas eles não sabem

What I know


O que eu sei




Cause when the



Porque quando o

Sun goes down


Sol se põe

Someone's talking back


Alguém está falando de volta

Yeah, they're talking back


Yeah, eles estão falando de volta




At night when the stars



À noite, quando as estrelas

Light up my room


Iluminam o meu quarto

I sit by myself


Me sinto sozinho

Talking to the moon


Falando com a lua

Try to get to you


Tento chegar até você

In hopes you're on


Na esperança de que você esteja

The other side


No outro lado

Talking to me too


Falando comigo também

Or am I a fool


Ou eu sou um tolo

Who sits alone


Que fica sentado sozinho

Talking to the moon


Conversando com a lua




Do you ever hear me calling?



Você já me ouviu chamando?

Cause every night


Porque toda noite

I'm talking to the moon


Eu estou falando com a lua

Still trying to get to you


Ainda tentando chegar até você




In hopes you're on



Na esperança de que você esteja

The other side


No outro lado

Talking to me too


Falando comigo também

Or am I a fool


Ou eu sou um tolo

Who sits alone


Que fica sentado sozinho

Talking to the moon


Conversando com a lua




I know you're somewhere out there



Eu sei que você está em algum lugar lá fora

Somewhere far away


Em algum lugar longe


Após ler a mensagem, corri pra frente do computador e comecei a escutar a musica que ele falou e a letra. Depois de ler, entrei no MSN e vi que ele estava online.

Bruno diz: Eu sabia que você ia entrar no MSN.

Thalles diz: sabia como?

Bruno diz: meu coração me disse.

Thalles diz: conseguiu...

Bruno diz: consegui o que?

Thalles diz: me deixar mais vermelho ainda.

Bruno diz: HAHAHAHAA

Ficamos de papo até altas horas. Quando estava perto de amanhecer o dia nos despedimos e fomos dormir.

Eram nove e meia da manhã de Domingo e eu estava sendo acordado com batidas na porta do meu quarto. Pela intensidade das batidas dava para perceber que a pessoa já estava ali há horas batendo. Ta aí uma coisa que eu sempre odiei: acordar cedo, ainda mais no domingo que era o único dia que eu podia dormir até mais tarde. Pra ajudar, eu tinha dormido pouco, então meu mau humor só aumentou. Aquelas batidas na porta só aumentaram e a única coisa que consegui gritar foi um "já vai." Abri a porta, era a minha mãe.

- Até que enfim abriu essa porta.

- Mãe, hoje é domingo. Deixa eu dormir até mais tarde.

- ninguém mandou ir dormir tarde. Levanta, se arruma que vamos almoçar fora.

- eu não vou.

- vai sim e larga de frescura.

- ah mãe, almoçar onde?

- na casa da Laura.

- ah não mãe. Eu vou ficar.

- você que sabe, mas não vai ter almoço aqui.

 - eu sei me virar.

Ela saiu da porta, eu tranquei e voltei pra minha cama e logo peguei no sono novamente. Tempo depois eu acordo novamente com o interfone de casa tocando. Como desejei quebrar aquele aparelhinho em mil pedaços, fala sério. Fui até a janela do meu quarto e abri. Quando olho em direção ao portão, vi que era o Lucas ali apertando o interfone a cada intervalo de 30 segundos. Como eu estava só de cueca, apenas vesti a primeira bermuda que achei na minha frente e fui até o portão atende-lo.

- Oi, Thalles.

- Oi, Lucas.

Ficamos ali nos olhando em silencio.

- quer entrar? - disse tentando cortar o silencio.

- Não, vai ser rápido. Vim aqui te chamar pra ir almoçar em casa. - Lucas disse não tirando os olhos do meu peitoral.

- Você veio me chamar pra almoçar na sua casa? Você ta bem? - perguntei estranhando aquilo.

- não abusa por mim você nem pisava os pés lá, mas minha mãe me mandou vir aqui te chamar.

- ooowww, todo marrentinho, mas perto da mamãe vira um bebezinho.

- como é, seu viadinho do caralho? Tem medo de apanhar não?

- da um tempo, Lucas, já perdi muito tempo me preocupando com você.

- vai em casa ou não, porra?

- já to acordado né? Fazer o que? Eu vou.

- ta bom.

- Vai me esperar? - perguntei debochando.

-espero, mas não demora.

- então tá.

Pedi para que ele entrasse, fechei o portão e fui me arrumar. Tomei um longo banho, me arrumei e depois de uma hora desci para irmos. Lucas parecia estar animado com a minha ida a casa dele, mas aquilo tava muito estranho, e eu podia jurar que ele estava aprontando alguma coisa.

- Lucas.

- o que?

- o que você ta aprontando?

- do que você ta falando?

- deixa pra lá.

- além de viado é louco.

- se for pra continuar me xigando, eu dispenso a companhia.

- Vamos logo que eu não to a fim de perder o almoço por sua causa.

Fomos em silencio para a casa da Laura. Entramos e a Laura veio me cumprimentar. O Felipe não se deu nem o trabalho de se levantar do sofá.

- não vai cumprimentar o Thalles, Felipe? - perguntou a Laura.

- oi. - disse ele curto e grosso.

No almoço inteiro, a conversa resumia-se entre o meu pai, minha mãe e a Laura. Felipe apenas pegou seu almoço e foi para a sala e o Lucas prestava atenção na conversa dos nossos pais. Após almoçar, deixei meu prato na pia e depois fui me sentar na área da frente. Lá, além de não me sentir a vontade, eu ainda me sentia muito sozinho. Fiquei lá sentado em uma das cadeiras de fio vendo o movimento na rua. Alguns momentos eu começava a ler as mensagens que o Bruno tinha me mandado no dia anterior. Resolvi mandar uma mensagem pra ele, mas não tive resposta. Guardei o celular no bolso e me ajeitei na cadeira de fio, tentando tirar um cochilo. Quando estava quase conseguindo, o Felipe sai lá fora e me chama.

- Thalles.

- oi

- é pra você ir lá comer doce. - assim que ele deu o recado já ia saindo de lá sem esperar a minha resposta.

- Lipe.

- pode me chamar de Felipe. O que é?

- vai continuar me evitando por quanto tempo?

- até você me deixar em paz. - disse ele querendo se retirar novamente.

- espera. Senta aqui e vamos conversar.

Ele se sentou na minha frente e começou a me olhar seriamente.

- é isso que você quer, Lipe? Quer que eu suma da sua vida?

- o que você acha?

- eu acho que o que teve entre nós foi algo legal e intenso. Não precisa terminar dessa forma.

- Thalles, você sabe que eu gosto de você, mas o que você fez comigo é imperdoável. Você me traiu.

- Já conversamos sobre isso. Já te disse que em nenhum momento eu te trai. O lance entre eu e o Thiago só aconteceu depois que terminamos. Achei que podia ser o correto, mas me enganei, prova disso foi que não deu certo e nós terminamos. Hoje somos só amigos. Nós podemos ser só amigos também, Felipe, não quero nós dois nessa situação tensa.

- você não entende né, Thalles? Eu não te quero como amigo. Ou eu te tenho como namorado ou eu não tenho nada com você.

- fico triste por pensar assim, Lipe, como eu disse, não foi dessa forma que eu imaginei.

- você só pensa em você mesmo, não é?

- será mesmo, Lipe? Já parou pra pensar que o que eu fiz, foi pra te proteger também?

- proteger de quem?

- da cobra que você chama de irmão.

- Cala a boca, Thalles. - disse Lucas saindo de trás da porta da sala.

- deu pra ficar escutando a conversa dos outro agora, Lucas? - perguntei já irritado.

- não te interessa. Para de ficar jogando meu irmão contra mim. Você já causou muita discórdia aqui. - dizia Lucas como se estivesse sendo ofendido.

- mas como é falso, quem vê assim, você se importa muito com seu irmão, né, Lucas? - disse já indignado.

- vai com calma, Thalles, você já ta ofendendo meu irmão e isso eu não admito.

- vai dando asas pra cobra, Lipe, depois não reclama que eu não te avisei. Seu irmão não é o que você pensa.

- vou te mostrar quem é cobra aqui. - disse Lucas já vindo na minha direção.

Não me lembro ao certo como caímos, mas quando pude perceber, já estávamos os dois no chão, trocando socos e pontapés. Felipe tentava nos separar, mas não conseguia. Há muito tempo eu queria aquela briga, descontar no Lucas toda raiva que ele tava me fazendo passar. Depois de muitos socos na barriga, troca de chutes e um soco que levei na região do olho esquerdo, fui levantado pelo meu pai, que já segurava com força meu braço e o Lucas era amparado pelo irmão. Depois de separados, Lucas desabou em choro no ombro do irmão, se fazendo de vitima.

- tem vergonha não, Thalles? O que é isso? - perguntou meu pai.

- briga, né pai.

- Não me responde assim, rapaz. Por que os dois estavam brigando?

- foi ele que começou, senhor Arthur, ele me ofendeu. - disse Lucas com uma voz de assustado. Como aquilo me tirava do sério.

- que mentiroso.

- para, meu filho. - ordenou minha mãe.

- o que aconteceu, Felipe? - perguntou a Laura a ele.

Felipe ficou quieto e apreensivo, pensou um pouco no que ia falar e depois respondeu.

- eles só tiveram um desentendimento, mãe, o Thalles não gostou e ofendeu o Lucas.

- to decepcionado com você, Thalles. Já pra casa que vamos ter uma conversa séria. - disse meu pai bravo.

- pai, foi ele quem provocou.

- já disse que em casa conversamos. - disse meu pai encerrando o assunto.

A Laura já me observava com um olhar de reprovação, já o Felipe tinha um olhar triste e o Lucas dava para perceber que a vontade dele era de rir de tudo aquilo. Mesmo com o nariz saindo sangue e os lábios inchados, ele não perdia a pose. Meus pais se despediram da Laura e mais uma vez pediu desculpas e saíram da casa da Laura me arrastando.

Chegando em casa, eles foram logo me mandando sentar no sofá para a conversa séria.

- Thalles, o que você tem na cabeça pra arrumar briga na casa dos outros? - perguntou meu pai.

- ele que começou pai e mereceu.

- não interessa quem começou e nem o motivo. Não te dei educação o suficiente pra ter que ver você saindo aos socos com outro moleque?

- a mim sim, né, pai, mas vai dizer isso pra ele.

- sem graça, Thalles, to conversando sério.

- você queria o que, pai? O cara parte pra cima de mim pra dar porrada e eu vou deixar? Apanhar de graça? Só tava me defendendo.

- Thalles, você podia evitar briga. - disse a minha mãe.

- Poxa, acho que vocês me conhecem muito bem. Qual foi a vez que vocês ouviram falar que eu andei brigando? Vocês sabem muito bem que eu não sou de brigar, aliás, nunca briguei com ninguém. Sempre evitei briga. Por que vocês acham que agora eu ia arrumar briga à toa com ele. Ele que veio pra cima de mim já querendo me bater e depois ainda fica posando de vitima. Eu só tava me defendendo.

- Vai pro seu quarto, toma um banho e depois a gente conversa mais sobre isso. - Ordenou meu pai.

Subi, tomei meu banho e resolvi dormir.

Acordei era quatro e quinze da tarde. Fui até o banheiro fazer a necessidade básica e depois fui lavar as mãos. Enquanto eu lavava as mãos, fiquei observando o pequeno roxo em volto do meu olho esquerdo. Voltei para o quarto, liguei meu PC e entrei no MSN. Encontrei o Lippe, o Caio, o Jefferson e o Bruno online. Participei de dois janelões. Em um eu conversava com o Lippe e o Caio e no outro com o Bruno e o Jefferson. Nos dois janelões, o assunto era o mesmo: A minha Briga com o Lucas. Bruno em nenhum momento conseguia se conter e esconder a raiva que ele tava sentindo do Lucas. Passei o resto da tarde conversando com eles. À noite, fui jantar com meus pais, escutei mais sermões, terminei a janta, voltei para o meu quarto, conversei mais um pouco e depois fui dormir.

Durante a semana no colégio, Felipe não conversava comigo, Lucas continuava me provocar e do resto tudo estava normal, ou seja, já tinha virado rotina. Alguns estranhavam o meu olho roxo, mas não me enchiam o saco pra saber o que era. Alguns dias, na parte da tarde, o Bruno ia à minha casa e ficávamos a tarde inteira conversando, tomando banho de piscina e jogando. Na sexta à tarde, estava eu, ele, a Carol e o Jefferson tomando tereré em um parque perto de casa e conversando.

- Carol, quando vocês vão se mudar? - perguntei curioso.

- Quando entrarmos de férias no colégio.

- que chato, vocês podiam ficar pra sempre aqui. - disse a ela

- eu também queria, né, amigo, mas fazer o que?

- fazer uma big festa de despedida.

- vamos sim. - disse o Jefferson.

- legal. Vou adorar - concordou a Carol.

- Gente, vamos sair hoje à noite? - sugeriu Bruno

- Vamos, mas pra onde? - perguntou Carol

- tem uma boate legal que abriu esses dias, vamos conhecer? - sugeriu Bruno

- fechado. - disse Jefferson

Terminamos a conversa ali e cada um foi para a sua casa. Dormi um pouco que restava da tarde e as seis e pouco eu acordei, tomei um banho e comecei a me arrumar. As 19:40, o Jefferson e o Pietro já passavam na minha casa pra irmos pra balada, mas antes passamos na casa da Carol e do Bruno pra pegar eles também. Chegando na boate, encontramos os outros dois amigos do Pietro da balada anterior e começamos a beber e conversar. Eu, a Carol e o Pietro optamos por ficar só no refrigerante. Pietro optou por obrigação mesmo, já que era ele que ia dirigir.

- hey Thalles, não vejo a hora de você e meu irmão tirarem logo suas carteiras, pra gente revezar esse negocio, nun guento mais ficar só no refri. - disse Pietro

- calma que no ano que vem a gente tira. - disse a ele dando risada.

Ficamos um tempo ali conversando e depois resolvi ir até o banheiro. O banheiro estava cheio e muitas pessoas se pegando ali. Entrei em uma das cabines e mijei. Quando sai da cabine, deparei com uma cena inacreditavel. Gravei aquela cena e sai do banheiro sem ser notado e fui até onde estava o pessoal, mas lá só encontrei a Carol e o Jefferson. Eles notaram que eu estava diferente.

- Thalles, o que você tem? - perguntou Jefferson.

- eu? Nada por que?

- voltou meio aereo, com cara de paisagem. Aconteceu alguma coisa?

- Não, nada. Vamos pra outro lugar?

- por que?

- por que não quero ficar aqui, vamos pra outro lugar por favor.

- vamos chamar o pessoal

Logo o Bruno, Pietro e os dois amigos do Pietro (Carlos e Jean) voltaram. Pagamos a conta e depois fomos para outro lugar, no caminho eu ainda tava lembrando da cena que eu vi no banheiro e o melhor de tudo, eu tinha aquilo gravado no meu celular.

 
Minhas lagrimas caia ao olhar aquela aliança ali em cima da minha folha de caderno. Meus olhos não cansavam de ver aquelas palavras:

Pra mim, foi bom enquanto durou. Faça bom aproveito dela.

Apenas peguei a aliança e guardei no bolso. O resto da aula aconteceu normal.

Durantes as duas semanas que passaram, tudo era a mesma coisa. Na escola Lucas me ameaçava, Felipe me ignorava, o pessoal de mim se afastava e somente o Jefferson e a Carol não me abandonava. Meu namoro com o Thiago ia se encaminhando, finalmente eu até parava de pensar um pouco no Felipe, acho que a distancia que ele criou entre nós dois cooperava com isso. Não tiro o mérito do Thiago, pois o mesmo, com os seus carinhos, conseguia aos poucos me conquistar, porém algumas atitudes dele me deixava com um pé atrás. Nos ultimos dias, notei que o Thiago estava um pouco estranho, recebia telefonemas escondidos, mas resolvi não me intrometer. Na quarta Feira, no final da aula, Thiago foi me buscar no colégio e combinamos com o Jefferson e a Carol de almoçarmos juntos no shopping e depois pegar um cinema.

Enquanto tomavamos sorvete depois do almoço, meu celular tocou, era meu primo de Dourados.

- Thalles, tudo bom?

- tudo Dudu, e você?

- to bem também. Cara tem uma festa aqui, ta a fim de ir?

- festa? Onde?

- No Club aqui. Festa a fantasia que a turma de faculdade de uma amiga minha ta organizando. To com os convites aqui. Vamos?

- quando vai ser?

- esse final de semana. Bora comigo?

- Mano, você não vai chamar nenhuma gatinha pra ir?

- eu já vou encontrar com ela lá.

- Beleza, vou sim. Posso levar mais uma pessoa?

- Namorada?

- não, um amigo meu.

- pode, mas aí já não tenho mais convite, se ele for, me avisa e eu compro lá antes que acabe.

- ta, eu vejo com ele e depois te ligo.

- Beleza. falou.

- falou.

Desliguei o celular. Olhei para o lado e vi que o Thiago não estava por perto, apenas a Carol e o Jefferson.

- cadê o Thiago? - perguntei a eles.

- Saiu dizendo que já voltava. - respondeu a Carol.

Tempo depois esperando o Thiago, resolvemos ir até o cinema e esperá-lo lá na entrada. Fomos até escadas rolantes e fomos para o segundo andar onde ficava o cinema. Ao chegar à entrada, eu vi que o Thiago estava na loja da Cacau Show, que fica ao lado do cinema, conversando com uma moça que estava trabalhando no caixa. Fui com a intenção de chamá-lo para ir ao cinema, pois o filme estava pra começar. Quando eu entrei, ele estava de costas, conversando com ela e não notou que eu estava ali. Quando entrei, notei que ele conversava serio com ela e eu como bom curioso, fingi estar escolhendo um chocolate para escutar a conversa.

- Eliane, você realmente que voltar o nosso namoro? - ele perguntou sério.

- claro né, Thiago? Já te disse que te amo. Eu só não entendo por que você terminou comigo.

- tive meus motivos.

- volta pra mim, por favor.

- mas eu já to namorando.

- e o que ela tem que eu não tenho? Só eu te conheço. Sério, termina com ela e volta pra mim.

Nesse momento, eu já tinha perdido as contas de tantos chocolates eu já tinha amassado. Mais pessoas já entravam na loja.

- Thiago, eu tenho que ajudar a atender. Só me diz se vai voltar pra mim?

- Não sei.

- talvez isso te ajude.

Ela se apoiou sobre o balcão e deu um beijo no Thiago, que no momento não reagiu, apenas aceitou o beijo e ficou quieto.

- Vamos nos encontrar depois, Thi. Pode ser?

- pode sim.

Ela apenas sorriu e depois me olhou.

- pois não, moço, já foi atendido?

Nisso Thiago olhou para trás para ver quem era e ficou assustado quando me viu.

- Vou levar esses aqui. - Peguei os primeiros chocolates que vi na frente e levei até ela.

Thiago não disse nada, apenas ficava me olhando, talvez se perguntando se eu tinha visto alguma coisa. Paguei os chocolates e sai da loja. Logo em seguida o Thiago também saiu da loja me chamando, eu apenas andava em direção ao Jefferson e a Carol, fingindo não escutar.

- Thalles, espera! To te chamando, poxa.

- o que você quer? Quer um chocolate? Aproveita que esse vem com brinde. Vem com o beijo da vendedora. - disse ironicamente. Jefferson e a Carol apenas observavam sem entender nada do que acontecia.

- Me escuta, por favor, não é nada disso que você ta pensando.

- é o que então, Thiago?

- eu apenas, eu só..

Interrompi ele

- Sem palavras, né? Não precisa explicar nada, Thiago.

- vamos conversar lá fora, no estacionamento, a sós, por favor.

Deixamos o Jefferson e a Carol lá em frente ao cinema e fomos até o estacionamento. Chegando lá, ele estava quieto, talvez pensando numa explicação e eu apenas o observava, esperando o que ele ia dizer.

- e então? - disse a ele.

- Me perdoa, vai. Prometo que não vai mais acontecer isso.

- não vai mesmo. Por que não vai mais ter outra chance.

- Não faz isso, cara.

- Thiago, só me diz uma coisa. Você ama ela?

- sim. Mas eu também te amo.

- Thiago, eu não vou julgar e nem te culpar por você estar apaixonado por ela, aliás, eu sou a última pessoa aqui que não deve reclamar disso, afinal, você sabe que eu sou apaixonado pelo Felipe. Eu até aceitaria o fato de você ainda estar apaixonado por ela e eu teria a mesma paciência que você ta tendo comigo. Mas em nenhum momento eu fiquei com o Felipe enquanto estive namorando com você. Quer voltar pra ela, ótimo cara, mas ao menos termina comigo antes. Pra manter um pouco o respeito.

- eu não quero te perder, Thalles.

- e nem vai, Thi, ainda seremos amigos.

- mas eu te amo, cara.

- ama mesmo? Ou é só desejo?

Ele não respondeu, apenas ficou em silêncio.

- você ama a sua ex, isso deu pra ver hoje. Thiago, você sabe que esse relacionamento não ia dar certo, eu ainda amo o Felipe, isso é fato. Volta pra ela, vocês dois se amam.

- e nós dois?

- ainda seremos bons amigos.

- mas eu não quero só isso.

- mas é o que vai acontecer, Thiago. Não complica mais a situação. Vamos, eu quero ir embora.

- e o cinema?

- sem clima não acha? Marcamos outro dia.

Voltamos aonde estava o casal. Desmarcamos o cinema e fomos para casa. No caminho chamei o Jefferson e a Carol para ir até a minha casa aproveitar o final da tarde e tomar um banho de piscina. Mas a Carol não podia, pois iria ao salão de beleza, então só o Jefferson iria.

Passamos primeiro na casa dele, ele pegou umas roupas e depois fomos para casa, chegando lá quase três da tarde. No caminho eu liguei para o meu primo e disse a ele que não precisava se incomodar a achar outro convite, pois eu iria sozinho, ele apenas concordou e desliguei o celular.

Já em casa, ficamos apenas de sunga e fomos para a piscina. No caminho de dentro da casa até a piscina eu fiquei reparando em como o Jefferson era gostoso e sarado. Me contive ali, pois ele é meu melhor amigo e namora minha melhor amiga. Ficamos tomando banho de piscina e eu explicando a ele o que tinha acontecido no shopping.

- e agora que ta solteirão, o que pretende fazer?- perguntou Jefferson.

- Sinceramente, to pensando em aproveitar. Vou esquecer um pouco os problemas amorosos e cair na gandaia.

- ta precisando mesmo. Não pensa em voltar pro Felipe?

- bem que eu queria, mas você sabe que não dá.

- O Lucas ainda pega no seu pé, né?

- todo dia, e olha que eu achei que essa encheção de saco ia acabar.

- sei não viu... mas acho que esse cara é amarradão na sua.

- Fala sério, Jefferson, ele é do tipo machão homofóbico.

- Sei não, mas esses caras que gostam de pagar de machinho e tals, são os que mais queimam a rosca. Eu não ponho minha mão no fogo por ele não, pra mim eu tenho certeza que ele é a fim de você.

- nem viaja, abandona essa idéia. - disse sorrindo. e seu namoro com a Carol?

- abalado de novo.

- o que foi dessa vez?

- elas vão se mudar da cidade.

- sério?

- sim, quase certeza. O pai delas arrumou um emprego melhor no Paraná e elas vão ter que se mudar pra lá.

- poxa cara, que chato, agora que tava tudo certo entre vocês.

- sim, eu queria tanto ter condições de me sustentar sozinho e fazer ela ficar aqui comigo, morando aqui, mas é foda.

- verdade, e elas vão quando?

- não sabe ainda, o pai delas estão esperando uma confirmação da empresa pra saber. Ainda não sabe se vai na metade do ano, quando entrar de férias no colégio ou se vão ter que ir antes.

- tenso.

- mas não comenta nada ainda, elas querem dar a noticia.

- tudo bem.

Ficamos na piscina conversando até o final da tarde, depois disso saímos, o Jefferson se secou, chamou um moto taxi e foi para a casa dele e eu fui para o meu quarto. E assim o dia terminou.

Na quarta de manhã cheguei na escola e encontrei o Lucas já no portão.

- virou porteiro agora?- perguntei a ele debochando.

- sem graça, tava te esperando. - disse ele sério.

- pra que?

- meu irmão já sabe que você terminou com o Thiago.

- nossa como as noticias correm.

- pois é. E eu vim aqui pra te dizer pra ficar longe do meu irmão e se ele pedir pra voltar, você não aceitar.

- fica tranquilo Lucas, nem tão cedo pretendo voltar pro seu irmão e nem ao menos perder tempo com você. - apenas dei um tapinha nas costas dele e deixei ele falando sozinho no portão.

Parecia incrível, mas eu, naquele dia, já tinha acordado alegre. Eu acho que estava cansado desses problemas amorosos mal resolvidos. Não vou negar que eu ainda estava apaixonado pelo Felipe e sentia muito a falta dele. Eu ainda sentia saudade dos beijos e abraços dele, e confesso que se ele me chamasse, eu saia correndo para os seus braços e esquecia o mundo. Mas até esse dia não chegar, resolvi aproveitar mais a vida e ser feliz.

Entrei na sala sorrindo com a Carol, Felipe já estava na sala conversando com o Vinicius. Nisso o Felipe se levanta e vai até onde eu tava.

- parece que fim de namoros te faz bem, não é?

- pra você parece que funcionou, não é?

- nem pense que depois disso a gente vai voltar, porque eu não aceito.

- fica tranquilo, Felipe, não terminei com ele com essa intenção.

- não? - disse ele surpreso.

- não - disse a ele entre risos, vendo a cara de decepção dele.

Quando ele ia saindo, o peguei pelo braço ainda.

- Felipe, não precisa ficar no sistema auto-defesa comigo. Relaxa, man. Eu ainda gosto de você.

Ele saiu da sala meio surpreso e eu fiquei entre risos.

- o que foi isso? - perguntou Carol.

- To tentando ser um novo Thalles. To conseguindo?

- se saiu muito bem.

- Obrigado.

O resto do dia passou normal e os dias também até chegar a sexta à tarde.

Minha mala já estava arrumada e eu pronto para ir pra Dourados. Eu ainda precisava arrumar uma fantasia para ir ao baile, mas meu primo me disse para não me preocupar, pois ele estava me esperando para irmos juntos a uma loja lá escolher. Iríamos no sábado de manhã. Peguei o ônibus às 4 da tarde e cheguei a Dourados às sete da noite. Na rodoviária já estava minha tia e meu primo me esperando.

- Oi, meu filho, como está?

- to bem, tia.

- e ae, mano.

- e ae, Dudu.

- fez boa viagem, Thalles?

- Fiz sim, Tia.

- que bom. Vamos pra casa, você toma um banho, pegamos a Andressa também e vamos jantar numa pizzaria.

- e o tio?

- ta viajando com o caminhão, o motorista não pode ir, ai ele foi.

- ah sim.

Fomos para a casa dela, tomei meu banho, cumprimentei a minha prima Andressa. Dudu tem 18 anos e a Andressa tem 14. Minha tia pegou a bolsa dela e fomos para o carro. No carro o Dudu já me dizia como era a festa e tal e a loja que iríamos no outro dia de manhã. Chegamos à pizzaria, jantamos e depois fomos à sorveteria, tomamos sorvete e depois fomos para casa.

Chegando lá, minha tia montou um colchão no quarto do meu primo para que eu dormisse no quarto junto com ele. O quarto dele ficava em uma edícula no fundo do quintal. Assim feito, todos foram dormir, e eu e meu primo ficamos no quarto assistindo a um filme na tv.

- Thalles?

- eu?!

- lembra de quando éramos crianças, que você dormia aqui em casa?

- lembro sim.

Momento explicação:

Eu e meu primo sempre fomos íntimos. Como temos quase a mesma idade, descobrimos essas coisas de adolescentes juntos, inclusive a famosa punheta. Sempre que eu dormia na casa da minha tia, eu dormia no quarto dele e toda noite batíamos punheta juntos, vendo revistas de mulheres peladas ou vídeos. Mas entre nós só rolou isso, pois não tínhamos nenhuma outra intenção e os dois eram héteros.

- ta afim de voltar a punheta? Já estamos crescidinhos num acha? - eu disse dando risada.

- claro que não seu bobo. O que eu tava lembrando de como éramos unidos.

- isso é verdade.

- então, mas ta com um tempo que nem conversamos mais, ainda mais agora que você se mudou.

- mas a gente pode ser como era antes.

- será mesmo? Eu preciso te contar algo.

- wow, parece ser sério.

- e é.

- vai Dudu, solta a bomba.

- eu gosto de homens também.

- sério?

- sim. Tenso

- o que é tenso?

- essa situação, Thalles.

- Relaxa, man. Eu também sou.

- serinho mesmo?

- sim - disse entre risadas - inclusive eu tava namorando um rapaz até esses dias.

- me conta como é?

- você é bi e nunca ficou com outro rapaz?

- já, mas nunca namorei sério e nunca transei. Foi só uns pegas.

Ficamos conversando, e eu explicando como foi a minha primeira vez com um homem, e contei para ele tudo o que aconteceu na minha vida até aquele dia. Ele ficou impressionado com tudo o que eu contei, e admirado com a minha coragem.

- será que um dia eu vou ter minha primeira vez também?

- relaxa Dudu, você vai ter sim. Agora vamos dormir sim, to mó cansadão.

- é vamos sim, amanhã o dia promete. Vamos cedo comprar as fantasias por que a loja fecha meio dia, e a tarde a gente dorme de novo pra ficar novo a noite, pra balada.

- beleza, já decidiu do que você vai?

- deixar pra decidir lá na loja e você?

- também.

- boa noite, Thalles

- Boa noite, Du.

Eduardo apagou as luzes e fomos dormir. Eu tava mó cansadão, então logo apaguei. Na madrugada eu sonhei com o Felipe, estávamos no meu quarto, ele me abraçava e me beijava, seus beijos eram carinhosos e deliciosos. Aos poucos ele ia me deitando na cama e arrancando a minha roupa. Sua mão deslizava sobre o meu corpo, mas eu permanecia imóvel, mas adorando. Ele continuava me beijando, mas seus beijos iam variando entre a minha boca e descia pelo meu pescoço, peitoral, minha barriga e eu ficava cada vez mais excitado. Sua mão invadia minha cueca e já massageava meu pau que no momento já estava duro. Aquilo estava muito bom, e eu já sentia que eu iria gozar. No momento eu resolvi agarrar ele e ter aquele corpo só pra mim. Aquele corpo que eu já sentia muita saudade. Aquele corpo que eu peguei com vontade, com pegada mesmo, mas nesse momento eu acordei e advinha quem estava nos meus braços? Sim, meu primo, que me olhava assustado.

- De-de-Desculpa Tha- Thalles.

- relaxa, vamos dormir, to cansado.

Ele apenas voltou para a sua cama e dormimos. No outro dia eu acordei era 8 da manhã, meu primo já estava em pé, mexendo no PC.

- Bom dia - o cumprimentei.

- Bo-Bom dia cara. - disse ele meio tremulo. Eu apenas ria da situação.

- Relaxa Dudu. Até parece que já não temos intimidade o suficiente, mas na próxima faz quando eu tiver acordado. - disse a ele zoando, tentando quebrar aquele clima tenso. Pareceu funcionar um pouco, pois ele já não tava mais com medo, mas ainda um pouco envergonhado.

- Vai pro banheiro, depois toma café pra gente ir à loja, antes que acaba as fantasias, pelo que eu vi a festa vai bombar.

- claro, vamos sim.

Tomei um banho, depois tomei café com a minha prima Andressa. Logo após, meu primo que já tinha carteira, pegou o carro do meu tio e fomos até a tal loja. No carro, já tínhamos esquecido o que tinha acontecido e estávamos animados com a festa da noite. Chegando à loja às nove e meia. Lá ainda tinha muitas fantasias, e mesmo assim ainda tava difícil de escolher. Eu sempre gostei de historias de vampiros, aproveitei que tinha uma fantasia de Drácula e escolhi aquela mesmo. Meu primo escolheu ir de mágico.

Demos uma passada no shopping e eu aproveitei e comprei um perfume novo. Logo após fomos para a casa de uma outra tia, aproveitei para visitá-la e almoçamos por lá mesmo. À tarde fomos para a casa dele e dormimos a tarde inteira. Acordamos por volta das seis da tarde.

A festa começava às dez da noite, por volta das oito começamos a nos arrumar. Contamos com a ajuda da minha prima, que resmungava o tempo todo por não poder ir.

- Fala sério, eu também quero ir.

- Não Andressa, primeiro que não tem convite e segundo que você é de menor ainda.

- O Thalles também é de menor.

- Mas ele vai e você não, pronto.

Eu só sabia rir daquela situação, das briguinhas de irmãos.

- Thalles, você vai de Edward? - perguntou Andressa.

- não, vou de Drácula.

- vai de Edward misturado com Drácula, vai ficar gatão.

- só o cabelo de Edward então.

Terminamos de nos arrumar era nove e meia. Ainda ficamos um tempo tirando fotos, poses e mais poses, estávamos muito legais. Nessa brincadeira, perdemos a noção da hora e saímos era quase dez e meia. Ao chegar perto do carro que já estava estacionado do lado de fora, meu tio estava chegando de viagem e rindo muito das nossas fantasias.

- Tudo bom, Thalles?

- sim tio e o senhor?

- to bem também. Juízo vocês dois e você, Eduardo, se eu souber que você veio dirigindo bêbado pra casa, eu não libero mais o carro.

- ta bom, pai.

Chegamos ao clube perto das onze da noite. Na entrada meu primo já encontrou com a namorada dele que estava fantasiada de Lara Croft. Ela estava linda, e confesso que estava quase igual a Angelina Jolie. Estacionamos o carro e depois fomos para a entrada. Cumprimentei a Priscila e depois entramos no clube. Aquela festa tava muito animada, muita gente e eu ali, segurando vela pro casalzinho. Como estava sem companhia e não estava tão necessitado assim, resolvi beber.

- Thalles, segura a onda ai, daqui a pouco você cai de bêbado ai.

- Quem vai dirigindo, eu ou você?

- eu.

- então fica de boas. Além do mais eu to parando, não to a fim de fazer vexame não.

- beleza.

Continuamos dançando e depois eu resolvi ir até o bar, para pegar a saideira. Comprei uma bebida pra mim e outra pra Priscila, que já estava bêbada.

- Thalles, chega aqui.

- Fala, Dudu.

- Você deveria ter vindo fantasiado de caça fantasma.

- por quê?

- porque o fantasminha da ópera ali não para de te secar.

- Fala sério.

- desde a hora que chegamos que eu notei.

- engraçado, eu acho que conheço ele. Peraí que já volto.

- onde você vai?

- no banheiro.

Deixei o casal ali dançando, passei pelo rapaz que estava fantasiado de fantasma da opera e o encarei até ele me pedir pra se encontrar no banheiro. Fui na frente dele e entrei primeiro, lá tinha só alguns rapazes que já estavam saindo. Parei em frente ao espelho e fiquei me olhando. Não acredito que eu to fazendo isso, pensei. Quando pensei em sair, o rapaz entra no banheiro e começa a me encarar.

- gostou? - perguntei a ele

- sim. Muito. Vampiros me atraem.

- quer uma mordidinha?

- Melhor não Thalles. - disse o rapaz tirando a mascara.

- Gabriel?!?!

- Oi Thalles. A gente precisa conversar.

- Acho que deixei bem claro da ultima vez que não queria mais conversa contigo.

- mas eu preciso de uma chance de me explicar. Por favor, você é o meu Brother. Pela nossa amizade.

- que amizade? Aquela você jogou fora?

- Na boa, deixa eu me explicar primeiro? Depois você xinga de novo o que você tem pra xingar.

- Fala então.

- eu sou gay cara.

- sério? - perguntei espantado.

- sim.

- desde quando você é gay, Gabriel?

- sei lá mano, mas já faz um tempo.

- Desde que éramos amigos?

- sim.

- e nunca me contou?

- tinha medo, né, veio? Não é todo mundo que aceita ter um amigo gay.

- eu ia continuar sendo seu amigo.

- Desculpa ae mano.

- Mas perai, se você é gay, por que você tomou a minha namorada? Você fez a Yasmin terminar comigo.

- a culpa não é minha, Thalles.

- ah não? Você é estranho, diz que é gay e toma a minha namorada. Não da pra entender.

- eu nunca quis ficar com a Yasmin, ela que quis ficar comigo.

- e você simplesmente deixou.

- fui obrigado, porra.

- como é?

- A Yasmin sempre foi a fim de mim cara, sempre deu em cima de mim, mas eu nunca aceitei, em respeito a você.

- e por que nunca me disse?

- porque não queria estragar o namoro de vocês. Mas vi que eu fiz besteira, devia ter contado antes.

- e por que do nada você resolveu ceder?

- porque ela descobriu que eu sou gay. No colégio eu tava ficando com um outro carinha da sala ao lado da nossa. Era uma aula daquelas vagas então nós dois estávamos ficando lá nos fundos da escola, perto da quadra. Ela começou a procurar pela escola e me achou beijando o carinha lá. Antes que percebêssemos, ela tirou uma foto e começou a me ameaçar. Se eu não namorasse com ela, ela ia espalhar pra toda a escola que eu sou gay. Por isso eu fiz aquilo.

- você devia ter confiado em mim.

- eu sei, Thalles, me arrependo disso até hoje. Mas o momento mais triste foi quando você deixou de ser meu amigo e se mudou de cidade. Fiquei mal por muito tempo.

- e como o namoro de vocês terminou?

- como você sabe?

- encontrei ela no feriado em Bonito, ela fez questão de me informar e pediu pra voltar.

- e vocês voltaram?

- claro que não, mandei ela pra puta que pariu e pedi pra me esquecer.

- eu terminei com ela na verdade.

- como assim?

- tempos depois, esse garoto que eu tava ficando, ficou com raiva que eu não estava mais ficando com ele e abriu o bico, contou pra escola toda. Ai como já não tinha mais nada que me prendesse a ela, eu terminei.

- que tenso. E como ta o clima na escola?

- tá péssimo, mas eu já mudei de escola.

- hum...

- queria te pedir desculpas mais uma vez Thalles.

- não precisa se ...- fui interrompido com a porta do banheiro abrindo e meu primo entrando.

- cara, achei que você tava desmaiado aqui dentro, to te esperando mó tempão lá.

- já to indo, Dudu. Só resolvendo uns problemas aqui.

- cara, eu vim te chamar porque a gente tem que ir, a Priscila bebeu demais e ta quase desmaiando. Preciso deixar ela la na casa dela.

- ta bom, vai indo lá que eu já vou.

Eduardo saiu do banheiro e eu voltei a falar com o Gabriel.

- não precisa se preocupar com essa historia, já é águas passadas. Agora eu preciso ir.

- Thalles?

- sim

- e nós dois?

- o que tem?

- como fica?

- não sei, Gabriel. Eu ainda to muito confuso com essa história. Mas já não guardo mais nenhum rancor por você. Quem sabe, um dia, a gente pode até voltar a ser amigos de novo.

- certo.

Despedi dele e deixei ele dentro do banheiro e fui encontrar com meu primo, que já estava do lado de fora da boate, com a Priscila dentro do carro desmaiada e ele lá fora me esperando.

- passar, deixar ela na casa dela e depois vamos pra casa.

- de boas.

- quem era aquele?

- Gabriel, um antigo amigo meu.

- rolou alguma coisa lá no banheiro?

- depois te explico.

Chegamos à casa da Priscila e com a permissão da mãe dela, e em meio a reclamações, a deixamos na cama dela e depois fomos para a casa do meu primo. Chegamos à casa dele por volta das duas da madrugada, guardamos o carro e fomos direto pro quarto dele. Chegamos um pouco cansados, embora os dois estivessem ainda um pouco alterados pela bebida, nós ainda não estávamos com sono.

- Ta com sono, Thalles?

- nenhum pouco

- colocar umas músicas aqui pra gente escutar.

- de boas.

Ele colocou as musicas, começamos a tirar nossas fantasias e resolvemos ir tomar banho. Primeiro ele foi tomar um banho e depois que ele saiu eu fui pro banho. Enrolei no banho um pouco, sendo a maior parte fiquei parado de baixo do chuveiro, pensando em tudo aquilo que o Gabriel havia me dito. Após sair do banho coloquei apenas uma cueca e fui deitar no meu colchão. Eduardo, que também tava só de cueca, já estava deitado com os olhos fechados, eu achei que ele já estava dormindo, mas ele  começou a puxar assunto.

- tava aqui pensando.

- no que?

- o que você e o tal Gabriel tava fazendo no banheiro lá do clube?

- Pois é né, nós estávamos conversando sobre os problemas que tivemos antes de eu me mudar daqui. Sobre ele roubar minha namorada e tals... Mas já resolvemos e estamos de boa.

- Por isso que ele não parava de te olhar lá na festa, né?

- sim, mas não foi só por isso.

- por que então?

- A nem sei como dizer.

- Larga de besteira, diz ai de boa.

- antes da conversa, rolou uma oral lá.

- sério? Como?

- kkkkk, olha que pervertido. Não rolou nada não, tava só zuando.

- seu mané, eu já ia perguntar se era melhor que a minha

- como?

- se ele faz melhor que eu

- isso eu não sei Dudu, nunca experimentei o seu.

- mas pode agora.

Sem dizer mais nada, apenas dei um sorriso e ele se jogou no meu colchão, ficou por cima de mim e começou a me beijar. Nesse momento eu já estava bem excitado e com o pau duro e senti que o Dudu também estava. Seus beijos eram ótimos e cheios de vontade. Ele parava de beijar a minha lentamente e depois ia beijando meu pescoço e ia descendo pelo peitoral e o abdômen. Após isso ele começou a morder de leve meu pau sobre a cueca mesmo, arrancando de mim leves suspiros e lentamente foi tirando a minha cueca. Depois que ele tirou minha cueca, ele começou a chupar o meu pau como se fosse um doce muito gostoso... como aquilo estava bom. Nesse momento me veio na cabeça a imagem do Felipe e eu não consegui mais continuar com aquilo.

- melhor não, Dudu.

- que foi? Não ta gostando?

- to, mas não é isso.

- o que então?

- O Felipe.

- Thalles, esquece ele por um tempo.

- mas é que - interrompido

- Thalles, eu quero perder a minha virgindade com você. Me dá esse prazer.

Nesse momento ele começou a me beijar novamente e eu não resisti, o tesão falou mais alto. Ele me deitou novamente e começou a chupar o meu pau. Como a boquinha dele era deliciosa. Minutos depois eu achei que ia gozar, avisei a ele.

- Agora não, eu quero transar com você.

Ele se levantou e foi até o guarda roupa dele e voltou com uma camisinha e um lubrificante. Nisso ele já abriu a camisinha com os dentes e começou a colocar a camisinha no meu pau. Ele me entregou o lubrificante e me mandou passar no pau e no ânus dele.  Nisso já fomos para a cama dele e ele se posicionou de quatro.

- vai com cuidado, Thalles.

- deixa comigo.

Comecei a forçar a cabeça do meu pau pra penetrar no cuzinho apertado dele. Forcei a primeira vez, mas tive dificuldade, então eu peguei mais um pouco de lubrificante, passei e fui empurrando devagar até entrar toda a cabeça do meu pau. Quando entrou, Eduardo soltou um gemido alto, eu até fiquei preocupado em alguém ter escutado, mas lembrei que a edícula é um pouco afastada.

- ta doendo, Thalles.

- calma, deixa acostumar um pouco dentro e afrouxa um pouco, meu gostoso.

Passado uns minutinhos ali parado, eu comecei a forçar meu pau para ir penetrando, a cada centímetro que ia entrando ele ia gemendo de dor. Deixei só mais um pouquinho ali parado para acostumar e depois tirei meu pau. Passei mais um pouco de lubrificante e meti novamente naquele cuzinho apertado que tava me fazendo delirar. Era muito apertadinho e bem gostoso. Fui enfiando aos poucos depois e comecei a fazer movimentos de vai e vem devagar, aos poucos fui notando que seus gemidos já não eram mais de dor e sim de prazer.

- posso aumentar o ritmo?

- sim

Comecei a bombar com mais vontade e em poucos minutos eu já estava fudendo aquele cuzinho dele com vontade. Pouco depois ele se cansou daquela posição, então eu deitei e ele ficou por cima de mim e começou a cavalgar sobre meu pau. Pouco depois eu senti meu corpo estremecer e senti que ia gozar, avisei a ele e ele aumentou o ritmo e me fez gozar. Logo após eu gozar, ele deitou sobre o meu corpo e ficou ali, me abraçando. Minutos depois, eu tirei o meu pau de dentro do ânus dele e ele deitou-se ao meu lado.

- Nossa Thalles, foi muito bom.

- foi sim, uma delicia.

- cansei.

- vamos tomar um banho rapidinho e depois deitamos pra dormir.

- vamos

Então o ajudei a levantar e fomos para o banheiro, lá começamos a nos banhar. No meio do banho eu comecei a bater uma punheta pra ele até ele gozar. Terminamos o nosso banho e fomos para a cama.

- dorme comigo essa noite aqui na cama.

- claro.

Me posicionei ao seu lado e ficamos abraçadinhos em conchinha. Minutos depois notei que ele já estava dormindo. Eu não conseguia dormir ainda, na minha cabeça já vinha novamente a imagem do Felipe, comecei a me recordar da nossa primeira vez e um aperto me veio no coração. Eu não podia ter feito aquilo, afinal eu gostava dele e mesmo sem estarmos mais namorando, eu ainda me sentia preso a ele, sentia que eu tinha a obrigação de ser fiel a ele. Eu não podia tê-lo traído. Eu o amava. Mas novamente os problemas amorosos tomavam conta da minha cabeça e me lembrava o porquê eu e o Felipe tínhamos terminados. Talvez as coisas que aconteceram nesse final de semana serviram para me mostrar que eu tinha que esquecer ele e tocar a minha vida, e de preferência, sem problemas. Em meio a esses pensamentos, eu também adormeci.

No outro dia acordamos já era as onze da manhã, levantamos, nos vestimos e começamos a arrumar o quarto.

- adorei a noite de ontem.

- eu também adorei, Dudu, só espero que as coisas entre nós não mude.

- claro que não, mano, vai continuar como sempre foi, só que a intimidade aumentou, só isso.

- bom saber.

Ele pegou as fantasias e foi jogar em um canto do quarto. Notei que ele não mancava.

- Não ta mancando?

- não ué, por quê?

- fala sério, assim broxa né, a gente nota que a noite foi boa quando a pessoa acorda mancando no outro dia.

- kkkkkkkkkk seu sem graça, mas se isso te serve de consolo, ta doendo pra caralho.

- valeu, ai sim você aumenta a minha estima.

- vai se fuder, seu viado.

Terminamos de arrumar o quarto entre brincadeiras e risadas, escovamos os dentes e fomos para a casa da frente tomar café.

- bom dia meninos, pelo jeito a noitada foi boa, né?

- e foi, tia, pior é a ressaca hoje.

- café ta ai. Toma e mais tarde sai o almoço.

- Pai vai assar carne, mãe?

- vai sim, ele foi no mercado e já vem.

- vai vir mais alguém, tia?

- sim, vem seus avós e o alguns tios.

- cadê a Andressa, tia?

- foi com o seu tio.

Terminamos de tomar café e depois fomos ajudar minha tia com algumas coisas. Aos poucos os parentes foram chegando e meus avós também. O bom foi que eu pude ver muitos parentes e matar um pouco a saudade. O dia ocorreu normal e às cinco da tarde eu já estava na rodoviária esperando o meu ônibus para voltar a Campo Grande. O ônibus que iria sair às cinco e meia da tarde estava atrasado e chegou quase às seis. Despedi-me dos meus tios, da minha prima e do meu primo.

- não some, mano, volta mais vezes - disse ele piscando pra mim.

- pode deixar. - respondi a ele com um sorriso.

Entrei no ônibus e fui para a minha poltrona, eu sempre escolho a ultima. Pouco depois, um rapaz, aparentando uns 18 anos, lindo, veio na direção onde eu estava e sentou ao meu lado.

- prazer, Bruno.

- prazer, Thalles

Após nos cumprimentarmos, o ônibus saiu.

 
- Vamos, Thalles, estamos atrasados.

- espera! - Yasmin pegou a minha mão e me puxou, fiquei com um de cada
lado me puxando. Yasmin enquanto pegava a minha mão, notou que eu usava uma
aliança. - Essa aliança é do que eu to pensando?

- sim, é de namoro. - disse friamente e um pouco grosso.

- isso quer dizer que você não me ama mais? - seus olhos no momento se
encheram de lágrimas.

- você esperava o que? Que eu passasse a vida inteira chorando pela
sua falta, carregando o peso do chifre? Espera mesmo que depois de tudo o que
aconteceu, eu voltaria pra você, quando você estralasse o dedo, igual a um
cachorrinho?

- mas Thalles...

- eu ainda não terminei. Sofri muito depois de tudo o que aconteceu,
não vou mentir. Mas hoje? Hoje eu só tenho rancor quando eu lembro o que
aconteceu. Posso ser corno, mas trouxa eu não sou, Yasmin, eu não volto pra
você.

- eu terminei com o Gabriel por sua causa, por que sinto a sua falta.

- terminou por que quis! Agora é tarde demais, eu não to mais nem ai
pra vocês dois. Ta vendo isso? - levantei minha mão e mostrei minha aliança. -
a fila andou e você ficou pra trás. Se você ainda tiver um pouco de vergonha na
cara, quando passar por mim, finge que não me conhece.

- Yasmin?!?!

- Oi Thalles, tudo bom gatinho?

- não. O que você ta fazendo aqui?

- to visitando uma prima minha.

Virei-me e vi que o Felipe estava muito bravo com a presença da Yasmin
ali. Os outros prestavam atenção enquanto pagavam as compras. Eu não queria
conversar com a Yasmin, e antes de ela falar mais alguma coisa, fiquei de
costas pra ela e sai em direção à porta junto com os outros, mas fui impedido
por uma mão puxando o meu braço.

- Espera Thalles, vamos conversar?

- não temos nada pra conversar, Yasmin.

- sei que está bravo comigo, mas eu preciso te dizer que eu terminei
com o Gabriel.

- não, você não precisa.

- Eu ainda gosto de você.

- sério? - perguntei ironicamente - e você espera que eu diga o que?

- volta pra mim, por favor? Eu ainda te amo.

Agora sim eu estava confuso, aquilo me pegou de surpresa. Eu não podia
responder aquilo, sem dizer uma só palavra, puxei meu braço a fazendo soltar.
Felipe que já não agüentava mais aquela cena me pegou pelo o outro braço e
começou a me puxar.

- Vamos, Thalles, estamos atrasados.

- espera! - Yasmin pegou a minha mão e me puxou, fiquei com um de cada
lado me puxando. Yasmin enquanto pegava a minha mão, notou que eu usava uma
aliança. - Essa aliança é do que eu to pensando?

- sim, é de namoro. - disse friamente e um pouco grosso.

- isso quer dizer que você não me ama mais? - seus olhos no momento se
encheram de lágrimas.

- você esperava o que? Que eu passasse a vida inteira chorando pela
sua falta, carregando o peso do chifre? Espera mesmo que depois de tudo o que
aconteceu, eu voltaria pra você, quando você estralasse o dedo, igual a um
cachorrinho?

- mas Thalles...

- eu ainda não terminei. Sofri muito depois de tudo o que aconteceu,
não vou mentir. Mas hoje? Hoje eu só tenho rancor quando eu lembro o que
aconteceu. Posso ser corno, mas trouxa eu não sou, Yasmin, eu não volto pra
você.

- eu terminei com o Gabriel por sua causa, por que sinto a sua falta.

- terminou por que quis! Agora é tarde demais, eu não to mais nem ai
pra vocês dois. Ta vendo isso? - levantei minha mão e mostrei minha aliança. -
a fila andou e você ficou pra trás. Se você ainda tiver um pouco de vergonha na
cara, quando passar por mim, finge que não me conhece.

Deixei-a chorando na porta do supermercado e fui embora. Aquela
situação no supermercado tinha me deixado aliviado por poder colocar pra fora
tudo aquilo que me atormentava durantes os meses que se passarão, mas esse
alívio passou quando me peguei pensando se o que eu tinha feito com a Yasmin
foi certo. Será que eu fui muito grosso e estúpido com ela ou o que eu fiz foi
certo? No carro, o Felipe estava em um canto, olhando para a janela do carro
vendo o tempo passar em um silêncio profundo e uma expressão visível de raiva.
A única conversa no carro resumia-se entre o Jefferson e o Pietro. Certo
momento antes de chegar a casa, meus pensamentos foram interrompidos pelo
Pietro.

- Thalles, sua ex é muito gostosinha.

- quer ela de presente? Vai até com papel de embrulho. - disse eu
entre risos

Começamos a dar risada, mas o único que ainda continuava quieto era o
Felipe. Chegando à casa, chamei ele para conversarmos na área da frente da
casa.

- o que foi amor? Por que essa cara fechada ainda?

- você sabe por que, né? Eu não preciso responder.

- você estava do meu lado amor, você viu a conversa que tivemos o que
eu joguei na cara dela. Para com essa marra.

- por que você hesitou em falar algo quando ela disse que ainda te
amava? Você ainda pensa em voltar para ela?

- Felipe, você não escutou nada o que eu disse a ela? Fiquei surpreso
sim, pelo o que ela me disse, mas dai a voltar pra ela, não tem a menor chance.

- Desculpa você sabe que eu tenho muito medo de te perder.

- deixa disso, vamos esquecer essa historia e vamos nos divertir. O
pessoal tá todo lá esperando pra comemorarmos nosso último dia de feriado. Vem,
e para de pensar besteira. Dei um longo beijo nele e voltamos para a área da
piscina.

O domingo passou normal, nos divertimos muito e aproveitamos bem o
dia. Alguns momentos eu vi que o Felipe ainda continuava chateado com o que
tinha acontecido, mas eu o entendia, não era fácil ver aquela cena. No final da
tarde, a Laura e o Lucas apareceram lá para nos buscar e assim acabava nosso
feriado ali em Bonito.

Sem dúvida, aquele feriado se tornou inesquecível a todos. Foi
incrível estar em uma cidade nova, conhecendo lugares lindos e incríveis, sem
contar nas festas e, óbvio, os amigos novos que fizemos. Esses amigos iriam
deixar muita saudade, mas prometemos manter contato e assim que pudéssemos, nas
férias, voltaríamos àquele lugar e ficar mais tempo. A despedida foi o ato mais
difícil de realizar, muito choro e abraços aconteceram principalmente ao Raffa
que já tinha se apegado a Patrícia. Depois da despedida, entramos no carro
Felipe, Raffa e eu fomos no banco de trás e a Laura e Lucas no banco da frente.
Aquelas férias tinham feito mais gente feliz além de nós, pois o Lucas já
estava com um sorriso lindo e magnífico no rosto, por um momento até esqueci
que aquilo tudo era encenação. Laura passou o caminho todo perguntando a nós
como foi o feriado, e nós comentávamos e muitas vezes falando sobre situações
engraçadas que arrancava sorrisos de todos no carro. Um momento, Lucas olha
para trás e nota na mão do Felipe a aliança, e seu rosto lindo e alegre deu
lugar a uma cara de ódio e rancor, seus olhos pareciam me fuzilar pelo
retrovisor. O resto da viagem ele passou de cara virada, fazendo até sua mãe
desconfiar.

Chegando a Campo Grande, a Laura resolveu deixar primeiro o Raffa na
casa dele, pois era a mais perto e depois me levaria na minha casa. Chegando em
casa, meus pais que já tinha chegado de Dourados, chamaram ela e os meninos
para jantar conosco, como já estava tarde para chegar em casa e fazer janta,
ela aceitou o convite. Descendo do carro, eu e o Felipe tiramos nossas alianças
para não gerar desconfiança de nossos pais e o Lucas me viu fazendo o ato de
guardá-la no bolso. Fiquei por ultimo para fechar o portão e o Lucas ficou
perto de min

- resolveu guardar a aliança?

- sim, algum problema? - disse a ele indiferente.

- não, achei que o namoro tava mais sério.

- agora deu pra se importar com o nosso namoro?

- não. - logo ele saiu e foi encontrar com nossos pais.

No jantar tudo corria normal, conversamos e rimos novamente das
palhaçadas que fizemos na viagem. Meus pais estavam adorando a conversa. Logo
após o jantar, eles resolveram ir pra sala conversar. Na sala, minha mãe
começou a entregar os ovos de páscoa para mim, para o Felipe e até para o
Lucas. Minha mãe adora presentear as pessoas. Quando ela chegou perto com meu
ovo de páscoa da Cacau Show sabor avelã ( que eu adoro), parou e me disse:

- só dou o seu se fizer um favor pra mim.

- ah mãe, não seja má, me da, por favor.

- só se você ir lá no carro pegar a minha bolsa que eu esqueci lá.

- vou correndo.

Deixei-os na sala e fui até a garagem buscar a bolsa dela. Na garagem
estava tudo escuro, não dava nem pra enxergar o carro direito, justo naquele dia
a lâmpada estava queimada. Saí tropeçando em tudo até chegar ao carro. Quando
sai de dentro do carro e fechei a porta, fui pressionado pelo Lucas, me fazendo
ficar encostado entre o carro e ele na minha frente.

- o que você ta fazendo aqui?

- sai dizendo que ia ao banheiro.

- e o que você quer aqui?

- conversar com você.

- Desculpa, mas acho que não há nada pra nós dois conversarmos, ainda
mais aqui nesse escuro.

- fica longe do meu irmão. Você só trouxe problemas na minha família.
Por sua causa eu e meu irmão brigou muito.

- não, peraí, a culpa de vocês terem brigado é sua e não minha. Não
sou eu que to com pensamentos machistas, xingando ele e pior, ameaçando ele e
fazendo chantagens. Você é o culpado disso. E agora resolveu fingir que tá
bonzinho. Não tem vergonha de enganar ele?

- antes de você aparecer, ele era macho e pegava todas, o que era até
motivo de orgulho pra mim, afinal que não gosta de ter um irmão com fama de
pegador. Agora, você o transformou na vergonha da família, você o transformou
num viadinho. Tenho ódio de você.

- você não sabe do que ta falando.

- sei sim. Escuta aqui o que eu vou te falar, ou você se afasta do meu
irmão, ou eu afastarei os dois.

- eu não vou me afastar do seu irmão. Eu amo ele e ele me ama. Não
estraga isso por preconceito besta e desnecessário.

- você não me conhece ainda, Thalles. Acho melhor você se afastar
dele, ou eu serei obrigado a contar aos nossos pais e fazer da vida de vocês um
inferno, e você pode ter certeza que eu farei.

- você não teria coragem de fazer isso.

- não duvida não. Se minha mãe descobre sobre vocês dois, ela
certamente mandará meu irmão para a casa do meu avô no Chile. Ela nunca
aceitará um filho gay. Meu avô é um cara sistemático, já foi general do
exército, certamente Felipe vai sofrer na mão dele. Acredito que você não vai
querer isso pra ele, né?

- por que você ta fazendo isso?

- só quero proteger a minha família e dar o melhor a ela.

- e você acha que isso é proteger ela?

- não te interessa. Já te avisei, fica longe dele o mais rápido
possível, ou eu conto tudo. E nem pense em contar para ele.

- o que vocês estão fazendo ai no escuro? - disse Felipe na porta da
garagem tentando nos enxergar.

- já sabe. - finalizou Lucas, indo em direção a saída, onde já estava
o Felipe. Ao passar por ele, apenas sorriu e foi até a sala onde estavam os
nossos pais. Eu ainda continuava ali, parado e imóvel, chocado com aquela
situação. E agora, o que seria?

- Thalles, o que meu irmão tava fazendo aqui? Eu notei que você
demorava demais, vim ver o que tava acontecendo e encontro ele aqui. - indagou
Felipe

Eu não conseguia responder, eu tava ali parado, olhando pro nada,
pensando no que tinha acontecido.

- Thalles, eu to falando contigo. O que meu irmão te disse que te
deixou assim?

- Só veio oferecer ajuda, por causa do escuro. Agora preciso ir. - sai
correndo em direção à saída e deixei o Felipe ali parado sem entender nada.
Chegando à sala, apenas deixei a bolsa da minha mãe para ela e sai para ir pro
meu quarto, e até me esqueci do ovo de páscoa. Quando chego à escada, vi Felipe
chegando à sala e minha mãe me perguntando.

- aonde você vai menino, nem vai pegar o seu ovo?

- depois mãe, agora preciso ir. - sai subindo as escadas correndo
deixando todos ali, inclusive o Lucas, que eu ainda pude perceber um sorriso no
rosto. Notei que o Felipe também subia as escadas pra tentar me alcançar, mas
fui mais rápido, entrei no meu quarto e fechei a porta.

- Thalles, abre essa porta, por favor, me conta o que ta acontecendo?

- nada, Lipe, só preciso ficar um tempo sozinho.

- poxa cara, ta me deixando preocupado. O que aconteceu?

- não é nada, Lipe, eu só preciso ficar um tempo sozinho. Amanhã
conversamos, por favor, me deixa.

Felipe sabia que eu não iria abrir aquela porta, por isso não insistiu
mais e desceu para ir embora.

Eu estava confuso e com muito medo. Eu sabia que o Lucas podia cumprir
com a ameaça, ele sentia ódio de mim e não tinha nada a perder. Nessa história,
o único que tinha a perder era eu, eu perderia o Felipe. Não queria terminar
com ele, mas não podia deixar que nossos pais descobrissem e a Laura mandasse
Felipe para a casa do avô militar no Chile. Seria pior não ter ele ali do meu
lado. Eu sabia que tinha que tomar uma decisão, mas não sabia como, realmente o
Lucas parecia ter planejado tudo. Já era tarde e eu tinha aula no outro dia,
por isso precisava descansar e dormir, embora eu estivesse cansado da viagem, e
não conseguia dormir com aqueles pensamentos na minha cabeça. Liguei o meu PC e
entrei no MSN para ver se encontrava alguém online que pudesse me ajudar. Para
a minha sorte o Lippe estava online e com ele eu pude desabafar. Contei tudo
sobre a ameaça do Lucas e o que eu poderia fazer. Infelizmente esse assunto era
complicado demais, e uma decisão ali seria muito difícil, mas os dois sabiam
que o melhor a fazer seria pensar no melhor para o Felipe. Despedi do Lippe e
fui deitar para dormir.

No outro dia acordei com meu celular despertando, a musica como sempre
era Swedish House Mafia feat Pharrell - One, levantei, tomei meu banho,
arrumei-me e desci para tomar café. Na cozinha estava meu pai e minha mãe.

- Bom dia, filho. - disse minha mãe com um olhar preocupado

- Bom dia, mãe. Tem suco?

- ta na geladeira. O que aconteceu ontem à noite?

- nada mãe. – respondi a ela, enquanto eu pegava meu suco de morango
na geladeira. Eu não queria que aquela conversa prolongasse, mas foi
inevitável.

- como assim nada? Recusou até o ovo de páscoa que eu comprei pra
você. E por que o Felipe ficou triste?

- isso eu não sei mãe, deve ser coisa dele. Enquanto ao ovo, eu não
recusei, assim que eu chegar do colégio vou devorar ele todo.

Meu pai não prestava atenção em nossa conversa, pois sua atenção
estava voltada ao jornal. Ele estava sentado beira a mesa e lendo a pagina de
esportes. Eu comecei a servir meu copo de suco e levo um susto quando o
interfone toca. Em um movimento eu bati a jarra no copo, derrubando-o e
molhando a toalha da mesa e a camisa branca do meu pai, com o suco de morango.

- poxa, Thalles, presta mais atenção meu filho, me molhou todo. Agora vou
ter que ir lá trocar de roupa, caramba, molhou até a minha calça. Tem que
aprender a ter mais atenção no que você ta fazendo, guri.

- Desculpa pai, foi sem querer.

- sem querer não, falta de atenção no que ta fazendo. Agora vai chegar
os dois atrasados por sua causa. Tira essa toalha e limpa antes de cair no
chão, anda guri. - dizia ele enquanto saia da cozinha para ir ao quarto dele.

Assim que ele saiu pela porta, o Felipe passa por ela, me olhando
assustado tentando entender o que tinha acontecido.

- o que você fez? - perguntou ele todo curioso.

- derrubei suco na mesa.

- que ajuda?

- não, não precisa não, to terminando.

- e você ta melhor hoje?

- to sim.

Depois disso eu fiquei mudo. Meu pai desceu já nos chamando para ir
pro colégio. No caminho eu não trocava uma palavra sequer com o Felipe ou com o
meu pai. Eu ainda estava confuso, não sabia se eu terminava o namoro com o
Felipe por causa das ameaças do Lucas ou se eu continuava e pagava pra ver se o
Lucas cumpriria com a ameaça. Mas a conseqüência dessa segunda alternativa era
maior. Eu não podia arriscar, afinal, eu não poderia imaginar o conflito na
família do Felipe e pior, vê-lo partir para um país desconhecido pra ficar com
o avô rígido. Tinha muita vontade de contar ao Felipe, mas eu sabia que ele não
acreditaria em mim. Às vezes que eu virava o rosto eu percebia pelo retrovisor
interno que o Felipe, do banco de trás, não parava de me olhar, como se
estivesse tentando ler meus pensamentos. Ao chegar ao colégio, desci o mais
depressa possível, por causa dos sermões do meu pai e pra não ter que ficar a
sós com o Felipe. Eu não podia ali, conversar sobre esse assunto. Quando
chegamos ao portão, encontramos o Raffa, para a minha alegria, não estaríamos a
sós e a conversa teria que ser em outra hora.

Já fazia 15 minutos que o sinal da primeira aula tinha tocado, por
isso teríamos que aguardar até bater o sinal da segunda aula para entrar na
sala. Ficamos lá em baixo conversando os três sobre a viagem, foi aí que me deu
vontade de ir ao banheiro, disse a eles que já voltava e fui ao banheiro.
Chegando lá, entrei em uma das cabines, fiz o xixi básico e quando ia saindo da
cabine, Felipe me esperava do lado de fora, me empurrou para dentro dela de
novo, fechou a porta e começou a me beijar.

Aquele beijo me fez esquecer por um momento o problema que eu tava
passando, e naquele momento eu pude sentir que no mundo era apenas nós dois.
Mas depois de uns dois minutos nos beijando eu o afastei e comecei a falar.

- o que é isso?

- o único jeito que achei de você não fugir de mim.

- Lipe, aqui é perigoso, estamos no banheiro da escola.

- não se preocupa, o pátio tá vazio.

- vamos pra fora, Lipe.

- Não antes de você me contar o que ta acontecendo contigo. Vamos, me
conta.

Eu fiquei sem saber o que fazer, meu silencio foi absoluto. Antes do
Felipe quebrar ele fazendo sua pergunta novamente, o Raffa entra no banheiro
dizendo que tinha um pessoal se aproximando, então resolvemos sair do banheiro
e fomos até a porta da sala porque faltava pouco para o sinal da segunda aula.
No colégio ocorreu tudo normal e no final da aula, fomos até o portão para ir
embora, dessa vez foi a Laura que foi nos buscar. No caminho conversávamos e
quando chegamos perto, o Felipe diz a mãe.

- Mãe, o Thalles vai almoçar em casa hoje, pode?

- claro que pode, filho, vai ser muito bom. - disse a Laura com aquele
sorriso dela.

- acho melhor não, não quero incomodar. - na verdade eu não queria ter
que me encontrar com o Lucas.

- imagina meu anjo, não vai ser incomodo não. Vamos lá, só liga na sua
casa avisando.

Sem escolhas, tive que aceitar depois de muito o Felipe insistir.
Chegando à casa dele, entramos e encontramos na cozinha a empregada da Laura e
o Lucas conversando. Felipe foi avisando ao irmão a minha visita.

-Lucas, temos visita pro almoço hoje, não vai cumprimentar o Thalles?

-Opa, é claro, oi, Thalles. - Dizia Lucas me abraçando com força e uma
alegria e simpatia incrível. Às vezes me pergunto como ele conseguia ser tão
falso? Tudo parecia tão verdadeiro que às vezes eu até esquecia que era tudo
encenação.

Enquanto preparava a mesa para o almoço, Lucas ficou de um lado do
balcão mexendo no celular como se estivesse conversando com alguém ou digitando
algo, Felipe ia colocando os pratos e a Laura estava na área do fundo
conversando no celular.

Almoçando, começamos a conversar sobre a viagem ainda e sobre como
seria a semana, projetos da Laura na loja dela e da minha mãe. Em um momento o
Lucas pega o celular dele, enfia debaixo da mesa com pressa pra ninguém
perceber, claro que eu vi e estranhei muito, mas logo depois fui descobrir por
que. Meu celular anunciou a chegada de uma mensagem, parei meu almoço e fui ler
e ver de quem era. Quando comecei a ler, tenho certeza que fiquei branco na
mesma hora. Assim era a mensagem:

" Já vi que ameaças não adianta contigo né? ultimo aviso, se você
não quiser que a conversa tome outro rumo aqui nessa mesa, acho melhor pegar as
suas coisas e ir embora agora mesmo. Lucas."

Ao terminar de ler a mensagem, apenas olhei para o Felipe que já me
olhava estranho e resolvi me retirar dali mesmo.

- preciso ir.

- termina o almoço primeiro, Thalles. - disse Laura espantada com a
minha reação.

- Desculpa o incômodo, Laura, mas preciso ir.

Quando ia me retirando da cozinha, ainda pude escutar ela perguntando
se tinha acontecido alguma coisa grave, mas a deixei sem resposta. Passei
correndo na sala, peguei a minha mochila e fui até o portão, mas antes de
conseguir sair, Felipe segurou o meu braço me impedindo de sair.

- o que é isso, amor? Por que você ta assim?

- Não devia ter vindo, desculpa. Preciso ir pra casa, amanhã
conversamos.

Tirei o meu braço dele e correndo sai da casa dele e fui para casa.
Chegando em casa, a Maria abriu o portão para mim. Sem ver quem estava em casa,
subi as escadas e fui direto para o meu quarto. Joguei minha mochila em um
canto, deitei na minha cama e comecei a chorar. Mil pensamentos passavam pela
minha cabeça, como o Lucas tinha meu numero? Mas isso era de menos, o que eu
sabia que o Lucas não estava de brincadeira, ele realmente tava decidido em
infernizar a nossa vida se eu não me afastasse do Felipe, e em meio a choros,
decidi que era isso que teria que acontecer. Isso me partiria o coração, mas eu
já estava sem escolhas. Adormeci com meus pensamentos.

Acordei eram sete horas da noite com a minha mãe me acordando. Meu
quarto já estava escuro, ela acendeu a luz e sentou-se na minha cama e começou
a conversar.

- meu filho, ta tudo bem com você?

- sim, mãe, por quê?

- a Maria me disse que você chegou e apenas subiu para o quarto e ta
aqui até agora, sem contar que a Laura me disse que você apenas saiu correndo
da casa dela no meio do almoço. Te conheço, Thalles, sei que ta acontecendo
alguma coisa. Me conta o que ta acontecendo?

Apenas abracei a minha mãe e comecei a chorar, naquele momento era o
que eu mais queria, um abraço dela. Ela, sem entender, mas também sem me
questionar mais, apenas me abraçou e ficou ali, mexendo em meus cabelos,
fazendo carinho, até eu terminar de chorar e soltá-la depois do abraço.

- está melhor?

- estou sim, mãe, obrigado.

- se quiser não precisa me contar agora o que ta acontecendo, mas
promete que se precisar, vai contar pra mim? Não quero te ver assim.

- tá bom, mãe, desculpa não contar agora.

- Tudo bem, agora levanta, toma um banho e desce para jantar tá bom?

- tá bom mãe, já eu desço. ah mãe...

- sim.

- qualquer coisa, só diz que eu to doente, seja pra quem for.

- tá bom, anda logo senão a janta esfria.

Tomei meu banho e desci pra jantar com meus pais. Depois da janta
apenas voltei para o meu quarto e deitei na minha cama tentando esquecer os
problemas, mas era inútil. Não queria saber de mais nada, nem meu PC eu ligava,
apenas fiquei o tempo todo no escuro, deitado vendo o tempo passar. No outro
dia resolvi não ir para escola, eu não estava com ânimo de encontrar o Felipe e
ter que me explicar. Nesse dia, resolvi dormir ate mais tarde. Não almocei e à
tarde eu vi que Felipe estava na minha casa, ele insistiu em bater na porta do
meu quarto, mas não obteve sucesso, pois eu em silencio, apenas escutava e
chorava por estar fazendo aquilo. Nessa rotina, passei dois dias trancado em
meu quarto, com a luzes apagadas, vendo o tempo passar. Na quinta à tarde
começaram a bater novamente porta do meu quarto.

- Abre a porta Thalles, sou eu, Thiago.

Não estava acreditando que ele estava ali, ele era a única pessoa que
eu imaginaria ali depois do que aconteceu na viagem.

- eu sei que você ta ai, abre, por favor.

Abri a porta e pedi que entrasse. Ele entrou e logo foi abrindo as
janelas, e depois de alguns dias eu fui ver a luz do sol.

- o que ta acontecendo com você, amigo?

- apenas tava doente, mas ta passando.

- sem essa, amigo, eu sei que não tem nada a ver com doença e sim
depressão. Minha mãe me disse que há três dias você não vai à escola, que
apenas sai do quarto para beber água, que nem comendo está. To muito preocupado
contigo. O Felipe te fez alguma coisa?

- Não, ele não me fez nada.

- então por que você ta assim, cara? Não gosto de te ver assim.

- Um problema sério.

- por favor, pode contar comigo e você sabe. Se abre comigo.

Eu estava cansado de guardar aquilo comigo, e eu precisava desabafar
com alguém pessoalmente, alguém envolvido e que nos conhece, mas que fosse de
confiança. Naquele momento, o Thiago era a pessoa que eu precisava. Contei tudo
para ele, desde o começo, as ameaças e chantagens e contei até o ultimo
acontecimento. Claro que a reação dele foi de alguém horrorizado com o que
acabava de escutar.

- Caracas, mano, esse Lucas é desgraçado.

- entende agora por que eu estou assim?

- o motivo sim, mas não concordo.

- por quê?

- cara, você não deve cair nessa depressão. Você está realmente
ficando doente por causa disso, olha a sua cara pálida, fraco e sem ânimo. Você
não pode ficar assim. Deve levantar, sair desse quarto e lutar por ele.

- não tem luta, tem rendimento.

- como assim, Thalles?

- Thiago, já decidi, eu não vou prejudicar o Felipe, e se para
mantê-lo aqui e feliz, eu tenha que me afastar dele, vai ser o que eu vou
fazer.

- tem certeza que é isso que você quer?

- não, eu não quero fazer isso, mas é o que eu terei que fazer.

- já sabe o que vai dizer a ele?

- não sei, por isso estou assim também, não posso simplesmente dizer
que eu quero terminar o namoro. Me ajuda?

- sim, mas não sei como.

- nem eu.

- quer dizer, até sei, mas não sei se será viável.

- como assim?

- Thalles, você sabe que eu gosto de você de um modo diferente. Não
quero me aproveitar do seu momento de fraqueza, mas, se precisar, podemos
fingir que estamos namorando, assim será mais convicto para ele aceitar.

- será que isso realmente seria necessário? Isso vai magoá-lo muito e
também não quero me aproveitar do seu sentimento.

- a mim não precisa se preocupar, sou eu que to te oferecendo. Já ao
Felipe, você que decide, mas você sabe que ele não é de desistir assim fácil.

- deixa eu conversar com ele amanhã. Qualquer coisa eu vejo o que eu
faço na hora.

Thiago passou mais um tempo conversando comigo, me fez tomar um banho
e descer para comer alguma coisa junto com ele. O dia passou normal e a
companhia do Thiago já tinha me ajudado muito aquele dia, parecia que eu já
voltava ao normal, as forças voltavam e tudo mais. Embora meu medo de encarar o
Felipe no colégio no outro dia era grande, eu sabia que não podia mais adiar,
então resolvi ir dormir cedo e no outro dia encarar a realidade.

No outro dia, acordei, tomei meu banho, me arrumei e voltei ao
banheiro pra pentear o cabelo. Enquanto eu penteava notava que eu estava com
uma aparência muito ruim, eu ainda estava pálido e com olheiras, falar para os
outros que eu estava doente ia ser a coisa mais fácil do mundo, me olhando
daquele jeito, aposto que ninguém duvidaria, o que me restava era apenas pensar
em que doença seria essa, não dava pra simplesmente dizer que era depressão.
Desci para tomar café. Meus pais estavam na cozinha tomando café e quando me
viram logo começaram o interrogatório.

- como você tá, filho? - perguntou meu pai.

- to bem, pai.

- que bom. Você perdeu muita aula, tem que recuperar logo.

- come alguma coisa, filho. - disse minha mãe.

- não to com fome, mãe.

- mas tem que comer meu amor.

- não consigo comer nada agora.

- leva essa maçã pelo menos, pra se sentir fome mais tarde.

- tá bom.

Meu pai me deixou no colégio e foi para o trabalho. No portão da
escola encontrei a Isah, que logo quando me viu, correu e me abraçou.

- como você está, menino? O que aconteceu com você?

- estava doente, mas agora estou bem.

- sentimos saudades, principalmente o Felipe.

Caminhamos até onde estavam todos. Todos deram abraços e perguntavam
como eu estava, com exceção do Felipe, que me olhava ainda bravo.

- Oi. - disse ele sério

- Oi. - eu disse já meio triste.

- será que podemos conversar?

- sim, podemos.

Deixamos o pessoal e fomos pra um lugar afastado perto da quadra da
escola, lá não havia ninguém.

- eu te fiz alguma coisa?

- não, você não fez nada Lipe.

- por que você sumiu? Por que saiu daquele jeito da minha casa na
segunda? fui na sua casa, por que não quis me atender? Liguei varias vezes no
seu celular e ele só desligado.

- me desculpa, eu só não estava bem.

- me conta o que foi, você não gosta mais de mim, Thalles? - Felipe já
disse isso chorando, o que me deixou com o coração na mão. Eu não ia conseguir
terminar com ele ali.

- claro que te amo.

Demos um longo abraço, eu estava sentindo muito a falta dele.

- por que você fez isso, Thalles?

- Vamos esquecer isso. Só me faz um favor?

- por que esquecer? - disse ele confuso

- pode me fazer um favor?

- sim meu amor, tudo o que você pedir.

- Vamos nos encontrar somente no colégio.

- por que isso?

- os meus pais começam a desconfiar. (menti para ver se ele aceitava).
Por favor, te peço.

- Não vejo como seus pais desconfiam de nós dois, a gente nem da
bandeira.

- Felipe, só não quero dar motivo pra eles descobrirem.

- se é isso que você quer, tudo bem. Mas, por favor, não me abandone
mais.

Demos outro abraço e fomos ao encontro dos outros.

O final de semana passou e alguns dias da outra semana também, e,
todos dos dias, eu e o Felipe nos encontrávamos somente na escola. Aquela
situação não me agradava e ao Felipe menos ainda. Todos os dias ele me
questionava o porquê daquilo, por mais que eu quisesse me abrir, eu sabia que
não podia. Na quinta feira, na saída da aula, Felipe veio conversar comigo.

- Thalles, não agüento mais isso. Se encontrar apenas na escola. Poxa,
sinto muito a falta de nós dois.

- Eu também não agüento mais isso Lipe.

- Então vamos parar com isso, já perdeu a graça, se é que teve um dia.

- Poxa Felipe, eu sei que tá difícil.

- Então acabou isso.

- ainda não Lipe, por favor.

- poxa amor, por que? Não agüento mais todo esse mistério.

- me desculpa. - comecei a chorar.

- Não precisa chorar. Não vou mais te pressionar, mas tenta entender o
meu lado.

- eu entendo.

- tudo bem, não precisa mais chorar, vamos continuar assim, se é o que
você quer. Mas pelos menos almoça comigo hoje?

- Não posso ir na sua casa.

- Por que Thalles?

- Lipe. - disse meio tristonho

- tá, já entendi. Vamos no shopping então?

- tudo bem. - disse meio preocupado, mas com um sorriso no rosto.

Ligamos para nossos pais avisando que não precisava vir nos buscar.

Almoçamos no Shopping e depois fomos ao cinema fazer uma sessão
pipoca, e assistimos a dois ótimos filmes. Claro que nos namorávamos mais do
que assistíamos. No final da sessão pipoca, resolvemos voltar pra casa, Felipe
foi para a casa dele e eu fui para a minha. As coisas entre mim e o Felipe,
embora escondidas, começavam a caminhar e aos poucos eu começava a esquecer das
ameaças do Lucas, que eu já não o via há algum tempo. Cheguei à minha casa, era
umas sete e meia da noite, notei que tinha alguém em casa, quando entrei na
sala, Lucas estava sentado em um sofá com aquele sorriso cínico olhando pra mim
e meus pais sentados no outro sofá me olhando sérios.

 
Chegamos ao restaurante e eu admirei, realmente ele era muito bonito,
bem decorado, um ótimo local. Sentamo-nos em uma mesa quase perto a porta
mesmo, um lugar meio afastado e de pouca visão para quem tenta ver de dentro do
lugar. Assim que sentamos o garçom trouxe o cardápio. Minutos depois fizemos o
nosso pedido e começamos a conversar sobre nós dois, a viagem e tal. Minutos
depois o garçom volta com o nosso pedido, e depois jantamos normal. No final do
jantar, Felipe pediu sobremesa para nós dois, um creme de papaya com licor.
Antes de a sobremesa chegar, ele tira um saquinho do bolso e desse saquinho ele
tira dois anéis.

- Espero que goste, meu amor. São simples, mas comprei com o intuito
de formalizar o nosso namoro.

- meu amor, eles são lindos.

- dentro dos dois estão nossas iniciais. F & T

Meus olhos lacrimejaram e eu não contive a emoção, Felipe discretamente
colocava o meu anel no meu dedo e depois entregou o dele para eu colocar no
dedo dele. Não poderíamos nos beijar ali, pois seria perigoso alguém ver, mas
mais tarde eu o recompensaria com os beijos que não podia dar no momento. Nossa
sobremesa chegou, mas confesso que não liguei muito, pois eu ainda estava
hipnotizado com a beleza daquele anel. Quando olhei para ele, vi que ele estava
sorrindo.

- vi que acertei no presente, né.

- claro que sim, ele é lindo. Obrigado, amor.

- espero um dia trocar ele por um de noivado e depois de casamento.

- claro que sim, meu amor. vou adorar.

Chegamos à casa e descarregamos as malas para a Laura seguir viagem.

- Lucas, você não quer com o pessoal? - perguntou Laura.

- é mano, vai ser legal, fica aqui com a gente? - insistiu Felipe

Eu fiquei apreensivo com medo de Lucas resolver aceitar o convite, mas
para a minha alegria ele recusou.

A casa tinha três quartos, o Raffa, espertinho como sempre, foi fazer
a distribuições deles.

- seguinte cambada, nos quartos vai ser assim: no primeiro fica
Jefferson, Vinicius, Carol e a Isah. No outro fica eu, o Lipe e o Thalles e no
outro o Pietro e o Thiago. Alguém contra? Fale agora e apanhe pra sempre.

Eu ri muito do Raffa, alguns encheram o saco dele, mas todos
concordaram e foram para os seus quartos. No nosso, Raffa se apossou da cama de
solteiro, deixando a de casal pra mim e pro Felipe.

- É, meninos, nunca digam que o papai Raffa aqui nunca fez nada por
vocês.

- valeu, maninho. agora cai fora e deixa eu e o Thalles a sós. - disse
Felipe dando risada.

- controla os hormônios, boy. Deixa pra a noite porque temos muita
coisa pra fazer ainda hoje.

- e como vai ser a festa, senhor aniversariante? - perguntei ao Raffa.

- ta ai uma coisa que eu não sei. o que me sugerem?

- algo simples. - sugeri. - ta em cima da hora e não da tempo de fazer
algo grande.

- mas também não vamos fazer algo pequeno né, amor. Só musica, bolo e
velinhas não tem graça. Tem que ser algo pra marcar a viagem.

- mas não conhecemos ninguém aqui pra fazer uma festa grande e legal.

- eu queria uma festa à fantasia. - disse Raffa.

- seria legal, eu também queria uma, mas ta em cima da hora, arrumar
fantasia agora é foda.

- tem razão, Thalles. como faremos então?

- pensamos no caminho do mercado. Vamos comprar as coisas.

Descemos os três e encontramos o Pietro, Thiago e o Jefferson
conversando na sala.

- cade o restante do povo? - perguntei.

- foram na farmácia, a Isah ta com uns problemas femininos saca? ai
foram lá comprar absorventes. - disse Jefferson

- é, a brincadeira foi cancelada pro Vinicius esse final de semana por
problemas técnicos. - brincou Pietro.

- não entendi. - disse Felipe.

- O loiro aqui é o Thalles, Lipe. - brincou Jefferson.

- cala a boca. - disse sorrindo ao Jefferson

- Provavelmente não vai rolar, já que ela ta menstruada Lipe - disse
Thiago.

Todos riram e foram se espalhando pela casa, ficando apenas eu e o
Felipe na sala. Foi quando ele sussurrou no meu ouvido.

- ainda bem que não temos esse problema, seria tenso se isso
acontecesse com um dos dois nesse fim de semana.

- seu bobo.

Fui até a cozinha onde estava o Thiago e o Jefferson.

- Jefferson, cadê a caixa de som e o Globo? - perguntei

- ta no porta malas ainda, já eu tiro de lá. Vamos colocar aonde?

- Deixa eu ver com o Raffa, ele ta chegando.

- o que ta acontecendo, muchachos?

- Onde vamos colocar o som e o Globo? - perguntei

- não sei, temos que decidir como vai ser a festa. Ninguém da uma
idéia decente.

- Vamos fazer aqui na área de lazer mesmo. Fechamos um pedaço da área
aqui e montamos uma discoteca com o globo e tals e assamos uma carne ali na
churrasqueira. bom que os bebados cai na piscina depois hehehe. O que acham?
uma Pool Party. - sugeriu Thiago

- Pra mim fechou, adorei a idéia. Não vai dar muito trabalho e vai ser
legal. - disse Raffa

- Bem, se o aniversariante concorda, que somos nós pra recusar? Pra
mim fechou também, a idéia é boa. - disse Jefferson

Todos concordaram, nisso Vinicius e as meninas chegam da farmácia e
começamos a distribuir os serviços. Vinicius, Thiago, Carol e Isah ficariam na
casa pra limpar o local e instalar o som, o globo, limpar a piscina e outros.
Eu, Felipe, Raffa, Jefferson e Pietro fomos comprar as coisas pra festa.
Pegamos o carro e fomos procurar um supermercado. Depois de meia hora perdidos,
conseguimos encontrar um mercado perto da praça da cidade.

No mercado, Raffa e o Felipe foram pra fila do açougue e eu mais os
dois irmãos fomos comprar as bebidas e as outras coisas.

- Quem vai cuidar da carne assando? - perguntei - não levo jeito
nenhum pra churrasqueiro.

- deixa comigo, eu cuido - disse Pietro

- Gente, vamos comprar um bolo pro Raffa? - perguntou o Jefferson.

- mais cedo ele disse que não precisava se incomodar com isso. - disse
a ele

- ah, mas vamos cantar parabéns pro cara sem nada?

- Vamos comprar, se ele não gostar, a gente come.

- Beleza, vocês pegam as bebidas ai e eu vou pegar o bolo lá. -
sugeriu Pietro

- mano, passa no caixa e esconde no carro, vamos fazer surpresa pro
Raffa. - disse Jefferson

- fechado, eu já volto.

Aproveitei que estava a sós com o Jefferson pra por as conversas em
dia.

- como ta o lance com a Carol?

- Caminhando, né? Conversamos bastante e digamos que já passou aquela
fase chata do relacionamento, agora estamos mais light.

- que bom. sorte pra vocês.

- e você e o Lipe?

-mais ou menos, eu sei que o irmão dele ta enganando ele e o pior que
ele não quer enxergar. Pior que ele ta tão animado e feliz acreditando nessa
mentira, que não acredita em mim.

- e agora?

- vou deixar rolar e descubrir um jeito de desmascarar o Lucas.

- tenso. Mas o Lipe ta mais animado por causa dessa viagem também.

- ta sim, e diz que ta preparando uma surpresa pra mim nessa viagem,
algo que vai ser legal pra nós dois.

- vai ser sim. Já to sabendo.

- sério, me conta, por favor.

- Ta louco, se eu fizer isso o Lipe me mata.

- ah, somos amigos.

- desculpa, migo, mas não quero estragar a surpresa. De boas, se
preocupa não, você vai gostar.

Ficamos ali conversando e escolhendo as bebidas, tempo depois o Pietro
se junta a nós com um sorrisão no rosto.

- o que aconteceu? - perguntou Jefferson.

Pietro mostrou no celular dele um numero de um contato chamado
Vanessa.

- quem é essa? perguntei.

- aquela ali no caixa. apontou Pietro em direção pra duas moças que
passavam as compras no caixa. elas realmente eram lindas e não parava de olhar
na nossa direção e sorrir. – é, manolos, digamos que essa noite eu não passo
sozinho. Tem problema eu ter convidado elas pra festa não né?

- Não, vai ser legal mais companhia. - afirmei.

Chegando perto do açougue, o Felipe e o Raffa já estavam terminando de
ser atendidos, no carrinho tinha carne pra um batalhão. Os dois estavam
cochichando, quando perceberam que nos aproximava deles, mudaram de assunto.

- o que tanto vocês cochicham ai? - perguntei.

- segredo, Boy. - disse Raffa.

Resolvi não insistir. Fomos para a fila do caixa e quando passávamos
as compras, o Pietro recebeu um torpedo e depois nos informou que as companhias
estavam confirmadas.

- que companhia? - perguntou Raffa.

- umas garotas que conheci aqui. Tem uma pra você também
aniversariante, é o meu presente de aniversario pra você. Parabéns. - disse
Pietro

- ah garoto, é isso ai. Aos demais, aprendam com esse cara, ele sim
sabe dar presentes certos.- brincou Raffa

- ta bom, ano que vem te dou um harém de presente. - brincou Felipe.

Pagamos as compras e fomos para casa. Chegando lá, o Vinicius já tinha
arrumado o som e o Thiago tava colocando o globo. Carol tava limpando a piscina
e a Isah varrendo a calçada. Ja era quase sete da noite, Felipe ficou com o
Pietro na cozinha temperando a carne e eu e o Thiago estávamos arrastando o
Freezer pra fora e começamos a guardar as bebidas. Quando olhei para a porta da
cozinha, vi o Felipe parado me observando sério e depois ele voltou pra
cozinha.

- segura as pontas ai, Thiago. Vou resolver outro assunto ali.

Fui até a cozinha e o Felipe tava ali sozinho, parecendo estar muito
pensativo.

- o que aconteceu Lipe? Por que não vai lá fora conversar com a gente?

- você e o Thiago já são bem amiguinhos né, Thalles?

- Amor, eu sou amigo de todos. Por que esse ciúme todo? Será que toda
vez que eu digo que te amo não e o suficiente pra você acreditar em mim, no meu
amor, e parar com esse ciúme? hoje é dia de festa, amor, vamos nos divertir.

- Desculpa, é que eu tenho muito medo de te perder. Mas você tem
razão, não tenho motivos pra ficar com ciúmes, vou tentar me controlar mais.
Vamos subir e nos arrumar?

- Vamos, bebê.

Subimos e fomos tomar banho e nos arrumar.

- to com saudades de tomar banho com você. - disse Felipe todo
carinhoso.

- o meu amor, eu também to. Mas melhor não arriscar aqui.

- eu sei.

Eu tomei meu banho primeiro. Quando sai, foi a vez do Felipe. Nós
fomos os únicos privilegiados a ficar com a suíte da casa. Enquanto Felipe
tomava banho, eu liguei o meu note e entrei no MSN. Encontrei o Lippe e o Caio
online, conversei com eles uns 15 minutos sobre a festa, até o Felipe sair do
banho. Sai do MSN e fui me arrumar.

- fazendo no note, amor? - perguntou Felipe

- Checando o Orkut um pouquinho, mas já sai.

Começamos a nos arrumar, aquela noite tava muito calor, então optamos
por usar bermuda e chinelo mesmo. Eu estava com uma bermuda Jeans, uma camiseta
gola V azul claro e chinelo, já o Felipe tava com uma bermuda xadrez clara, uma
camiseta regata branca e chinelo também. Felipe estava muito mais lindo ainda,
se é que é possível, ele ficava bem de regata com aqueles braços fortes pra
fora. Passamos perfume e depois descemos.

Todos já estavam lá embaixo e os convidados já tinham chegado e se
enturmado. Pietro cuidava da churrasqueira e da Vanessa ao mesmo tempo, os
outros três casais estavam dançando e namorando muito, inclusive o Raffa, que
já estava ficando com a outra garota que estava no supermercado, chamada
Patrícia. Além das duas garotas que já vimos, vieram mais duas pessoas, o Pedro
e a Aline que são irmãos. Os dois estavam fazendo companhia para o Pietro e a
Vanessa. Eu e o Felipe cumprimentamos os convidados, começamos a conversar com
o pessoal que tava perto da churrasqueira e começamos também a comer e beber.
Depois de alguns minutos notei que o Thiago não estava ali por perto, deixei o
pessoal conversando e fui procurá-lo. Quando entrei na sala, vi ele entrando
pela outra porta e a trancando.

- então você ta ai.

- oi, migo, ta ai a muito tempo?

- não, tava te procurando. Ta tudo bem?

- acabei de terminar com a minha namorada.

- que barra, heim?

- que nada, agora que eu to feliz. Vamos pra festa, quero beber todas
hoje.

Voltamos para a festa e começamos a comer. A festa ocorreu
normalmente. Minutos antes da meia noite, eu e o Felipe fomos até a cozinha e
pegamos o bolo que estava escondido na geladeira pra cantarmos parabéns ao
Raffa (detalhe: passamos a tarde inteira impedindo ele de alguma forma de
chegar até a geladeira, pra não ver o bolo). Lipe deu o sinal, eu acendi a vela
de 17 anos do bolo e saímos cantando parabéns pra ele. Depois de cantar, cumprimentamos
e abraçamos ele e começamos a comer o bolo.

- Gostou da surpresa? - perguntou Jefferson.

- gostei sim, muito. Mas confesso que já tinha visto o bolo lá na
geladeira.

- como você viu? - perguntei

- eu ja desconfiava, ai vocês deram bobeira, eu fui lá xeretar.
hahahaha

- seu mala, ano que vem também não ganha. - brincou Felipe

A festa foi ocorrendo normal e perto das três da manhã os convidados
já estavam indo embora.

- fiquem mais um pouco. - sugeriu Pietro.

- não dá mano, tenho que deixar essas meninas em casa logo, se não os
pais delas enchem o saco. - explicou Pedro.

- vamos nos encontrar amanhã. - sugeriu Aline.

Todos concordaram, cumprimentamo-los e depois voltamos para a festa.
Já estávamos um pouco alterados por causa da bebida, foi quando o Raffa e o
Thiago tiveram a brilhante ideia de jogar todos na piscina. Poucos minutos
todos já estavam molhados, bebendo e dançando dentro da piscina. Eu e o Felipe
estávamos conversando próximos à piscina, mas nada que chamasse a atenção, do
nosso lado estavam as gêmeas, o Jefferson e o Vinicius no maior agarro,
namorando muito. Confesso que eu estava morrendo de inveja, queria ta fazendo a
mesma coisa com o Felipe ali, mas eu sabia que não podia. O que eu não contava
é que o Felipe estava sentindo a mesma coisa, mas sem controlar seu impulso,
ele me agarra e me rouba um beijo ali mesmo, deixando todos de boca aberta com
a cena que viam ali. Felipe já estava bêbado e não mediu as conseqüências
daquele ato.

- que porra é essa? - gritou Vinicius.

- Agora fudeu. - disse Jefferson.

- você viu, Jefferson, os dois tavam se beijando. - Vinicius disse
assustado

- calma, mano, deixa os cara se explicarem. - Jefferson tentou
acalma-lo.

- Explicar o que? ta vendo não? Eles são veadinhos, mano.

- Eu sei, mas deixa eles.

- você sabia disso? por que não contou?

- por que não é eu que tinha que fazer isso.

- credo, véio, que vergonha. eu vou sair daqui. - Vinicius disse já
saindo da piscina.

A Isah também saiu da piscina e foi atrás do Vinicius. Eu estava
paralisado, não tava crendo naquilo que eu tava vendo, a minha vontade era de
sumir dali. Apenas sai da piscina e fui direto pro quarto, Felipe foi logo
atrás de mim. Entramos no quarto e trancamos a porta.

- Lipe, você viu o que aconteceu?

- dei mancada, eu sei, amor. Como sou tão burro.

- Também não é assim, Lipe, não precisa se penalizar assim. Mas o que
aconteceu agora foi foda.

- Desculpa, Thalles, não aguentei. O clima tava tão bom pra namorar, e
eles tavam se agarrando do nosso lado, fiquei com inveja e não me contive, ai
fiz a burrada. Mas foi bom também, logos eles teriam que saber.

- eu sei, amor, mas não dessa forma né. Pra contar essas coisas, tem
que ser com calma, como foi com o Raffa.

- Ta, isso eu sei. Já sei que dei mancada. O que vamos fazer agora?

- deixar rolar agora.

Ficamos deitados conversando e nos beijando, um tempo depois o Raffa
bate na porta pedindo para entrar. Levantei-me e fui abrir.

- como ta o clima lá embaixo, Raffa? - perguntei meio sério.

- meio calor, Thalles, porém agradável. - disse ele debochando

- você sabe do que eu to falando, seu bobo - eu disse não contendo a
risada depois da palhaçada do Raffa.

- Tranquilo, mano, todo mundo aceitou de boas, principamente as gemêas
que amaram a idéia, sabe como é mulher, adora ter amigos gays. A situação só ta
tensa em relação ao Vinicius que ainda não engoliu a história, vocês sabem como
ele é. Se preocupem não, o Jefferson e as meninas tão lá conversando com ele
agora. Vocês vão ver, logo ele já vai ficar de boas.

- assim espero. - disse Felipe se pronunciando.

- Vamos dormir povo, o tempo é pouco e lá pras nove da manhã nós vamos
sair pra ir no balneário municipal. - ordenou Raffa

- por que tão cedo? perguntou Felipe

- pra aproveitar mais o dia. Só isso. Apaga a luz e vamos dormir. Ah
meninos, se comportem.

- com o meu gatinho aqui do meu lado, meio difícil hein. - disse
Felipe

- me obedeçam, sou o mais velho agora. - brincou Raffa

- sim, papai. - eu respondi.

Deitamos pra dormir e logo apagamos.

Era umas oito horas quando o Pietro entrou no quarto dando
travesseirada em nós e fazendo a maior bagunça.

- acorda, preguiçosos, anda. Se ficarem ai com preguiça vão ficam pra
trás e vão se fuder indo a pé pro balneário.

Acordamos e fomos tomar banho. Eu fui o ultimo a usar o banheiro.
Depois de tomar banho e me arrumar, desci pra tomar café, na cozinha estava o
Raffa e o Vinicius, que ainda continuava com a cara fechada, tomando café.
Peguei o meu e sai até a área da frente onde estava apenas o Thiago.

- oi - eu disse timidamente a ele.

- e ai, rapaz, como foi a noite?

- curta, mas consegui descansar e você?

- eu também.

- escuta, Thiago, sobre ontem a noite, eu não sei o que dizer.

- ta de boas, Thalles.

- você não fica de cara ou acha estranho?

- não, eu não sou careta. Acho isso normal.

- que bom. Não conta pra ninguém, por favor.

- pode deixar. Eu também preciso contar algo.

- o que?

- eu também sou bissexual. Já fiquei com outros caras antes, por isso
acho normal. Se preocupa não, o fato de ter medo que os outros descubra sobre
você logo passa e você mesmo já vai encarar isso como uma coisa normal.

- caracas, por essa eu não esperava.

- pois é amigo, acredite, nessa vida tem muita gente com o armário
metade aberto por ai, gente que você nem imagina.

Conversamos um pouco e depois fomos para onde estavam os outros. tava
tudo pronto pra ir pro balneário. Fora do planejado, fomos sair já eram quase
onze da manhã, Pietro teve que fazer duas viagens.

O dia tava ensolarado e muito calor, um clima ótimo para tomar banho
no rio e se divertir. Como era feriado, o balneário estava lotado, mas mesmo
assim não tirou o nosso ânimo que só aumentava vendo aquelas águas cristalinas
e muitos peixes passando por nós. Vestimos nossos trajes de banho e fomos pro
rio. A grande atração lá tava sendo a tirolesa, o que fez o pessoal sair
correndo pra frequentar a fila para ir nela. Eu iria mais tarde, não tava a fim
de perder metade do meu dia naquela fila. Sentei na beirada da ponte que tinha
sobre o rio, e com os pés dentro da água, fiquei balançando e pensando na vida,
sem perceber, senti uma mão sobre o meu ombro. Era o Vinicius.

- a gente pode conversar?

- pode sim, cara, senta ai.

Ele se sentou e ficou um pouco mudo, como se estivesse escolhendo as
palavras pra iniciar aquela conversa.

- Thalles, queria te pedir desculpas por ontem à noite.

- Tudo bem, não precisa se preocupar não.

- eu agi errado, confesso. Conversei com o pessoal e percebi que eu
agi imaturamente. Vocês são nossos amigos, e se é isso que vocês querem, cabe a
nós aceitar. Não vou mais implicar com vocês, só preciso de um tempo pra me
acostumar com a idéia, beleza?

- tudo bem, desculpa também pelo modo como você ficou sabendo, não
queríamos esconder de vocês, mas tínhamos medo da reação que vocês teriam.

- eu entendo. Só não quero perder a amizade de vocês. Continuamos
amigos?

- sempre.

- vou lá pra tirolesa, vamos?

- mais tarde eu vou, pode ir lá.

Nos demos um meio abraço e ele voltou pra fila da tirolesa com os
demais.

O resto da tarde ficamos sentados de baixo das sombras das arvores,
conversando e alguns dormindo.

- o que vamos fazer essa noite? - perguntou Carol

- é sexta feira santa, os lugares estão todos fechados. - disse
Thiago.

- o jeito é ficar em casa mesmo. - disse Jefferson

A tarde passou normal e às cinco da tarde já estávamos indo embora. No
caminho da segunda viagem, o Pietro recebe uma ligação, era a Vanessa chamando
todos pra encontrar o mesmo pessoal da noite anterior na praça. Eles estavam lá
tomando tereré e perguntou se nós não queríamos fazer companhia a eles. Como
ninguém tinha nada pra fazer mesmo, fomos para lá depois de chegar do
balneário. Lá conversamos bastante e recebemos o convite da Patrícia de ir no
outro dia no hotel fazenda dos pais dela. Ela disse que era um lugar agradável,
pois tinha lugar pra fazer trilha, muitas cachoeiras e rios pra tomar banho, o
que animou a todos e combinamos de ir pra lá então no outro dia. Já era dez da
noite, despedimos deles e fomos para casa dormir. Aquele dia eu tava exausto,
pois não tínhamos dormido quase nada na madrugada anterior.

No sábado acordamos cedo novamente e ficamos esperando o Pedro, a
Vanessa e a Aline chegar em casa, para ir com a gente pra casa da Patrícia. O
espaço nos carros não daria pra todos, então o Thiago e o Raffa iriam de moto,
enquanto eu e o Felipe iríamos de carona com o Pedro e as meninas e o restante
no carro do Pietro. Chegamos lá quase nove e meia da manhã, Patrícia já nos
aguardava sentada numa cadeira de fio na área da frente da casa. Cumprimentamos
os pais da Patrícia e seu irmão e depois nos organizamos de fazer trilha pela
fazenda antes do almoço.

- Patrícia, essa fazenda é show. Muito bom aqui.

- Obrigada, Pietro.

Terminamos de fazer trilha já passava das onze e o almoço já estava
quase pronto. Um tempo depois começamos a almoçar, e até na hora do almoço nós
fazíamos a bagunça, estar com o pessoal ali reunido era muito divertido, sem
contar também que a comida da mãe da Patrícia era ótima. Depois do almoço
ficamos ali pela casa mesmo descansando. Às duas da tarde, descemos pra ir à
região das cachoeiras e do rio. O local era abaixo do nível da casa, então para
descer era moleza, o difícil era subir pra voltar. Lá nas cachoeiras, já
estavam todos banhando e se divertindo, os casais estavam mais ainda
aproveitando o momento, menos eu e o Felipe.

- Thalles, queria tanto te beijar agora.

- eu sei, meu fofo, eu também queria muito, mas vamos nos controlar,
tem gente aqui que ainda não sabe e nem seria interessante que soubessem.

- é, eu sei.

- oi casal, tem água ai na garrafa? - perguntou Jefferson.

- tem não, migo, vai ter que subir lá na casa pra buscar mais. - disse
Felipe

- vou lá então. - disse Jefferson.

- Deixa que eu vou lá, assim aproveito pra ir no banheiro. - eu disse.

- olha o matinho ali amor. - brincou Raffa

- larga de ser besta, só to falando que vou aproveitar pra ir. vai
comigo?

- tenho que ir mesmo? Ta tão bom aqui dentro do rio. - disse Felipe
manhoso

- ta bom, seu preguicinha, vou lá sozinho e já volto.

Fui até a casa e enquanto a mãe da Patrícia enchia a garrafa de água,
eu ia no banheiro. Depois peguei a garrafa e fui em direção aonde o pessoal
estava, no meio do caminho escuto alguém chamar o meu nome. Era o Thiago.

- Thalles, vem aqui ver.

Ele tava em cima de uma rocha no alto. Quando subi lá tive o
previlégio de ter uma vista linda da região da fazenda e do local onde o
pessoal estava tomando banho de rio.

- linda a vista daqui, né?

- linda mesmo, Thiago. Depois vou pegar a câmera e tirar foto daqui de
cima.

- eu também. vamos pra lá?

- vamos.

Quando eu ia descer, escorreguei e cai de cima da rocha, batendo o meu
joelho no chão, fazendo doer muito. Fiquei ali caído no chão e o Thiago foi me
ajudar a me levantar.

- joga o braço no meu ombro e se apoia em mim.

Aos poucos ele me levantou e foi me ajudar ir ate onde o pessoal
estava, mas no caminho topamos com o Raffa e o Felipe subindo na nossa direção.

- Aonde você vai, Lipe? - perguntei

- tava indo te procurar, afinal você tava demorando muito, mas agora
eu já sei por que né. Você tava ai agarrando o seu amiguinho no meio do mato.

- não é nada disso Lipe, eu cai e o Thiago tava me ajudando.

- da um tempo, Thalles! Ta na cara que vocês estavam se pegando ali no
mato.

- ow, calma ai, cara, não é isso que você ta pensando não. - Thiago
tentou explicar.

- ta bom, sei, finjo que acredito. Eu não esperava isso de você,
Thalles.

- Mas, Lipe, eu to falando a verdade.

- Cala a boca, Thalles, to com muita raiva de você. vem Raffa. -
Felipe saiu arrastando Raffa em direção a casa.

Eu e o Thiago descemos até onde o pessoal estava. Meu joelho ainda
doía muito e como estava mancando, sentei no lugar mais próximo que achei.

- o que aconteceu? - perguntou Jefferson

- Thalles caiu de uma rocha e machucou o joelho. - explicou Thiago

- isso ta inchado. - disse carol

- ta passando a dor gente, ta de boas. - disse querendo acalmá-los.

- quer ir no hospital? - perguntou Jefferson

- não, já ta melhorando, foi só mau jeito. - disse a eles.

Logo todos voltaram pro rio pra banhar e começar a se divertir. Tempo
depois o Felipe e o Raffa voltam pro local que estávamos, mas o Felipe estava
visivelmente zangado e com uma cara feia, me olhando sério. Levantei-me e
mancando fui até onde ele tava pra conversar com ele. Afastamo-nos um pouco do
lugar pra ninguém escutar a nossa conversa.

- pode parar com o teatrinho, Thalles.

- será que é difícil você acreditar em mim?

- você queria o que? Pego o meu namorado agarrado a outro cara só de
sunga saindo do meio do mato e acredite que isso é normal?

- eu não tava agarrando ele, porra! Já te disse que eu cai e machuquei
o joelho. só me apoiei a ele pra poder andar.

- quer que eu acredite nisso.

- olha aqui então pro meu joelho, eu ia fazer isso? Mostrei meu joelho
inchado. Claro que aos poucos ele ia desinchando, mas tava visível a pancada na
região, pois começava a ficar roxo.

- ta, você pode até ter se machucado, mas o que você tava fazendo no
meio do mato com ele?

- ele tava lá vendo a vista de cima de uma rocha, me viu passando e me
chamou pra ver. Eu vi e desci pra voltar, foi quando machuquei meu joelho.

- ah não, Thalles, sério mesmo, não me pede pra acreditar nessa
histórinha, pois é forçar a barra.

- acho que precisamos conversar cara, você ta entendendo errado. -
disse Thiago se aproximando de nós.

 - ah pronto, agora chega o
outro. Ta satisfeito por roubar o meu namorado?

 - cara, como você é idiota. -
provocou Thiago

- vou te mostrar quem é idiota. - Felipe partiu pra cima do Thiago e
começaram a brigar. O pessoal notou a briga e saíram correndo pra apartar, já
que eu não tava dando conta. Felipe estava com mais raiva ainda. - vou quebrar
sua cara seu babaca.

- vem, fica com medo não. - revidou Thiago.

- Cala a boca os dois. - tentei acabar a briga. - na boa, Felipe, vê
se cresce e vê a burrada que você ta fazendo. Vamos embora, Thiago.

Eu e o Thiago fomos até a casa, pegamos os capacetes e voltamos para a
casa buscar as nossas coisas para voltar pra Campo Grande. A viagem acabava
ali. No caminho, combinei com o Thiago de voltar com ele de moto. Chegamos à
casa, eu subi ate o quarto que eu tava e comecei a arrumar as minhas coisas. Um
tempo depois eu sentei na cama e fiquei pensando no que tava acontecendo. Como
meu namoro com o Felipe tava acabando por uma coisa simples, boba. Eu estava
muito magoado com a atitude dele, sei que ele tem ciúmes, mas chegar a esse
ponto já era demais, isso só mostrava que ele não confiava em mim. Minha
vontade era de chorar, chorar muito, mas eu tinha que ser forte, eu não ia
fraquejar ali, eu até poderia chorar muito e cair numa tristeza profunda, mas
em casa, aqui não. Eu tinha que controlar meu choro e ser forte, fui firme e
consegui. Continuei a arrumar as minhas coisas e o Thiago apareceu no quarto
que eu tava.

- ta pronto pra ir, amigo?

- to sim, Thiago, deixa eu só ir no banheiro pegar minha escova de
dente. Vamos sair daqui dessa casa antes de eles chegarem.

- Tarde demais, eles já chegaram.

- Droga.

- chato a viagem acabar assim, né? Como você tá?

- péssimo, mas vou sobreviver. se preocupa não.

- me desculpa causar essa confusão, acho que eu não devia ter vindo
pra cá.

- A culpa não é sua, Thiago, o Felipe que é muito imaturo ainda. Você
apenas me ajudou, não tem nada de errado nisso e, aliás, a sua companhia aqui
foi muito legal, o passeio não seria o sucesso que foi se não fosse você
também. Ao menos até esse incidente acontecer e você não tem culpa nenhuma.
Fica tranquilo.

- eu só vim por sua causa.

- como?

- nada não, eu não deveria ta comentando isso.

- não se preocupa, pode falar.

- ah um tempo eu percebi que você também gostava de homens, afinal era
impossível não notar os seus olhares pra mim, quando ia na sua casa tomar banho
de piscina.

- Meu Deus, que vergonha.

- não precisa, você já sabe que eu também curto homens. Vou te
confessar que eu sou muito a fim de você e quando você perguntou a minha mãe se
eu podia ir nessa viagem, eu logo aceitei, por que eu tinha esperança de rolar
algo entre nós dois aqui. Embora eu desconfiasse, eu tinha esperança de vocÊ
não estar namorando o Felipe.

- cara, to sem palavras. Eu nem imaginei. Mas você não ta namorando?

- tava, mas eu namorava com ela e pensava em você. No dia da festa eu
terminei com ela, porque tinha a intenção de ficar com você.

- Desculpa, Thiago, mas eu não sei o que dizer.

- tudo bem, Thalles, não precisa dizer nada sobre esse assunto, eu não
to te pressionando, agora eu sei que você gosta muito dele e eu respeito isso.
Vamos deixar esse assunto quieto e vamos embora?

- vamos.

Descemos as escadas em silencio, mas fomos parados pelo Raffa.

- aonde vocês vão?

- embora. - eu disse

- vai não, Thalles, por favor. O Felipe fez aquilo por bobagem e eu
sei que ele vai se arrepender e quando perceber que errou, vai voltar atrás.

- mas não vou ficar aqui pra esperar, já é a segunda vez que ele não
confia em mim, que não acredita em mim. Não vou ficar aqui pra ele ficar me
tratando mal. Eu sei Raffa que ele é o seu melhor amigo e que você só quer o
nosso bem. Eu gosto muito de vocês e não queria terminar a viagem assim, porém
eu não vou aguentar ficar aqui nessa situação que estamos. Quando ele se tocar
da burrada que ele fez, vai saber onde me encontrar.

Fui com o Thiago lá pra fora, já pra irmos embora, quando passei pela
varanda, estava o Felipe e o Jefferson conversando. Apressei o meu passo e
fiquei esperando na rua o Thiago tirar a moto e sair la fora. Na varanda o
Jefferson ainda tentava conversar com o Felipe.

- vai deixar ele ir mesmo, Lipe?

- não to mandando ninguém ir embora, ele ta indo pra ficar com o novo
namoradinho dele.

- será que você não percebe a cena ridícula que você ta fazendo? Ta na
cara que os dois não tem nada além de amizade. Você ta perdendo um cara legal,
um ótimo namorado por causa de um ciúme bobo, sem noção e desnecessário, mano.
O Thalles ama muito você e não ia sair traindo você do nada, ainda mais no
mesmo lugar que você está. Ele te ama muito cara e se você ama ele, não deixa
ele ir embora assim, se você deixar, pode ser que ele nunca mais volte. vai
perde-lo assim por uma besteira?

Quando Thiago começou a funcionar a moto e eu com dificuldade por
causa do joelho subi na garupa, Felipe chegou até nós, chorando e se
desculpando.

- espera, Thalles, vamos conversar.

- Felipe, se for pra continuar a briga, esquece.

- não, eu quero me desculpar aos dois. Fiz papel de otário, eu sei que
errei.

- você acha que se desculpando vai apagar as palavras que você me
disse ou os socos que você deu no Thiago?

- Não, claro que não, mas já ajuda a amenizar um pouco. Me deem uma
chance de me redimir, por favor.

- não sei se devo Lipe, se toda vez que você sentir ciúmes, você agir
dessa forma, nosso namoro não vai dar certo.

- te prometo meu amor que vou me controlar mais e não agir mais por
impulso e vou confiar mais em você, mas, por favor, não vai, eu preciso de você
do meu lado. Por favor, fica comigo?

- me faz um favor Lipe, não desperdiça mais essa chance, ela é a
ultima tá.

Desci da moto e o abracei.

- Thiago, vamos ficar. - eu disse.

- tudo bem, Thalles, eu entendo e acho legal, mas eu já vou hoje.

- por favor cara, fica, te peço. Me desculpa também pela briga de
hoje. Fica com a gente, não vai não.

- Ta de boas, Lipe, continuamos amigos, não se preocupa. Eu já tava
planejando voltar hoje mesmo, antes daquela confusão acontecer, eu quero
conversar com a minha namorada.

Thiago se despediu de nós e eu notei uma tristeza em seu olhar, eu sei
que eu estava o desapontando, mas meu amor pelo Felipe falou mais alto. Quando
ele foi saindo, o chamei e ele parou logo à frente e eu fui até ele.

- Thiago, desculpa não ir contigo agora.

- você ama ele, Thalles, por mais que eu quisesse, eu não posso negar
isso e muito menos mudar. Eu entendo o que você ta passando. Não se preocupe,
ainda seremos amigos.

- sobre a conversa de hoje.

- vamos esquecê-la, vai ser melhor pra nós dois. Você ta voltando pro
Lipe e eu vou tentar voltar pra minha namorada.

- obrigado pela a ajuda de hoje e estar do meu lado quando mais
precisei, amigo.

- tranquilo, quando você chegar em Campo Grande, nós conversamos mais.

Despedi-me dele e voltei para o grupo. Felipe me olhava curioso pra
saber o que eu conversava com o Thiago, mas tinha medo de perguntar e gerar uma
nova briga. eu resolvi saciar a sua curiosidade

- não se preocupa, Lipe, apenas tava agradecendo ele pela a ajuda de
hoje e me desculpando pelo o que aconteceu.

- Thalles, me desculpa por não ser um bom namorado. Não quero mais te
decepcionar.

- tudo bem amor, mas vamos esquecer tudo isso que aconteceu, não quero
mais lembrar disso, quero apenas se divertir.

- ta bom, meu gatinho.

Já era quase seis da tarde e o pessoal estava se arrumando pra ir pra
balada, no quarto Raffa estava todo animado.

- hoje tem festinha, vou pegar todas.

- vai mesmo? - perguntei a ele

- pior que não, a Patrícia vai também.

- tadin do Pietro, vai ter que fazer duas viagens de carro pra levar
nós. - comentei

- não vai não, eu vou de carona com o Pedro e as meninas.

- tá, mas você ta esquecendo de mim e do Lipe.

- A gente não vai com eles, amor. - disse Felipe

- não? - perguntei espantado

- não, hoje a balada é só nós dois juntinhos. - disse Felipe todo
animado.

- o que você ta aprontando, amor?

- Calma, bebê, vai ser algo legal. Vou descer com o Raffa, vou até ali
na farmácia e já volto. Enquanto isso vai se arrumando, fica bem lindo, se é
que é possível ficar mais lindo que já é, nós vamos jantar fora.

Os dois saíram do quarto e eu fui correndo ligar meu note e entrar no
MSN, eu precisava conversar com alguém, mas para a minha infelicidade, não
tinha ninguém online. Sai do MSN e fui tomar o meu banho, enrolei uns 40
minutos banhando, terminei, me sequei e depois fui escolher a roupa que eu
usaria. Estava muito curioso pra saber o que o Felipe tinha planejado pra essa
noite, mas eu sabia que seja o que for, no final, acabaríamos os dois na cama
transando. Não que eu não quisesse, mas ainda tinha muito de medo de ser
passivo na relação, em questão da dor e tal. Eu sabia que tinha que perder esse
medo, mas no momento eu não tava preparado. Arrumei-me e quando ia descer pra
ir à sala esperar ele, ele entra no quarto todo arrumado e lindo.

- você já ta pronto, amor?

- to sim, me arrumei no outro quarto, gostou da surpresa, queria ficar
bonito pra você essa noite.

- Lipe, você sempre está lindo amor.

- você também está muito lindo, Thalles. Vamos?

- Lipe, há algo que eu queria falar contigo antes.

- é sobre mais tarde, né?

- sim.

- o que foi amor?

- não vou mentir pra você, eu to com medo de ser passivo ainda.
Desculpa amor, eu tenho medo, não to preparado ainda. - comecei a me desesperar

- Não precisa se desesperar amor, lembra que eu te disse que só
fariamos quando você quisesse e estivesse pronto? Então, essa noite você não
precisa ser o passivo. Não pense nisso agora, Thalles, apenas relaxe e curte a
noite, meu amor.

- obrigado, meu anjo. vamos então, mas aonde?

- um restaurante aqui perto. Na verdade eu planejava cozinhar eu mesmo
algo pra nós essa noite, mas não daria muito certo, então vamos no restaurante
mesmo. O que nós vamos é aqui perto, da pra ir a pé e dizem que é excelente.

- então vamos logo, por que eu to louco pra conhecer.

Chegamos ao restaurante e eu admirei, realmente ele era muito bonito,
bem decorado, um ótimo local. Sentamo-nos em uma mesa quase perto a porta
mesmo, um lugar meio afastado e de pouca visão para quem tenta ver de dentro do
lugar. Assim que sentamos o garçom trouxe o cardápio. Minutos depois fizemos o
nosso pedido e começamos a conversar sobre nós dois, a viagem e tal. Minutos
depois o garçom volta com o nosso pedido, e depois jantamos normal. No final do
jantar, Felipe pediu sobremesa para nós dois, um creme de papaya com licor.
Antes de a sobremesa chegar, ele tira um saquinho do bolso e desse saquinho ele
tira dois anéis.

- Espero que goste, meu amor. São simples, mas comprei com o intuito
de formalizar o nosso namoro.

- meu amor, eles são lindos.

- dentro dos dois estão nossas iniciais. F & T

Meus olhos lacrimejaram e eu não contive a emoção, Felipe discretamente
colocava o meu anel no meu dedo e depois entregou o dele para eu colocar no
dedo dele. Não poderíamos nos beijar ali, pois seria perigoso alguém ver, mas
mais tarde eu o recompensaria com os beijos que não podia dar no momento. Nossa
sobremesa chegou, mas confesso que não liguei muito, pois eu ainda estava
hipnotizado com a beleza daquele anel. Quando olhei para ele, vi que ele estava
sorrindo.

- vi que acertei no presente, né.

- claro que sim, ele é lindo. Obrigado, amor.

- espero um dia trocar ele por um de noivado e depois de casamento.

- claro que sim, meu amor. vou adorar.

Terminamos a sobremesa, pagamos e fomos embora.

Chegando à casa, Felipe logo me agarrou e começamos a nos beijar ali
mesmo na sala. Como eu estava com saudades daqueles beijos carinhosos e cheios
de desejo. A cada mordida que ele dava em meus lábios eu suspirava de paixão,
era muito gostoso estar ali grudado a ele, sentindo o sabor de seus lábios e
sua língua invadindo a minha boca a procura da minha. Deitamos no sofá e começamos
a nos beijar mais intensamente, naquele momento eu estava consumido por um
desejo incontrolável, quando comecei a arrancar a sua camisa ele parou.

- aqui não, Thalles, vamos para o quarto.

Subimos as escadas e fomos em direção ao quarto, ele parou em frente à
porta do quarto que ficava o Pietro e o Thiago.

- amor, errou de quarto, o nosso é o outro.

- não, mor, eu troquei de quarto com o Pietro essa noite. Vamos ficar
a sós e à vontade nesse.

Quando ele abriu a porta, meus olhos brilharam, o quarto estava lindo,
bem organizado, com lençóis e cortinas brancas, parecia aqueles quartos de
cinema. Estava muito lindo.

- esse será o nosso ninho de amor essa noite, Thalles. Gostou?

- amei. - sorri pra ele e comecei a beijá-lo.

Com o pé e muita dificuldade Felipe conseguiu encostar a porta do
quarto enquanto nos beijávamos. Enquanto sentia seus lábios sobre os meus, suas
mãos percorriam meu corpo e aos poucos iam tirando a minha roupa, eu também fui
fazendo o mesmo e, em poucos minutos, estavam apenas os dois de cuecas, em pé
se beijando. Depois de um tempo me beijando, ele se afasta um pouco do meu
corpo e depois vai me empurrando até eu cair sobre a cama macia. Depois de me
ajeitar, ele fica por cima de mim, apoiando-se de joelhos, para não deixar o
peso do seu corpo sobre o meu. Ele estava sentado sobre o meu pau, e se
abaixava para me beijar, seu corpo estava quente e delicioso, era muito gostoso
sentir o meu corpo e o dele juntos. Em minutos já estávamos em um nível
excitação muito grande e eu já podia sentir seu pau duro sobre o meu abdômen e
o meu também já tinha dado sinal de vida. A cada beijo que o Felipe me dava,
meu nível de excitação só aumentava. Enquanto nos beijávamos, minha mão
acariciava seu pau e a mão dele acariciava o meu. Felipe começou a beijar o meu
pescoço e depois foi descendo pelo peitoral, depois o abdômen, até chegar sobre
o meu pau. Por cima da minha cueca ele ia mordendo o meu pau de leve, me
arrancando vários gemidos. Depois ele sobe, me dá outro longo beijo e desce
novamente e tira a minha cueca e a sua e começa a chupar meu pau com vontade.
Era muito gostosa aquela sensação. Depois de um tempo ali, senti que ia gozar,
então pedi para que parasse, ele parou, o puxei para cima de mim, troquei de
lugar com ele e dessa vez eu q tava por cima dele, sentindo o seu corpo e
beijando-o muito. Comecei a beijar seu corpo inteiro, desde a nuca até o
abdômen, enquanto eu mordiscava a sua barriguinha, com minhas mãos eu alisava
suas coxas e seu pau que já estava muito duro. Depois comecei a chupar seu pau
com vontade, o que deixava ele fascinado.

- Thalles, eu quero ser seu passivo hoje, quero sentir seu pau dentro
de mim.

Então ele se vira de costas e me deixa a mostra aquela bundinha
gostosa e saliente. Ela era perfeita. Comecei beijar suas costas e aos poucos
fui descendo pela sua bunda, arrancando arrepios dele. Comecei a beijar aquela
bundinha, deixando ele louco de tesão.

- ta pronto, amor? - perguntei

- sim, pega o lubrificante ai do lado.

Quando olhei para o lado, vi um frasco de lubrificante, aroma morango,
da Prudence. Peguei o comecei a passar um pouco sobre o meu pau.

- Thalles, passa um pouco também sobre meu ânus.

Com o dedo fui passando o lubrificante lentamente, arrancando dele
vários suspiros.

- to com medo de te machucar. - disse a ele

- não se preocupa amor, dói um pouco no começo, mas depois acostuma.
Eu aguento, não precisa ter medo, não vai me machucar. Só vai devagar.

Felipe ficou de lado e eu atrás dele. Encostei a cabeça do meu pau na
entrada de seu ânus e senti-o suspirar. Ele virou o rosto para o meu lado e
depois de um beijo ele disse pode ir. Comecei a colocar lentamente a cabeça do
pau no ânus dele e ele começou a gemer de dor, como instinto eu tirei de
dentro.

- não, Thalles, não tira.

Comecei a colocar novamente, dessa vez eu já estava colocando pouco a
pouco o meu pau, e a cada pouco que eu colocava, ele gemia de dor. Depois de
colocar tudo, ele me pediu que deixasse um pouco ali parado para pode
acostumar. Ele me beijava muito e depois começou novamente a tomar o controle
da situação.

- vai amor, começa a bombar aos poucos bem devagar e depois aumenta o
ritmo.

Eu comecei a bombar aos poucos. Eu estava adorando sentir aquele
buraco apertando o meu pau, aquela sensação era muito gostosa. Aos poucos notei
que os gemidos do Felipe já não eram mais de dor e sim de prazer. Comecei a
bombar com mais força e o tesão foi só aumentando para os dois.

- Thalles, vamos trocar de posição.

Dessa vez estávamos na posição frango assado, enquanto eu bombava
dentro do cuzinho dele, com uma das mãos eu ia masturbando ele. Tempo depois
senti seu pau ficar mais grosso e ereto, era um sinal que ele iria gozar, então
comecei a bater mais forte pra ele e aumentei o ritmo das bombadas, até que ele
gozou na minha mão. Aquilo me deixou com mais tesão ainda, o que me fez chegar
ao ponto de gozar também. Aumentei um pouco mais o ritmo também e em segundos
eu já estava gozando dentro dele. Depois de gozar, perdi as minhas forças e cai
sobre o seu corpo. Ficamos um tempo ali, cansados, abraçados e trocando
selinhos.

- Vamos tomar um banho, meu amor? - sugeriu Felipe

- Vamos sim.

Nos levantamos e fomos ao banheiro tomar um banho. Debaixo do chuveiro
eu ainda me sentia sem forças, às vezes me jogando nele.

- Cansou mesmo, hein rapazinho? - brincou Felipe

- cansei.

- então, o que meu bebe achou? Gostou?

- muito. É uma delicia. Adorei mais ainda porque foi com você. Te amo
muito, Lipe.

- também adorei muito amor, sentir você dentro de mim foi maravilhoso.

Ficamos um tempo ali, se beijando debaixo do chuveiro e depois
desligamos, nos enxugamos e fomos para o quarto.

- Vamos dormir amor, já são três e meia da manhã, to meio cansadinho.
- disse Felipe.

- Vamos sim. O pessoal ainda não chegou?

- daqui a pouco eles estão aqui, disse ao Raffa pra chegar só depois
das três e meia mesmo.

- que maldade com eles, amor. - disse entre risos.

- maldade nada. Não me espantarei se eles disserem que saíram da
balada e foram direto pra um motel. O Raffa tava a fim de transar com a
Patrícia hoje, e o resto você já sabe que transam a muito tempo.

- verdade. Vamos dormir, vem.

Deitamos na cama, dormimos apenas de cueca, eu estava com o peito
sobre o ombro dele lembrando a noite maravilhosa que tivemos naquela noite.
Minutos depois peguei no sono e apaguei.

No domingo, eu o Felipe acordamos às onze da manhã. Tomamos outro
banho e descemos para tomar café. Notei que o Felipe estava sentindo dor por
causa da penetração da noite anterior.

- ta doendo muito, amor?

- um pouco, mas isso é normal, logo passa.

Ao chegar à cozinha, estava apenas o Raffa e o Jefferson tomando café,
o resto do pessoal ainda continuava dormindo.

- olha o casal ai. Como foi a noite? - perguntou Raffa

- Pelo jeito do Felipe se sentar, parece que foi maravilhosa Raffa. -
brincou Jefferson

Os dois caíram na risada, já eu estava vermelho de vergonha e o Felipe
de raiva.

- Cala a boca, vocês dois.

- nossa, Thalles, eu não sabia que você era tripé, pra deixar o Felipe
assim. - ironizou o Raffa.

Todos os caíram na risada dessa vez, até o Felipe.

- ele é sim, e é só meu. Tirem o olho. - brincou Felipe

- pode ficar, não queremos ficar arrombados. - brincou Jefferson.

- Mas agora falando sério, como foi a noite? - perguntou Raffa

- Foi maravilhosa, a melhor noite da minha vida. - disse Felipe

- da minha também. - afirmei

- deu o anel pra ele, Lipe? - perguntou Raffa

- claro que sim, ta vendo que ele nem senta, Raffa. - brincou
Jefferson

Todos novamente caíram na risada.

- ow, vamos parar, seus malas. Dei sim Raffa, da uma olhada.

Levantamos as mãos para mostrar os anéis de compromisso, foi nessa
parte que as gêmeas entram na cozinha e presencia a cena.

- aim que lindoooo, agora tão namorando sério. - disse a Isah.

- ta vendo Jeff, devia seguir o exemplo e comprar um par pra nós
também. - brincou Carol.

- Se fudeu mano, vai ter que comprar as coleiras. - brincou Raffa

- Amor..

- Nem vem com amor, Jeff. Ai ai, eu acho tão romântico anel de
compromisso.

- ta vendo, Lipe? Você vem com essas idéias e atiça a vontade delas.

- eu não tenho culpa se você não é romântico, Jeff. - disse Felipe
brincando.

- tá bom, meu amor, eu vou comprar um anel de compromisso pra nós
também ta, meu docinho? disse Jefferson a Carol.  - vou comprar não por pressão desses caras, e
sim por que eu sou romântico, ouviram? - dessa vez ele disse diretamente a nós
que já estávamos rindo muito com o jeito dele.

Aos poucos o restante do pessoal foi acordando e decidimos que iríamos
fazer churrasco pro almoço naquele domingo, para aproveitar o carvão e a carne
que não foi assada no aniversário do Raffa.

Como faltava bebida, decidimos sair pra comprar mais, então foi o
Pietro, o Felipe, o Jefferson e eu no supermercado.

Chegando lá foi difícil achar estacionamento, como era feriado e a
cidade é turística, o movimento tava muito grande, ainda mais sendo Páscoa. Com
muito custo, achamos uma vaga. Entramos e fomos direto à parte de bebidas.

- Jefferson, compra um ovo de páscoa pra mim? - pediu Felipe

- Eu não, você tem namorado pra que? Aliás, é só pedir pra ele que ele
tem dois.

- hahaha, gracinha.

Depois de escolher as bebidas fomos direto pro caixa. Na fila eu
fiquei de frente pro caixa e conversando com o Felipe. De repente sinto uma mão
sobre meu ombro.

- Oi Thalles.

 
- Gente, deixa eu fazer as apresentações. Essa aqui é a Amanda, estudamos junto em um curso do SENAC. Amanda, esses são meus amigos, Felipe, Raffa, Carol, Thalles Jefferson e Pietro. E essa e minha namorada Isabela.
- Linda ela, tudo bom?
Depois dos cumprimentos abraços e beijinhos com todos, Amanda apresenta o namorado dela.
- Gente, esse é o Douglas, meu namorado.
Douglas cumprimentou todos nós e ficamos conversando. Ficamos bastante tempo ali conversando e a balada começava a animar mais ainda

Após desligar o meu PC, fui tomar meu banho. Enrolei uns quarenta minutos e fui me arrumar. Coloquei uma calça jeans escura, o uniforme da escola, um cinza escuro horrível, mas fazer o que né? Coloquei meu tênis. Fui até o banheiro e demorei uns cinco minutos arrumando meu cabelo. Voltei para o quarto, peguei a minha mochila, tomei um banho do meu perfume favorito, e desci para tomar café.
Na cozinha, estavam meu pai e o Felipe me esperando para ir ao colégio. Embora o banho tenha me ajudado a espantar um pouco o sono, dava pra ver em meu rosto que eu não tinha dormido nada aquela noite.
- você ta bem, filho? Não dormiu à noite?
- bem pouco, pai – disse bocejando e servindo um copo de suco.
- e por que não dormiu? – insistiu meu pai no assunto
- não sei, só sei que não consegui dormir. – encerrei o assunto.
Eu tomava meu suco e explicava ao Felipe sobre a aula de história que teríamos aquele dia e sobre o trabalho que teríamos que fazer pra entregar antes do feriado. Terminei de tomar e chamei meu pai para irmos. O caminho todo, meu pai me dizia que pretendia viajar pra Dourados novamente no feriado e me perguntou se eu ia. Eu me neguei a ir, mas não consegui dizer a ele que pretendia ir para Bonito. Chegamos ao colégio, sugeri ir à sala, mas Felipe pediu para eu acompanhá-lo até a lanchonete.

- ainda ta com fome?
- não, vou comprar um Trident. Aproveito para conversar contigo.
- sobre o que?
- por que você não dormiu essa noite?
- não sei Lipe, talvez sem sono. Passei a noite inteira rolando na cama. – eu não podia dizer a ele que tinha criado um perfil fake no Orkut com o nome dele e freqüentava comunidades gays. Embora eu tenha achado super legal e interessante o conto e muito gostoso de ler. Sei que ele não entenderia e morreria de ciúmes. Achei melhor ocultar.

- você ainda não contou pro seu pai sobre a viagem?
- ainda não. To esperando a minha mãe chegar. Ela me ajuda a convencer ele a deixar eu ir e vou pedir pra ela emprestar o carro dela, já que os dois vão no carro do meu pai. Agora o problema, quem vai dirigindo?
- o irmão do Jefferson tem carteira e disse que vai. Só precisamos achar mais uma pessoa com carteira.
- não vejo a hora de tirar a minha logo. Vou ver se arrumo alguém pra ir dirigindo pra nós.
-Beleza, mudando de assunto. Ontem eu fiz aquilo que você falou, Thalles.
- fez o que?
- ta lento hoje, heim, amor? O lance do carro da minha mãe.
- entendi. Amanhã elas chegam.
- essa é a minha preocupação.
- se preocupa não, eu vou ta com você amanhã. Não vou te abandonar amor.

O sinal tocou e fomos para a sala, encontramos o Vinicius no corredor e fomos conversando até a sala. Chegando lá vi que o Jefferson saiu da sua mesa e passou por mim meio triste e a Carol não estava com uma cara muito boa. Deixei o Felipe cumprimentando o resto do pessoal e fui atrás do Jefferson. No caminho eu trompei com o professor, mas dei a desculpa que ia rápido até a secretaria e ele fingiu que acreditou. Desci ate o pátio e encontrei o Jefferson sentado em um canto afastado.
- o que aconteceu, amigo?
- eu e a Carol brigamos.
- brigaram por que?
- Ela ta me acusando de trair ela. O pior, mano, que eu juro que não fiz nada. Ela me liga de madrugada, meu telefone da desligado e eu sou culpado. Ela já fica com paranóia na cabeça e acha que eu ando traindo ela.

- mas por que vocês não conversam direito?
- diz isso pra ela. Mas vou te falar a verdade, amigo. Eu não gosto mais dela como antes. Quero terminar com ela, só não sei como.
- conversa com ela primeiro. Não acaba assim por problemas pequenos. Aproveita essa viagem no feriado e tenta fazer uma lua de mel.

- será que isso realmente vai compensar? Ou só vai prorrogar o inevitável?
- nunca saberá se não tentar.
- vou tentar, Thalles. Obrigado por ficar aqui comigo.
- somos amigos. Amigos também são pra esses momentos.
Ficamos ali conversando até dar o sinal da segunda aula. Entramos na sala sobre o olhar reprovador e maligno do professor.
- já que os dois chegaram atrasados, formem uma dupla pra fazer esse trabalho. Do fundo eu via o Felipe, o Raffa e o Vinicius rindo muito da minha cara e do Jefferson levando bronca do professor. Felipe e o Raffa estavam fazendo o trabalho juntos, Vinicius e outro colega de classe faziam juntos e as gêmeas formavam outra dupla.
Do resto a aula foi normal. Os últimos tempos, na aula de inglês eu abaixei a minha cabeça e dormi. Acordei com o Felipe me chamando para ir embora.
Após o almoço, eu estava com muito sono e tirei a tarde pra dormir e descansar. Acordei às 17h00min. Arrumei meu quarto e fiz um pedaço do meu trabalho de história. As 19h00min eu tomei um banho e depois desci pra jantar com meu pai. Quando cheguei à cozinha, vi ele com um monte de papelada sobre a mesa e uma calculadora na mão.

- ta difícil ai?
- complicado, filho. O dinheiro vai dar pra pagar as contas, mas também não vai sobrar muita coisa. Sorte é sua mãe ter a loja lá e vai nos ajudar esse mês. A propósito, ela ligou agora pouco, disse que chega amanhã mais ou menos às dez da manhã.
- legal. Eu vou amanhã cedo à casa do Lipe, terminar um trabalho. Encontro ela lá.

Jantamos normal, meu pai foi pra sala assistir TV e eu fui pro meu quarto. Lá eu coloquei musica e entrei no MSN e comecei a conversar com a Isah, o Jefferson, o Vinicius, o Felipe e um primo meu. Depois de horas conversando resolvi sair do MSN, pois eu ainda queria terminar de ler o conto – PRIMO DO LIPPE. Troquei de musicas, pois estava escutando o mesmo CD faz horas e entrei no meu Orkut fake. Antes de entrar na comu, eu vi que o Lippe, o Caio e o Raffa haviam aceitado o meu pedido de amizade, o que me deixou muito feliz. Terminei de ler os dois capítulos que faltavam da historia e depois resolvi ir dormir.
No outro dia, acordei às nove da manhã. Tomei um banho, me arrumei e desci para tomar café. A Maria estava lavando roupa, eu servi meu suco, peguei dois pães de queijo e fui em direção à área de serviço para cumprimentar a Maria. Parei na porta, comecei a tomar meu suco e comer. Ela tava trabalhando e cantando uma musica de Jorge e Mateus, quando ela notou a minha presença, levou um susto.

- que isso, menino? Quer me matar de susto?
- calma. Só queria ver você terminar de cantar. Canta muito bem.
- sei, sei, para com isso. Vai com seus pais pra Dourados no feriado?
-vou não, Maria, to querendo ir pra bonito. Mas to com problema, preciso de alguém com CNH pra ir dirigindo pra nós.
- O Thiago tem.
- tem? Maria, eu nunca perguntei, quantos anos o Thiago tem?
- tem 19.
- Caracas, e eu que achava que ele tinha uns 16 ou 17 anos. Será que ele pode ir com a gente, então?
- perai, vou ligar pra ele. – Maria ligou para o Thiago e depois de uma breve conversa ela desliga. – ele gostou da idéia, diz que vai sim.
- oba, vou avisar o pessoal então. Que legal que o Thiago vai, tava pensando em chamar ele mesmo.
Ficamos ali conversando um pouco e depois resolvi descer para casa do Felipe. Queria estar do lado dele quando a mãe dele chegar. Cheguei à casa do Felipe e o Lucas foi quem veio abrir o portão, sua recepção foi extremamente fria e mal humorada.
- entra! – disse ele grossamente.
Sem dizer nada, apenas entrei sem olhar para ele. A raiva que eu sentia por ele era enorme. Ao entrarmos na sala, Lucas gritou para o Felipe.
- Felipe, seu viadinho chegou.

Aquela frase me deixou com mais ódio ainda dele, minha vontade era de partir para porrada, mas eu sabia que aquilo só iria piorar a situação.
- Lucas, por que você me odeia tanto? O que eu te fiz?
- eu não te odeio. Eu só... eu apenas... – seu tom mudou novamente para raiva – eu apenas não gosto de viadinhos. – Lucas virou a cara e ia indo em direção ao seu quarto quando Felipe o interrompeu.
- porra, mano, já te pedi mais respeito.
- vão se fuder, bando de gayzinhos.
Lucas saiu correndo em direção ao seu quarto.
Ficamos ali na sala fazendo o nosso trabalho. Pouco tempo depois escutamos a Laura chegar e fomos recepcioná-la no portão. Felipe estava mudo, evidente por causa do medo que estava de dizer pra mãe que havia batido o carro. Ao vê-lo assim triste por ter que assumir culpa de algo que não fez, só me deixava com mais raiva ainda do Lucas.
- olá, Thalles, sua mãe me deixou aqui e já foi pra casa. Oie meu filho, como passou a semana? – disse Laura assim que nos viu.
- oi Laura, como foi a viagem? – tentei fugir um pouco da situação.
- foi bem querido, mas to muito cansada.
- imagino, viagens são muitos cansativas mesmo Laura. Agora é só deitar e relaxar né.
- Bem que eu queria, mas não vai dar. Eu vou tomar um banho, comer alguma coisa e ir direto pra loja. Filho o carro ta com gasolina?
Nessa hora, Felipe começou a tremer.
- mãe, eu, eu – ele começou a gaguejar.
- o que foi filho? Por que você ta quieto? O que você andou aprontando?
- eu bati o carro.
- você o que? – Laura disse espantada.
Eu vi que o Felipe não conseguia mais dizer nada e resolvi me intrometer.
- a culpa foi minha Laura. O Felipe pediu pra eu cuidar para não bater na arvore da frente da casa enquanto ele tirava o carro pra fora, eu me distrai com meu celular tocando e ele acabou batendo na arvore.

- e por que vocês estavam tirando o carro pra fora?
- a Renata não veio trabalhar mãe, e nós fomos limpar a casa e lavar a área e a garagem.
- ta na hora de cortar aquela arvore mesmo. Depois eu aciono o seguro e vamos ver o que eu faço. Mas vocês têm que tomar mais cuidado meninos, vocês são muito distraídos. Mais tarde conversamos sobre isso Felipe, agora vou pro meu banho. Thalles, avisa a sua mãe que eu vou de carona com ela então depois do almoço.
- tudo bem, Laura.
A Laura foi pro quarto dela visivelmente chateada, para a nossa tristeza e para a alegria do Lucas, que descia as escadas com um largo sorriso sínico no rosto, depois de abraçar e beijar a mãe no rosto.
- nossa, por que essa cara de enterro? Parece que vocês levaram bronca de alguém. – disse Lucas sarcástico.
- vai se fuder, Lucas. – gritou Felipe.
- Felipe, o que é isso? Por que você ta xingando seu irmão? – perguntou Laura mais brava ainda de cima das escadas.
- por que ele se intromete onde não deve, mãe. Eu e o Thalles estamos saindo. Tchau.
Sem esperar resposta nenhuma da Laura, Felipe já foi me arrastando pra fora de casa.
- aonde vamos, Lipe?
- qualquer lugar que não seja aqui em casa. Com a raiva que eu to, juro que de hoje não escapa uma surra no Lucas.
- vamos pra minha casa então.

Chegamos em casa, cumprimentei a minha mãe e fomos para o meu quarto. Lá ele desabou na minha cama. Tranquei o meu quarto, liguei o PC e coloquei algumas músicas. Deitei ao seu lado e comecei a beijá-lo. Nossos beijos a cada dia só melhoravam, e suas mãos cada vez mais conheciam todo o meu corpo. No começo eu fiquei com receio de tentar algo a mais, mas o tesão começou a ficar maior que o medo, quando percebi, eu já tinha tirado toda a minha roupa e estava tirando a camisa do Felipe e beijando todo o seu abdômen. Felipe estava adorando muito, eu lentamente ia abrindo o zíper da sua calça deixando a sua cueca boxer azul escura com listras brancas a mostra. De leve eu mordiscava seu pau por cima da cueca, arrancando dele leves suspiros. Sem demorar muito tirei a sua cueca e comecei a chupar seu pau lentamente. Em poucos minutos acelerei o passo para minha mãe não nos pegar no flagra. Minutos depois senti que ele iria gozar, rapidamente tirei a minha boca e peguei a minha cueca que eu tinha tirado e limpei o seu pau que começava a gozar.
- nuss Thalles, foi maravilhoso.
- eu também gostei, Lipe. Deitei ao seu lado e dei vários selinhos nele. – vi que o Felipe ia se levantando. – aonde você vai?
- lugar nenhum, só me posicionar melhor.

Ele ficou com o corpo sobre o meu e começou a me beijar e logo ele fez o mesmo que eu fiz anteriormente, só que dessa vez a oral dele foi melhor e mais demorada. Como era incrível aquela sensação. Logo depois eu senti que ia gozar, Felipe começou a me punhetar até eu gozar. Felipe limpou meu pau com a mesma cueca que limpei o dele.
- não vejo a hora de ter a nossa primeira vez, amor.
- eu também não, Lipe. – eu realmente queria a nossa primeira vez, mas toda vez que chegava no assunto eu começava a ficar com medo. Tinha medo de ser passivo, medo da dor. Tinha medo de ele não gostar.
Vestimo-nos novamente e destranquei a porta do quarto. Ele continuou deitado e eu fui para o meu PC. Abri meu MSN e varias pessoas vieram conversar comigo, entre eles o Jefferson e o Caio (amigo da internet). Meia hora depois minha mãe chega no quarto e avisa que o almoço está pronto. Eu e o Felipe descemos e nos juntamos aos meus pais para começar a almoçar. Aproveitaria o almoço em família, que cada dia tava ficando mais raro, para pedir permissão aos meus pais para poder ir viajar.
- pai, na quinta antes do feriado, nos vamos para Bonito.
- vamos quem? - já disse meu pai sério.
- o Lipe, o Raffa, o Jefferson, o Vinicius, a Carol, a Isabela, o Pietro é que é irmão do Jefferson, o Thiago que é o filho da Maria e eu. – nesse momento eu vi o Felipe me olhando desconfiado, foi nesse momento que fui me lembrar que eu não havia dito a ele que o Thiago iria com a gente para poder ir dirigindo.

- vocês vão gastar bastante com passagem, heim. – disse meu pai. Naquele momento eu pude perceber a ironia dele, afinal já deu pra sacar que não iríamos de ônibus e sim de carro.
- vamos de carro, pai.
- certo. – disse o meu pai. – e quem vai dirigindo?
- num carro vai o Pietro e no outro vai o Thiago. Aliás queria pedir o seu carro emprestado, mãe.
- você não vai. – ordenou meu pai.
- mas por que, pai?
- não vou deixar você ir viajar nessa BR perigosa com um rapaz sem pratica de dirigir na rodovia. Você é o meu único filho, eu tenho que te proteger. Se fosse alguém mais velho e com mais experiência em direção eu ate deixava, mas nesse caso não.
- senhor Arthur, nós vamos devagar, não vai acontecer nada.
- desculpa, Felipe, mas ta decidido. – disse meu pai.
- mas pai...
- Thalles, não teima com seu pai, por favor. – pediu a minha mãe.
O resto do almoço ocorreu em silencio, claro que eu tava com cara de emburrado. Felipe ficou o tempo todo quieto enquanto meus pais comiam e conversavam sobre o serviço.
Depois do almoço, eu e o Felipe fomos até as redes que ficavam lá fora e deitamos pra descansar.
- Thalles, por que você não me disse sobre o Thiago ir junto?
- desculpa, Lipe, a Maria me disse hoje de manhã que ele tem carteira, e como precisamos de alguém com carteira pra ir dirigindo eu o convidei. Acontece que com a correria na sua casa e aqui em casa eu tinha esquecido de avisar.
- você sabe que eu não gosto muito dele, né?

- por causa de um ciúmes bobo e sem necessidade. Amor, você sabe que eu te amo e não te troco por ninguém. Para com esse ciúmes.
- ta, mas como seu pai não deixou ele ir dirigindo, então ele não precisa mais ir.
- eu não vou tirar o convite né Lipe, fica chato. Além do mais nem sei se eu vou.
- vai sim, nós vamos dar um jeito.
No resto da tarde tudo ocorreu normal. Enquanto estavamos dormindo, o meu celular começou a tocar, era o Jefferson ligando.
- Thalles, tudo bom?
- tudo e vc?
- to bem também. Diz ai, você vai fazer alguma coisa a noite?
- Por enquanto não vou fazer nada. Tem alguma idéia?
- Sim, tava conversando com as gemêas e o Vini e estavamos combinando de sair hoje a noite, abriu uma boate nova na cidade, vamos conhecer?
- fechou, eu topo.
- Cara, eu não consigo falar com o Lipe e nem o Raffa, da celular desligado.
- O Lipe ta aqui, eu aviso ele.
- Beleza, se puder tentar conversar com o Raffa também.
-sim, vou tentar aqui.

As 17:30 o Felipe foi para casa e eu voltei para o meu quarto. Depois de algumas ligações, combinamos de nos encontrar numa pizzaria antes as 19:30. Como ainda faltava duas horas pra estar lá, resolvi dormir uma hora mais ou menos e depois levantaria pra me arrumar e ir. Pouco depois eu acordo com alguém me balançando.
- Acorda Thalles, você ainda ta dormindo.
- Lipe, já ta pronto?
- claro amor, a gente não combinou de se encontrar as 19:30 lá, o pessoal deve ta doido esperando a gente e você nem se arrumou ainda.
- e que horas é agora?
- quase 8 da noite amor.
Dei um pulo da cama e fui direto pro banheiro. Felipe só ria da cena, me vendo tirar a roupa e jogar para todos os lados e ficando pelado na frente dele. Foi depois que percebi que nem a porta do banheiro eu fechei. Como eu ja estava atrasado, nem me dei o trabalho de sair de dentro do box para ir fechar a porta. Tomei meu banho e o Felipe da minha cama só observava. Passei shampoo no meu cabelo e fechei os olhos para não entrar sabão dentro. Quando abri os olhos novamente, eu vi que o Felipe não estava mais ali sentado, achei q ele resolveu me esperar na sala, mas depois de uns segundos ele aparece dentro banheiro, pelado, abrindo o box e entrando.
- o que isso Lipe?
- você achou que eu ia ver essa cena e ficar sem fazer nada?
Então Felipe fechou o box e começou a me abraçar e a beijar ali de baixo do chuveiro.
- amor, alguém pode ver.
- relaxa Thalles, eu tranquei a porta do seu quarto.

Sem me deixar dar mais desculpas, Felipe começou a me beijar novamente. Alguns segundos notei que seu pau duro já estava batendo no meu que também dava sinal de vida. Depois de tirar a sua mão da minha nuca e afastar os seus labios dos meus, Felipe me empurrou contra a parede, abaixou-se ficando só de joelhos no chão e começou chupar o meu pau com gula e desejo, a cada chupada sua eu ia as nuvens e o tesão cada vez mais tomava conta de mim. Depois de alguns minutos senti meu latejar e o Felipe também percebeu, ele tirou o meu pau da boca e começou a me punhetar, dentre segundos eu acabo gozando, fazendo voar porra no box do banheiro. Ele se levantou e começou a me beijar. Depois de uns minutos paramos e resolvi fazer o mesmo. Quando coloquei ele contra a parede, ele interrompeu.
- deixa pra mais tarde amor, estamos bem atrasados.
- tudo bem então amor.
- poxa Thalles, confesso que não aguento mais ficar só na oral, quero a nossa primeira vez logo.
- calma amor, logo ela chega.
- sim, nessa viagem. Te prometo que ela vai ser otima.

Concordei com ele e terminamos nosso banho. Saimos do banheiro e molhados fomos ate o meu guarda roupa pegar uma toalha. Nos exugamos e nos arrumamos rapido. As 21:10, meu pai foi nos levar até a pizzaria. No meu celular tinha 7 ligações perdidas do Jefferson e 3 da Carol. Depois de 25 minutos chegamos na pizzaria, o pessoal já estavam comendo.
- Poxa, chegaram bem na hora hein, como vocês são pontuais. - ironizou Vinicius entre risos.
- Desculpa a demora gente, ocorreram problemas familiares lá em casa. - menti para não ficar chato.
- tem problema não Thalles, na proxima a gente marca as nove pra vocês dois não chegarem atrasados. - brincou Carol.
- ta, chega de sermões, cade meu pedaço de pizza? - resmungou Felipe.
Notamos que o Pietro, irmão do Jefferson também estava ali. O Jefferson nos apresentou ele e depois começamos a conversar normal.
Eu e o Felipe começamos a comer e a conversar. A conversa na mesa estava animada, depois de uma hora e meia resolvemos pagar a conta e ir pra tal boate.
- como vamos? perguntou Raffa.
Num carro foi o Jefferson, Vinicius, Carol, Isah e o Pietro dirigindo. Raffa foi de moto taxi e eu e o Felipe fomos com meu pai. Decidimos eu, o Felipe e o Raffa ir de taxi e o resto no carro do Pietro.
Chegamos na boate e tivemos que enfrentar uma fila basica.

Depois de pagar 20,00 pela entrada, fomos conhecer o local. Sem duvidas aquele lugar ia ser muito badalado, pois estava tudo incrivel. A musica que estava tocando no momento era a swedish house mafia - one. O local escuro com luzes estrobicas deixavam um clima legal, e eu claro, aproveitaria a dificuldade de enxergar alguma coisa para arrastar o Felipe para um canto e beija-lo muito.
Tudo estava correndo muito bem, a um momento o pessoal estava no meio da pista dançando e eu e o Felipe estavamos em um canto afastado dançando e nos beijando. Beija-lo é muito bom, sentir aquela boquinha com gosto de ice é melhor ainda. Depois de um tempo fomos encontrar o pessoal perto do bar, começamos a conversar muito e nos divertir, logo em seguida aparece um casal perto de nós, a moça olhou para nós e sorriu, eu só não sabia pra quem, até ela começar a falar.
- Vini, você aqui?
- Oi Amanda, tudo bom? Quanto tempo.
- sim, depois que você saiu de lá, nunca mais falou comigo.
Todos nós estavamos curiosos querendo saber quem é aquela linda garota.

- Gente, deixa eu fazer as apresentações. Essa aqui é a Amanda, estudamos junto em um curso do SENAC. Amanda, esses são meus amigos, Felipe, Raffa, Carol, Thalles Jefferson e Pietro. E essa e minha namorada Isabela.
- Linda ela, tudo bom?
Depois dos cumprimentos abraços e beijinhos com todos, Amanda apresenta o namorado dela.
- Gente, esse é o Douglas, meu namorado.
Douglas cumprimentou todos nós e ficamos conversando. Ficamos bastante tempo ali conversando e a balada começava a animar mais ainda.

Ja estavamos um pouco alterados pela bebida e a dança começou a ficar mais intença. Em um momento notei que o Vinicius e a Isah começaram a discutir na pista de dança e se afastaram. Momentos depois Felipe me chama.
- Thalles, vamos lá ver o que ta acontecendo.
- por que nós Lipe? Não é melhor ir a irmã dela?
- você ta vendo o estado da Carol né? Ela nem em pé ta ficando mais, ta se apoiando no Jefferson.

- Ta bom, vamos.
Fomos até onde o casal estava, perto do banheiro. A Isah já estava chorando e o Vinicius com uma falta de paciência.
- o que ta acontecendo Vini? - perguntou Felipe
- A isah que bebeu de mais e ta enxergando coisa que não existe.
- eu vi você dando em cima daquela garota Vini. - A isah tava realmente bêbada, até tava com dificuldade de falar.
- eu não tava não. - Vinicius ja estava perdendo a paciência e começava a se exaltar.
- Calma gente. - eu tentava pacificar a situação. - Deixa pra conversar sobre isso amanhã. Vamos voltar pra lá.
- Melhor não Thalles, é melhor a gente ir embora antes que a situação piora e vira barraco. - disse Vinicius irritado.
- ta me chamando de barraqueira Vini? - ja disse Isah se levantando.
- não eu não disse, mas se comporta. - Vinicius começou a gritar.
Naquele momento a situação ficou tensa.

- então você vai ver o que é barraco. - Isah saiu correndo e não deu tempo de alcançar ela.
A Isah chegou aonde o pessoal estava já puxando a Amanda pelos cabelos.
- vou te ensinar vadia a não dar em cima do meu namorado.
- o que ta acontecendo, me larga sua louca.
As duas começaram a se debater no chão, sobrando para eu, o Felipe, o Jefferson e o Douglas separar as duas. Vinicius se aproximou de nós, pegou a Isah pelo braço e saiu arrastando ela, mas antes ainda se desculpou com a Amanda.
- desculpa Amanda. Ela ta muito bebada. - depois de dizer isso, ele balançou a cabeça nun gesto reprovador enquanto olhava para a Isah.
No local todos nos olhava e os seguranças ja acompanhava a Isah e o Vinicius até a saida. Nesse momento, decidimos todos ir embora, até a Amanda e o Douglas.

 
Os dias passaram normais. Em casa tudo ocorria bem. Meu pai estava contente com o trabalho e a loja da minha mãe com a Laura teve seu primeiro mês agitado, o que rendeu bons lucros. Na casa do Felipe, a relação com a Laura estava muito bem, mas já não podia se dizer o mesmo entre ele e o Lucas. Todos os dias Felipe desabafava comigo, dizendo que não agüentava mais as chantagens do Lucas e seus preconceitos. Cada dia que passava ele só piorava.
Era uma quarta feira, eu descia pra tomar café da manhã, e o Felipe já estava na cozinha tomando café com meu pai, me esperando para ir ao colégio. Nessa semana a minha mãe e a Laura estavam viajando para são Paulo fechando contrato com alguns fornecedores e só voltavam no sábado. As duas foram no carro da minha mãe. Por esse motivo, meu pai que bancava o motorista na parte da manhã e no almoço nós teríamos que ir embora a pé. No colégio, o assunto do momento era o feriado de páscoa chegando e o aniversário do Raffa. Faltavam duas semanas para chegar essas datas, mas nós já estávamos eufóricos para que chegasse logo.
- Raffa, seu niver é na quinta antes da páscoa né?
- sim isah.
- temos que planejar uma festa bem legal. O que acham? – sugeriu Jefferson.
- já sei. – disse Felipe aguçando a curiosidade de todos.
- o que Lipe? Conta logo. – pediu Raffa
- minha tia tem uma casa em Bonito, e ela só é usada quando alguém vai pra lá. Eu podia pedir pra ela pra usar a casa e nós poderíamos ir pra lá.
- Boa Garoto. Por mim eu to dentro. – afirmou Vinicius.

Todos concordaram e a nossa missão nas próximas duas semanas era organizar tudo para tornar esse feriado inesquecível.
- Thalles, podemos conversar a sós?
- sim Lipe.
Afastamos do pessoal e fomos até a quadra que estava vazia.
- o que foi amor?
- é sobre a nossa primeira vez Thalles.

- Claro que não né gente – explicou Raffa – o idiota tava bêbado e tava imaginando coisas. Olham pra eles, eles tem jeito de gay? Acham que iriam se beijar?
- Nooooossa! O que você tem contra? – brincou Felipe
Todos caíram na risada.
- é besteira daquele idiota, eu e o Thalles somos Amigos e HOMENS. – afirmou Felipe confirmando a desculpa do Raffa.
- mas você precisava bater no cara daquele jeito Raffa? – perguntou Carol.
- sim, qualquer pessoa que falar mal de qualquer amigo meu leva porrada. Gosto muito de vocês e faço tudo pra protegê-los.
- oooonnwt – disse as gêmeas se alegrando e abraçando o Raffa.
Ficamos ali terminando de beber e conversando até o sol raiar. Às sete da manhã, o pai das gêmeas foi buscá-las e o Jefferson e o Vinicius aproveitariam para pegar uma carona com o Sogro. Enquanto todos entravam no carro, Jefferson me chamou ate um canto.
- diga amigo? O que foi?
- Thalles, vocês dois precisam tomar mais cuidado. Eu também vi a cena do beijo quando fui ao banheiro.
- você viu? E e... – meu espanto na hora me deixou sem fala.
- relaxa criança. Pra mim ta de boas.
- não conta pra ninguém, por favor.
- tranqüilo, cabe a vocês dois contar quando quiserem. Da minha boca não sai uma palavra sobre esse assunto. – ele se despediu de mim dando um tapinha nas costas.
Eles foram embora, eu e o Felipe ficamos até as nove da manhã ajudando o Raffa a arrumar algumas coisas e depois chamamos o taxi e fomos para casa. No meio do caminho, Felipe me questionou.
- o que o Jefferson queria contigo?
- pedir pra nós dois tomar mais cuidado por que ele também viu o beijo.
- nossa, e o que ele disse sobre isso?
- disse que nos apóia e que não vai contar a ninguém.
- menos mal.

Chegamos em casa e o nosso único ato foi cair na cama e dormir muito. A noite foi boa e com muita emoção. Estávamos precisando descansar muito. O melhor ainda desse descanso, foi sentir o corpo do Felipe junto ao meu. Dormimos até as três da tarde. Embora o ar condicionado estivesse na potencia máxima, dentro do quarto ainda estava um pouco de calor. Logo notamos que o dia estava muito quente. Acordei primeiro que o Felipe, virei o meu rosto e lentamente fui o acordando com o meu beijo. Ele meio sonolento ainda, se espreguiçava e tentava me dizer algo.
- Bom dia amor da minha vida. – sussurrava ele ao meu ouvido.
- você quer dizer Boa tarde meu amor. – disse eu entre risos.
- verdade, minha cabeça ta doendo muito. Acho que bebi demais ontem.
- larga de ser frouxo Lipe. Mas já sei algo que vai nos animar e curar a nossa ressaca.
- o que?
- um banho bem gostoso de piscina. Vamos, levanta.
Descemos e fomos direto pra piscina. Ficamos o resto da tarde namorando dentro da piscina. A cada beijo que o Felipe me dava, eu suspirava muito. Quando escureceu um pouco, nós dois ainda continuamos a nos beijar e o clima começou a esquentar. Nossos beijos ficavam com mais vontade, mais força e em minutos já estávamos os dois excitados. Sua mão caminhava sobre o meu corpo e logo parou no abdômen, aos poucos ela ia descendo até ficar sob a minha sunga e começa a massagear o meu pau, que no momento já estava ereto e rígido com toda aquela excitação. Depois de um tempo massageando, subi na borda da piscina e Felipe arrancou a minha sunga jogando ela em qualquer lugar. Apenas fechei meus olhos e senti sua boca encostando na cabeça do meu pau, meu corpo todo tremeu de tanto tesão. Que sensação maravilhosa, Felipe agora fazia os movimentos de vai e vem com sua boca numa freqüência maior e eu delirava ainda mais. Logo escutei o portão da garagem começar a subir.

- droga, meus pais chegaram. Cadê a minha sunga Lipe?
- não sei, joguei pra lá.
Com muita dificuldade por causa do escuro eu enxerguei a minha sunga boiando em uma das beiradas da piscina e sai nadando as pressas e comecei a me vestir. Logo minha mãe ascendeu a luz da área de lazer, iluminando nós dois ali nadando e conversando, um cada lado da piscina.
- veja Arthur, nossos peixinhos ali boiando.
- o que vocês estão fazendo nadando no escuro seus loucos.
- ah pai, fiquei com preguiça de sair da piscina pra ascender à luz. Como foi de viagem?
- foi bem. Seus avôs mandaram um beijo. – meu pai disse e saiu em direção à cozinha carregando uma caixa contigo.
- filho, a Yasmin apareceu na casa da sua avó achando que você estava lá. Ela pediu pra quando você puder, ligar pra ela.
- Mas não vou mesmo mãe. Quero distância dela e você sabe disso.
Minha mãe apenas sorriu e foi para dentro carregando umas malas. Olhei para o lado e vi o Felipe com uma cara fechada.
- o que foi Lipe?
- quem é Yasmin?
- uma antiga namorada. Terminamos no começo do ano quando eu voltava de férias, uns dias antes de eu me mudar para cá.
- terminaram por que você ia se mudar?
- não, por que ela tava me traindo com o meu melhor amigo.
- e o que ela quer com você agora?
- não sei, e sinceramente, nem quero saber.
- assim espero. Por que você não me disse isso antes Thalles?

- por que eu quero esquecer esse fato que aconteceu na minha vida. E agora que eu to vivendo um momento especial e to conseguindo esquecer o passado, eu não quero que ele volte a me atormentar.
- você ainda gosta dela?

- na verdade eu achava que gostava muito, e sofri demais quando terminei e a até quando me mudei pra cá. Mas desde o primeiro dia de aula, quando eu te vi, todo esse sofrimento e o amor que eu achava que sentia por ela, simplesmente sumiram e eu fiquei fascinado por você. Hoje, me sinto como se ela nunca tivesse existido na minha vida. E como não quero remoer o passado, não comento nada sobre ele. Agora eu vivo uma vida nova, ao seu lado, por que você é a pessoa que eu amo e sinto algo que jamais senti por alguém.
Ao terminar de falar, vi que uma lagrima caia dos olhos de Felipe, demonstrando claramente que ele estava emocionado escutando aquelas palavras. Ele se aproximou de mim e veio me beijar.
- te amo Thalles.
- também te amo Felipe. Amo muito.
Quando íamos nos beijar, minha mãe saiu lá fora e pediu para sairmos da piscina, tomar um banho e jantar. Eu fui para o meu quarto e o Felipe foi ate o quarto de hospedes usar o banheiro pra tomar um banho. Eu demorei uns 30 minutos debaixo do chuveiro, quando terminei me enrolei na toalha e sai, quando abro a porta do banheiro dou de cara o Felipe enrolado na toalha e sentado na minha cama me esperando.
- Para Thalles. Volta pro banheiro e sai de novo, mas dessa vez sem essa toalha.
- seu bobo, só por que você quer. O q ta fazendo ainda sem roupa?
- me empresta uma?
- sim. – fui até o guarda roupa e peguei uma roupa pra ele e uma pra mim. Vestimo-nos e descemos para jantar. Estávamos com muita fome, pois não tínhamos comido nada ainda. Após o jantar, Felipe de despediu de nós e foi para casa. Eu subi para o meu quarto e tentei dormir, mas não estava com sono por dormir o dia inteiro e não parava de pensar no amor da minha vida. Já era de madrugada quando fui pegar no sono.

Os dias passaram normais. Em casa tudo ocorria bem. Meu pai estava contente com o trabalho e a loja da minha mãe com a Laura teve seu primeiro mês agitado, o que rendeu bons lucros. Na casa do Felipe, a relação com a Laura estava muito bem, mas já não podia se dizer o mesmo entre ele e o Lucas. Todos os dias Felipe desabafava comigo, dizendo que não agüentava mais as chantagens do Lucas e seus preconceitos. Cada dia que passava ele só piorava.
Era uma quarta feira, eu descia pra tomar café da manhã, e o Felipe já estava na cozinha tomando café com meu pai, me esperando para ir ao colégio. Nessa semana a minha mãe e a Laura estavam viajando para são Paulo fechando contrato com alguns fornecedores e só voltavam no sábado. As duas foram no carro da minha mãe. Por esse motivo, meu pai que bancava o motorista na parte da manhã e no almoço nós teríamos que ir embora a pé. No colégio, o assunto do momento era o feriado de páscoa chegando e o aniversário do Raffa. Faltavam duas semanas para chegar essas datas, mas nós já estávamos eufóricos para que chegasse logo.
- Raffa, seu niver é na quinta antes da páscoa né?
- sim isah.
- temos que planejar uma festa bem legal. O que acham? – sugeriu Jefferson.
- já sei. – disse Felipe aguçando a curiosidade de todos.
- o que Lipe? Conta logo. – pediu Raffa
- minha tia tem uma casa em Bonito, e ela só é usada quando alguém vai pra lá. Eu podia pedir pra ela pra usar a casa e nós poderíamos ir pra lá.
- Boa Garoto. Por mim eu to dentro. – afirmou Vinicius.

Todos concordaram e a nossa missão nas próximas duas semanas era organizar tudo para tornar esse feriado inesquecível.
- Thalles, podemos conversar a sós?
- sim Lipe.
Afastamos do pessoal e fomos até a quadra que estava vazia.
- o que foi amor?
- é sobre a nossa primeira vez Thalles.

Eu amava muito o Felipe e realmente eu queria perder a minha virgindade com ele, mas devo confessar que aquele assunto não me deixava nenhum pouco a vontade.
- o que tem ela? Fiz-me de desentendido.
- você sabe Thalles, eu disse que queria fazer algo legal, e to planejando isso.
- planejando como?
- nessa viagem. O que acha?
- mas, vai ta todo mundo amor lá amor, não vai rolar.
- calma Thalles, o Raffa e o Jefferson estão me ajudando. Só confia em mim, diz que sim e deixa o resto comigo.
- tem como dizer não, olhando pra essa sua carinha de anjo?
Demos um beijo rápido e voltamos.
Na saída eu e o Felipe fomos para casa a pé. No caminho, combinamos de ir ao shopping à tarde e assistir um filme. Deixei-o na casa dele e fui para minha. À tarde, eu e o Felipe já estávamos no shopping, andamos por quase todas as lojas, tomamos sorvete e depois fomos assistir a um filme. Terminou o filme eu fui para casa e o Felipe pra dele.
Abri a porta da sala e vi meu pai esparramado no sofá, assistindo ao jogo.
- isso é horas de chegar Guri?
- pai, ainda nem é dez horas. Quem ta ganhando?
- empatado ainda. Tem janta lá no fogão.
- to sem fome. Vou dormir.
- não esquece de colocar o celular pra despertar amanhã cedo.
- sim senhor.

Fui para o meu quarto e dormi logo. No outro dia, estranhei o Felipe não estar em casa para irmos pra escola. Meu pai estava na cozinha tomando o café. Cumprimentei-o com um bom dia e ele fez o mesmo e começou a reclamar.
- cada dia que passa meus cafés fica mais amargo.
- saudade da mamãe é? – disse eu entre risos
- ou da Maria. Hehehe. Mas sua mãe me faz muita falta.
- é eu sei o por que. - Eu disse meio sarcástico. – engraçado, o Felipe ainda não chegou pai.
- ele ligou, disse que não vai hoje.

- por quê?
- disse que ta com problemas lá, mas disse que mais tarde vem aqui.
- tudo bem.
Meu pai me deixou na escola e eu fui direto pra sala. Lá estava apenas o Jefferson do nosso grupinho. Ficamos bastante tempo conversando e ali fui tendo uma conversa diferente com ele, como se eu estivesse conhecendo ele um pouco mais. Ele me contava sobre a vida dele, e me confessou que o namoro dele com a Carol já não estava mais legal, que ultimamente os dois brigavam muito. Momentos depois o Raffa chega junto com o professor. Muita gente faltou naquele dia, e eu não sabia o por que. Podia ser apenas coincidência. Passamos a aula inteira conversando, nós três. Naquele dia senti que a amizade entre nós três tivesse aumentado mais, devia ser por que com apenas os dois ali, eu não precisava esconder nada.
No final da aula, despedi dos dois e fui ate o portão para ir pra casa, quando avistei o carro do meu pai no outro lado da rua. Ele me levou ate em casa, mas não desceu do carro, pois estava atrasado pro serviço. Desci do carro e toquei o interfone e para a minha surpresa, foi o Thiago quem abriu o portão pra mim.

- pode entrar senhor. – disse Thiago fazendo uma reverencia.
- Thiago?! Para com isso bobo. Tudo bom?
- tudo e com você?
- também, só estou faminto.
- entra ai e fica a vontade.
Ri muito com o jeito dele bancando o anfitrião da casa.
No almoço, notei que o Thiago não parava de me olhar como no outro dia. Lembrei que fiquei de tirar satisfação com ele e decidi que daquele dia não passava. Ao terminar de almoçar, eu e ele fomos pra varanda. Enquanto eu me deitava na rede, ele sentava numa cadeira de fio.

- Thiago, por que você me olha de um jeito diferente?
- diferente como?
- não se faz de bobo, você sabe do que eu to falando.
- eu apenas sou observador. Isso te incomoda?
- não, apenas curiosidade

Ficamos um tempo ali, mas depois dessa conversa, senti que ele ficou mais quieto, como se pensasse em algo e eu resolvi não atrapalhar, apenas fiquei deitado na minha rede até que o sono me pegou e eu não resisti. Dormi ali mesmo. Depois de algumas horas, acordei com a minha rede balançando, com alguém tentando me acordar. Ao abrir meus olhos, e vejo o Felipe na minha frente com os olhos cheios de lagrimas.
- Thalles, eu não agüento mais.
- o que foi?
- queria conversar a sós.
- vamos lá pro quarto. - Deixamos o Thiago dormindo na cadeira de fio e subimos até o meu quarto.
Lá o Felipe sentou-se na minha cama e começou a chorar mais ainda e a desabafar.
- não agüento mais amor.
- o que aconteceu?
- meu irmão, ele ta passando dos limites, eu to ficando louco. Não agüento mais ficar perto dele.
- se acalma amor. Respira um pouco e me diz, o que aconteceu?
Esperei ele se acalmar um pouco. E logo ele começou a me explicar.

- ontem, enquanto estávamos no shopping, meu irmão recebeu uns amigos em casa. Depois eles resolveram assistir o jogo num barzinho e pegaram o carro da minha mãe e foram. Beberam todas lá no barzinho e na volta, enquanto tiravam o carro do estacionamento, o amigo dele que tava dirigindo, deu ré demais e acertou a traseira do carro numa arvore. Estragou a traseira do carro toda.
- nossa amor, seu irmão ta fudido. Sua mãe vai matar ele.
- não amor, quem está sou eu.
- mas por que Lipe?
- por que meu irmão quer que eu assuma a culpa.
- mas você não pode fazer isso.
- não tenho escolha Thalles. Ele ameaçou contar pra mãe sobre o nosso namoro se eu não assumir a culpa da batida. Por que você acha que eu to desesperado? Minha mãe chega no sábado e eu não sei como eu vou fazer.
- que desgraça o seu irmão. Que ódio.
- como que eu vou assumir essa culpa amor?
- eu não sei. Mas vamos dar um jeito.
Ficamos ali um tempo e resolvemos descer e comer alguma coisa. Enquanto conversávamos, eu tive uma idéia.
- Lipe, já sei como dizer pra sua mãe.

- como Thalles?
- tem uma arvore quase em frente a sua garagem não é?
- tem sim.
- pronto, vamos dizer que você teve que tirar o carro da garagem pra lavar ela e enquanto tirava o carro, seu pé enroscou no acelerador e você acabou batendo o carro na arvore. Depois você pega uns cacos do carro e joga lá perto da arvore pra disfarçar.
- Nossa Thalles, que mente hein. Você costuma a aprontar direto pra ter umas idéias assim?
- às vezes, sabe como é né, anos de experiência. Mas se não gostou da idéia...
- adorei. Amor, mudando de assunto, aquele que tava na área é o filho da Maria?
- é sim.
-você não me disse que ele era bonito e da nossa idade.
- ta interessado nele Lipe?
- não, to com ciúmes mesmo. Não gosto de você perto desses caras, ainda mais sem camisa igual ele estava.
Não agüentei e comecei a gargalhar.
- não sei do que você está rindo, eu estou cuidando do que é meu.
- pode ir parando com esses ciúmes, você sabe que eu tenho olhos só pra você. Eu te amo carinha. Amo só você. Chega de ciúmes.

As quatro da tarde, a Maria e o Thiago foram embora e eu e o Felipe ficamos na sala assistindo o filme que passava na sessão da tarde. Pouco tempo depois o Felipe, foi pra casa, meu pai chegou, jantamos e eu fui pro meu quarto. Deitei e comecei a lembrar sobre as ameaças do Lucas e o que ele tava fazendo com o Felipe. Tentei refletir um pouco também sobre o que tava acontecendo comigo. Desde que comecei a namorar com o Felipe, não parei pra pensar como estava sendo a minha vida nessa nova fase. No momento o que eu mais queria era conhecer pessoas que estavam na mesma situação que eu, trocar idéias ou experiências. Como estava sem sono, resolvi entrar no Orkut e escutar um pouco de musica. Olhando o Orkut de alguns amigos, vi que um deles tinha entrado em uma comunidade chamada – O PRIMO DO LIPPE. Por curiosidade entrei e li a descrição da comunidade, percebi que se tratava de um romance homossexual. Como não queria que ninguém soubesse disso, criei o meu perfil fake com o nome Lipe, em homenagem ao meu namorado claro, e adicionei a comunidade. Comecei a ler o romance e não acreditava no que eu tava vendo. O conto é incrível. Passei a madrugada toda lendo e não queria parar mais. Adicionei o autor e alguns moders e fiquei rezando para que eles me adicionam-se. Queria muito ser amigos deles. Mandei o convite no Orkut e olhei para o relógio. Já era 05:30 da manhã. Desliguei o PC a muito custo, pois eu ainda não tinha terminado de ler aquela historia maravilhosa. Mas quando eu voltasse do colégio eu terminava de ler.

 
Passamos a tarde inteira arrumando a casa e comprando as coisas para festa. No quintal, já tinha uma pista de dança improvisada e o DJ já testava os equipamentos. Tudo indicava que a festa ia ser o maior sucesso. Muitos amigos do colégio e conhecidos do Raffael estavam convidados. Passar o tempo todo do lado do Felipe e não agarrá-lo e beijá-lo muito para mim era uma tortura. Enquanto eu colocava as bebidas na geladeira, o Raffael foi conversar com o DJ e deixou eu e o Felipe a sós.
- Thalles, eu e o Raffa somos amigos há muito tempo, desde a infância, eu não consigo esconder dele o nosso namoro.
- mas você pretende contar pro Raffa hoje?
Nisso o Raffael surge na cozinha.
- contar para mim o que?
Felipe me olhou pedindo aprovação, eu apenas afirmei com a cabeça.
- Raffa, a gente precisa conversar. - disse Felipe
- vamos lá pra sala.
Fomos os três para a sala e lá Felipe começou a logo a falar.
- Raffa, nos somos melhores amigos há tanto tempo e ha algo que eu quero te contar. Não queria mais esconder isso de você. Eu to namorando.
- serio cara, que legal. Com quem?
Felipe olhou para mim e depois disse ao Raffael: - com o Thalles.
Raffa ficou mudo. Sua expressão era de quem não acreditava naquilo que ele ouvia. Eu estava quieto e com medo da reação dele, pois a ultima experiência com o Lucas não foi nada agradável. Do nada, Raffa da um pulo do sofá e começa a falar.

- vocês estão namorando? Que legal cara.
Dessa vez eu que me espantei e não me contive.
- então você não acha ruim?
- claro que não Thalles, eu não tenho preconceito. Além do mais eu e o Lipe somo amigos há muito tempo, e se ele acha que esse namoro é melhor pra ele, eu aprovo. Ainda mais sendo você o namorado, que considero também como um amigão. Vocês podem contar comigo sempre.

-Felipe, o que e isso?
-Lucas?! - disse Felipe assustado.
- cara, você é gay?
- calma Lucas, não é isso que você ta pensando.
- mano você ta beijando o Thalles.
- sim, to... É que a gente ta...
-tão se beijando. A mamãe sabe disso?
- não. - Felipe disse assustado e alterando a voz. - por favor, não conta pra ela.
- vou sim. - Lucas já saiu em direção a festa, mas Felipe saiu correndo e impediu que ele prosseguisse.
- qual é cara, o que você ganha contando pra mãe?
- a questão é: o que eu ganho não contando pra mãe?
- em casa a gente conversa.
Aproximei-me deles curioso para saber o que conversavam. Logo que perceberão a minha presença, se calaram.
- e então Lipe?
- o Lucas não vai contar pra mãe, né Lucas?
- sim - afirmou ele com um sorriso no rosto. Como até o sorriso dos dois eram parecidos. - vim chamar vocês. A mãe mandou chamar para fazer umas fotos em família para um site.
Nós três fomos em silencio para a festa.
Chegando lá, tiramos muitas fotos e festejamos muito. Em poucos minutos todos estavam alegres, menos eu. Agora que o Lucas sabia, eu tinha medo dele contar tudo. Olhei para o lado e vi Felipe ao meu lado todo feliz e sorrindo.

- o que foi? - perguntei.
- apenas to feliz.
- eu percebi, mas por quê?
- por que eu to namorando a pessoa mais incrível do mundo.
- hehe seu bobo. Mas e o seu irmão?
- relaxa Thalles, ele não vai contar.
- como você pode ter certeza?
- deixa comigo.
A festa ocorreu bem e todos se divertimos. Acabou a festa e fomos para a casa, no meio do caminho meu pai informou que precisava ir para Dourados no outro dia com a minha mãe para assinar o documento da venda da casa e que aproveitariam a segunda antes do carnaval. Eu claro que me recusei a ir e para a minha surpresa meu pais não insistiram.

Chegamos em casa, tomei meu banho e fui deitar para dormir. Eu não conseguia parar de pensar que eu estava namorando O Felipe. Eu estava fascinado e completamente apaixonado. Logo eu que nem imaginaria amando outro homem. Acreditava que um dia ia casar com a Yasmin e ia ter filhos. Como a vida muda. Mas eu também não podia evitar pensar no momento que o Lucas nos flagrou. A ameaça dele de contar a Laura. Esses pensamentos martelavam a minha cabeça ate eu cansar e dormir.
No domingo eu acordei e vi uma mensagem do Felipe no celular pedindo para ligar para ele. No mesmo instante eu liguei.
- Oi Lipe, tudo bom?
- tudo meu amor.
- amor?
- não estamos namorando? Então. Seguinte amor é pra você almoçar aqui hoje.
- como assim?
- seus pais passaram aqui e pediram pra minha mãe cuidar de você e pra eu ir dormir ai com você a noite. - disse ele com um sorriso malicioso.
- eita, meus pais entregaram o chapeuzinho pro lobo mau.
Ele soltou uma gargalhada alta.
- então amor, minha mãe ta pedindo pra você vir almoçar aqui.
- ta bom, vou me arrumar e descer pra ai. Beijos amor.
- aeeeee, me chamou de amor.
- seu bobo. Beijos amor.
- beijos meu amorzinho.
Tomei o meu banho, depois vesti uma bermuda jeans, camiseta gola V verde escura e um tênis. Fui ate o espelho do banheiro e ajeitei meu cabelo. Tomei banho do meu perfume Egeo. Tranquei a casa e fui para a casa do Felipe.
Era a primeira vez que eu ia à casa do Felipe. Confesso que eu tava com um frio na barriga. Geralmente eu sou muito tímido quando visito a casa dos outras pessoas e juntando com a aflição de encarar o Lucas, eu ficava mais tenso ainda. Parei em frente à casa dele, até pensei em voltar para trás e usar uma desculpa qualquer para recusar o convite, mas era tarde demais, pois a Laura abriu o portão bem na hora que eu ia voltar e me pegou no flagra.

- Thalles, entra menino. To preparando o nosso almoço. Os meninos estão na sala jogando vídeo game, pode ir lá. Eu vou ao mercado e já volto.
- quer companhia dona Laura?
- não precisa meu anjo, pode ir lá se divertir, pode ficar a vontade.
- ta bom.
Entrei na sala e vi os dois jogando need for speed. Felipe quando me viu logo se animou e saiu correndo me dar um abraço. Já o Lucas nos olhava com um olhar de reprovação e logo disparou.
- chegou o outro viadinho.
- cala a boca Lucas! - ordenou Felipe
- não calo, eu to na minha casa.
- vem comigo Thalles, deixa esse babaca ai.
Caminhamos até a cozinha. A casa do Felipe era grande, linda e ajeitada. Sem duvidas a Laura tem um bom gosto. O requinte da casa e o luxo dos moveis dava um ar sofisticado ao ambiente.
- seu irmão não digeriu a idéia mesmo né?
- passou o tempo todo me chamando de gay e dizendo que tem nojo de pessoas desse tipo.
- credo amor, não sabia que ele é tão homofóbico assim.
- nem eu amor. Às vezes ele até esquece que é meu irmão. Quase saímos na briga hoje mais cedo e ele quase contou pra mãe. O pior são as chantagens.
- chantagens?
- uhum, tipo: faz isso pra mim ou eu conto tudo pra mãe, faz aquilo ou eu conto pra mãe que ela tem um filhinho boiola.
- puxa mor, e agora?
- o jeito é ir levando Thalles.
Ficamos um tempo ali conversando até a Laura chegar. O dia passou normal, mas eu não agüentava mais ficar naquela casa e ver o Lucas nos olhando com ódio e ver as suas insinuações e chantagens. No final da tarde eu e o Felipe fomos para a minha casa. Ficamos a noite inteira namorando.
Em um momento nossos beijos começaram a ser mais intensos, nossos corpos esquentavam e o nosso grau de excitação aumentava. Começamos a tirar nossas camisas e os beijos só aumentavam, mas eu logo travei e assustado me afastei do Felipe.

- o que aconteceu Thalles? Não ta afim?
- não é isso Lipe, é que eu não sei.
- Thalles, por quê? Você não ta a fim de transar comigo?
- não é isso amor. Só que eu não to preparado.
- como assim?
- eu sou virgem Lipe.
Abaixei a minha cabeça e comecei a chorar de vergonha e medo do Felipe não gostar e terminar comigo.
- Thalles, olha pra mim - disse Felipe.
Em silencio eu olhei para ele com os olhos cheios de lagrimas.
- não precisa se desesperar amor. Eu entendo meu anjo. Não vamos fazer nada agora ta bom? nós só vamos fazer quando você estiver afim e eu te prometo que vai ser um momento especial e inesquecível, para nós dois ta bom?
Sem forças para falar, a única coisa que eu consegui dizer é, eu te amo, e logo dei um beijo gostoso para agradecer todo aquele carinho e compreensão.
O resto da noite passamos assistindo filmes e namorando muito. Na madrugada já estávamos com sono e resolvemos ir dormir. No primeiro andar ele me deu outro beijo, se despediu de mim e foi caminhando ate o quarto de hospedes.
- aonde você vai Lipe?
- para o quarto de hospedes.
- não vai dormir comigo? - eu disse com uma cara de menininho pidão.
- pedindo assim é claro que eu vou.
Entramos no meu quarto e o Felipe logo se sentou na minha cama.
- pode ficar a vontade Lipe.
- posso mesmo? - novamente ele estava com o famoso sorriso malicioso no rosto que me deixava mais excitado por ele.
- pode sim bobo.

Nesse momento Felipe tirou as suas roupas na minha frente, ficando apenas com uma cueca boxer preta. Sem me questionar eu também comecei a tirar a minha roupa e fiquei também apenas de cueca boxer vermelha.
- sabia que cueca vermelha é a minha favorita? Mas eu prefiro você sem ela. – disse Felipe.
Deitei-me ao seu lado e começamos a nos agarrar. Novamente eu quis me esquivar dele, mas dessa vez a tentativa foi em vão.
- Relaxa Thalles, não vamos fazer nada que você não queira. Mas se você se sentir mais seguro assim, pode ficar tranqüilo que hoje não precisa rolar a penetração. Mas claro que pode rolar algo bem legal, deixa comigo amor.

Vencido pela excitação, não disse nada, um ato que para o Felipe foi um sinal para seguir em frente. Ele começou a beijar meu pescoço e devagarzinho foi descendo pelo meu peitoral e depois pela minha barriga. Aquela sensação era uma delicia. Senti um arrepio pelo meu corpo quando Felipe chegou na minha virilha e aos poucos foi tirando a minha cueca com os dentes. Meu pau já estava latejando de tanto tesão e num movimento pulou para fora da cueca quando Felipe tirou um pouco da minha cueca. Felipe olhou para mim como se estivesse pedindo permissão, apenas fechei os meus olhos. Ele começou a chupar demoradamente a cabeça do meu pau e aos poucos ia colocando ele todo na boca. Aquela oral estava incrível e me deixava nas nuvens. Depois de um tempo senti o meu corpo estremecer avisando que eu ia gozar. Avisei a ele e ele logo tirou o meu pau da sua boca e começou a me masturbar até eu gozar. Depois dessa eu estava deitado e sem forças. Ficamos um tempo deitados e logo resolvemos tomar um banho. água do chuveiro estava quentinha do jeito que eu gosto. Eu e o Felipe estávamos tomando banho e notei que ele estava excitado de pau duro, sem perder tempo eu o coloquei contra a parede e fui beijando o seu corpo lentamente, e aos poucos fui descendo até chegar de frente ao pau dele. Fiquei um tempo parado pensando se eu realmente ia fazer aquilo, era a primeira vez que eu praticava sexo oral. Resolvi encarar e comecei a fazer uma oral nele. No começo eu estava sem jeito, mas o Felipe com o carinho dele sabia como me deixar à vontade. Não demorou muito e ele ia começar a gozar, eu rapidamente parei a oral e comecei a masturbá-lo ate fazê-lo gozar. Terminamos o nosso banho e depois fomos dormir felizes e juntinhos, agarradinhos a noite toda. Era muito bom dormir e acordar agarrado a ele, sentindo o calor do seu corpo.

Na segunda acordamos às onze da manhã. Acordei primeiro que ele e com um beijinho eu o acordei. Tomei o meu banho primeiro, pois o Felipe ainda estava com preguiça. Depois que sai do meu banho e fui ver meus e-mails e meu Orkut. Felipe com muito custo se levantou e foi tomar um banho. Apos sair do banho ele me beijou e juntos descemos pra tomar nosso café da manha que seria mais o nosso almoço. Como era véspera de feriado e meus pais não estavam em casa, minha mãe resolveu dar folga a Maria, e por esse motivo teríamos que nos virar com o almoço. Para mim não era nenhum problema, pois eu cozinhava muito bem, mas justo naquele dia eu estava com preguiça de cozinhar e ele também. Uma alegria tomou conta, depois que recebemos um telefonema da Laura dizendo que passaria em casa para nos buscar para almoçar numa churrascaria.
Depois de quarenta minutos a Laura chegava a casa e eu e o Felipe já estávamos prontos esperando. Lucas estava no banco de trás nos olhando feio. Entramos no carro e a Laura nos cumprimentava toda sorridente.

- oi meninos, como foi a noite?
- parece que foi bem né mãe. - disse Lucas irônico. Eu e o Felipe olhamos para ele assustados.
- por que você acha isso meu filho?
- ah mãe, os dois sozinhos na casa né mãe, deve ter rolado muita bagunça.
- claro que não. - disse Felipe a mãe dele, mas olhando pro Lucas. - apenas assistimos filmes e depois fomos dormir.
Chegamos à churrascaria e almoçamos normal. Quando estávamos na sobremesa, o celular do Felipe toca. Era o Raffael pedindo ajuda a nos dois para organizar a festa da noite. A Laura já aproveitou e nos deixou na casa do Raffael.
- ainda bem que vocês vieram cuidar dessa festa sozinho é foda mano.

Passamos a tarde inteira arrumando a casa e comprando as coisas para festa. No quintal, já tinha uma pista de dança improvisada e o DJ já testava os equipamentos. Tudo indicava que a festa ia ser o maior sucesso. Muitos amigos do colégio e conhecidos do Raffael estavam convidados. Passar o tempo todo do lado do Felipe e não agarrá-lo e beijá-lo muito para mim era uma tortura. Enquanto eu colocava as bebidas na geladeira, o Raffael foi conversar com o DJ e deixou eu e o Felipe a sós.
- Thalles, eu e o Raffa somos amigos há muito tempo, desde a infância, eu não consigo esconder dele o nosso namoro.
- mas você pretende contar pro Raffa hoje?
Nisso o Raffael surge na cozinha.
- contar para mim o que?
Felipe me olhou pedindo aprovação, eu apenas afirmei com a cabeça.
- Raffa, a gente precisa conversar. - disse Felipe
- vamos lá pra sala.
Fomos os três para a sala e lá Felipe começou a logo a falar.
- Raffa, nos somos melhores amigos há tanto tempo e ha algo que eu quero te contar. Não queria mais esconder isso de você. Eu to namorando.
- serio cara, que legal. Com quem?
Felipe olhou para mim e depois disse ao Raffael: - com o Thalles.
Raffa ficou mudo. Sua expressão era de quem não acreditava naquilo que ele ouvia. Eu estava quieto e com medo da reação dele, pois a ultima experiência com o Lucas não foi nada agradável. Do nada, Raffa da um pulo do sofá e começa a falar.

- vocês estão namorando? Que legal cara.
Dessa vez eu que me espantei e não me contive.
- então você não acha ruim?
- claro que não Thalles, eu não tenho preconceito. Além do mais eu e o Lipe somo amigos há muito tempo, e se ele acha que esse namoro é melhor pra ele, eu aprovo. Ainda mais sendo você o namorado, que considero também como um amigão. Vocês podem contar comigo sempre.

- desculpa não contar antes cara, eu tinha medo de dizer, mas eu não agüentava mais de vontade de contar.
- obrigado pela confiança. Eu preciso me acostumar com a idéia. Mas vamos ficar de boas e o casalzinho se esperta ai que temos mais coisas pra fazer.
Demos um longo abraço nós três e continuamos a arrumar a casa. Perto das seis da tarde, eu e o Felipe fomos para casa tomar um banho e nos arrumar para a festa de noite.
Depois de três horas já estávamos prontos e pegamos um taxi para voltar à casa do Raffa. No caminho esquecemos-nos da presença do taxista e começamos a nos beijar no banco de trás. Depois de um tempo, percebemos a nossa mancada e vimos que o motorista nos olhava pelo retrovisor serio. Depois da vergonha, apenas ficamos de mãos dadas e eu deitado no peitoral do Felipe até chegar na casa do Raffa. Ao pagar o motorista, notamos que ele estava com uma cara zangada.
Na casa já havia muita gente e logo na entrada fomos recepcionados pela Carol, a Isah, o Jefferson e o Vinicius.
- oi meus fofos, tudo bom? Disse Carol nos cumprimentando com os famosos três beijinhos. Isah também fez o mesmo ritual e os meninos cumprimentamos com um quase abraço.
Festejamos bastante e dançamos muito. Depois de um tempo dançando eu pisei em falso e machuquei meu pé. Eu e o Felipe fomos até a cozinha e pegamos um gelo e coloquei um pouco no meu pé.
- ta doendo muito amor?

- ta não Lipe, mas cuidado ao me chamar de amor, alguém pode escutar.
- vou te dar um beijinho para sarar.
- aqui melhor não Lipe, alguém pode ver.
- larga de ser medroso, não tem ninguém aqui perto.

Demos um beijo rápido, depois notei que meu pé começava a desinchar, então coloquei meu tênis novamente e voltamos para a festa. Encontramos a Carol e o Jefferson cansados e sentados afastados da pista de dança e fomos beber um pouco. Nessas horas o Raffa já estava alterado por causa da bebida e saia dançando pela casa toda e fazendo gracinhas, arrancando sorrisos de todos.
Algumas pessoas começavam a ir embora e outras prometiam ficar até o sol raiar. Depois de um tempo a Carol percebeu que não via a Isah e o Vini em lugar nenhum.
- gente, cadê a minha irmã?
- foi lá pra cima com o Vini - disse Jefferson apontando para a janela de um dos quarto da casa. Vamos também gatinha?
Sem dizer nada, Carol acompanhou Jefferson para dentro da casa e deixou eu o Felipe sozinhos. Não muito tempo depois aparece o Raffa com mais bebida para nós.
- o casal vai ficar ai sozinhos?
- ta bom por aqui Raffa, o pé do Thalles ta um pouco inchado e resolvemos ficar aqui um pouco, pode ir lá dançar, estamos de boa - disse Felipe.
- se quiserem, podem ir no meu quarto. - disse Raffa piscando para nós.
Começamos a gargalhar do jeito brincalhão dele e dos vários tropeços que ele deu, até voltar para a pista de dança.
- vai querer ir amor?
- melhor não né Lipe. Já estamos dando bandeira demais hoje.
Ficamos ali afastados dos demais apenas conversando e rindo. Algumas pessoas passavam por nós, parava e conversava um pouco, perguntava como eu tava e depois voltava pra pista de dança. Realmente a noite caminhava muito bem e todos estavam se divertindo. Isah e Vinicius já voltava para a festa e ficaram lá conversando com nós. Depois de um tempo, algo estranho aconteceu na pista de dança e percebemos que tava acontecendo uma briga ali. Algumas pessoas tentavam separar os brigões e outras incentivavam mais. Aproximamos-nos vimos o Raffa e outro convidado da festa jogados no chão dando socos e pontapés um no outro. Separamos eles e o Raffa logo ordenou.

- Todo mundo pra fora. Acabou a festa. Chega!
Muitos ainda reclamavam, mas aos poucos foram deixando o local, restando apenas eu, o Felipe, a Carol, o Jefferson, Vinicius, a Isabela e o Raffa. Depois do Raffa se acalmar veio os questionamentos.
- cara, o que aconteceu? Por que você tava brigando com aquele cara? - perguntou Jefferson.
- o filho da puta tava falando asneiras lá.
- o que ele tava dizendo? - perguntava Isabela.
- ele disse que viu O Felipe e o Thalles se beijando lá dentro da cozinha e começou a xingar eles de viadinhos.
Nisso todos olhavam pra mim e o Felipe.
- se beijando? - perguntava Carol para nós dois.
Todos esperavam uma resposta minha ou do Felipe.

 
- Thalles, vem fechar o portão – ordenou meu pai.
Eu e o Felipe acompanhamos meus pais e a Laura até o portão.
- comportem-se meninos. Thalles, qualquer coisa me liga.
- ta bom mãe.
Após saírem, tranquei o portão. Olhei para trás e vi Felipe com um sorrisinho malicioso no rosto.
- então quer dizer que estamos sozinhos? – dizia ele já com malicia.
-vai com calma Cowboy.
Entramos em casa e fomos direto para o meu quarto. Coloquei uma musica no PC e sentamos na cama para conversar.
-Lipe, por que você não me disse que a sua mãe era a sócia da minha?
- por que eu não sabia. Eu disse que vinha na sua casa que era aqui perto. Ela me ofereceu carona dizendo que viria pra essa região. Quando eu disse que era aqui a sua casa ela disse que era aqui a casa da sócia dela. Ai que fui descobrir.
- meu Deus que coincidência.
- mas diz ai, gostou da sua sogra?
- Sogra? - Fiquei mais branco do que eu já só na hora – como assim?
Felipe, agora envergonhado e olhando para baixo dizia.
- ah, achei que depois, você sabe, do beijo de ontem, nos poderíamos namorar.
- Lipe, eu gosto de você. Gostei muito daquele beijo.
Antes mesmo de eu continuar a falar, Felipe me roubou outro beijo. Dessa vez o beijo foi mais demorado, mais intenso e confesso, muito mais gostoso do que os beijos da Yasmin. Nossas línguas se encontravam e às vezes eu mordiscava os seus lábios, fazendo-o soltar vários suspiros. Como era maravilhoso aquele beijo. Depois de um tempo se beijando, paramos e começamos a olhar um ao outro. Pelo brilho do seu olhar, eu pude perceber que para ele, aquele beijo foi incrível também.

Sábado de manhã, acordei as 07h00min. Eu estava alegre e muito feliz. Acordei pensando no Felipe e no selinho roubado que ele me deu ontem. Levantei e fui tomar o meu banho matinal, depois coloquei uma bermuda e uma regata e fui tomar café. Meu pai que ainda não tinha saído pro trabalho, logo estranhou.
- de pé a essa hora?
-sim pai, quero aproveitar mais o meu dia.
- seus amigos vêm hoje?
- não sei talvez o Lipe. Mãe, você vai sair?
- sim, to esperando a Laura vir aqui pra irmos juntas na loja. Volto depois do almoço. Tem comida na geladeira, só esquentar.
Ao servir meu suco de laranja, escuto o interfone tocar, sai correndo pra ver quem era com a esperança de ser o Felipe. Meu coração disparou ao ouvir a voz dele, abri o portão e pedi para que ele entrasse.
- quem é filho?
- Lipe pai.
-chegou cedo pro café da manhã.
- Arthur, deixa o guri...
- to só brincando mulher.
Deixei os dois conversando e fui recepcionar o Felipe na porta da sala. Para a minha surpresa, ele estava acompanhado com uma linda mulher, aparentando uns 40 anos com corpão de 30. Logo notei que era a sua mãe, pois havia muitas semelhanças entre os dois. Ela é alta, branca, de cabelos pretos e olhos azuis. Muito bonita ela.
- Thalles, essa é a minha mãe, Laura.
Estendi a minha mão e a cumprimentei.
- Prazer Thalles. Você não me disse que tinha uma mãe muito bonita Lipe. Perai. A senhora não é a sócia da minha mãe?
- sou sim, tudo bom? Você também é muito bonito. A Cecília ta ai?
- ta sim. Entrem.
Andamos em direção a cozinha e logo avisei a minha mãe a presença da Laura.
- mãe, olha que ta aqui.
- Oi Laura, tudo bom? Toma café com a gente?
- não, já tomei em casa. Obrigada.
- mãe, a senhora sabia que ela é mãe do Lipe?
- eu sabia que ela tem dois filhos, mas não sabia que era o Felipe. E o seu outro filho Laura, não quis vir aqui ficar com os meninos?
- o Lucas resolveu dormir ate mais tarde.
- bom, o papo aqui ta bom, mas eu preciso ir trabalhar.
- também estamos indo Arthur. Vamos Laura?
- vamos sim.

- Thalles, vem fechar o portão – ordenou meu pai.
Eu e o Felipe acompanhamos meus pais e a Laura até o portão.
- comportem-se meninos. Thalles, qualquer coisa me liga.
- ta bom mãe.
Após saírem, tranquei o portão. Olhei para trás e vi Felipe com um sorrisinho malicioso no rosto.
- então quer dizer que estamos sozinhos? – dizia ele já com malicia.
-vai com calma Cowboy.
Entramos em casa e fomos direto para o meu quarto. Coloquei uma musica no PC e sentamos na cama para conversar.
-Lipe, por que você não me disse que a sua mãe era a sócia da minha?
- por que eu não sabia. Eu disse que vinha na sua casa que era aqui perto. Ela me ofereceu carona dizendo que viria pra essa região. Quando eu disse que era aqui a sua casa ela disse que era aqui a casa da sócia dela. Ai que fui descobrir.
- meu Deus que coincidência.
- mas diz ai, gostou da sua sogra?
- Sogra? - Fiquei mais branco do que eu já só na hora – como assim?
Felipe, agora envergonhado e olhando para baixo dizia.
- ah, achei que depois, você sabe, do beijo de ontem, nos poderíamos namorar.
- Lipe, eu gosto de você. Gostei muito daquele beijo.
Antes mesmo de eu continuar a falar, Felipe me roubou outro beijo. Dessa vez o beijo foi mais demorado, mais intenso e confesso, muito mais gostoso do que os beijos da Yasmin. Nossas línguas se encontravam e às vezes eu mordiscava os seus lábios, fazendo-o soltar vários suspiros. Como era maravilhoso aquele beijo. Depois de um tempo se beijando, paramos e começamos a olhar um ao outro. Pelo brilho do seu olhar, eu pude perceber que para ele, aquele beijo foi incrível também.

- o que você dizia Thalles?
- que esse foi o melhor beijo da minha vida.
- tem muito mais da onde saiu esse, é só você querer gatinho.
- Lipe, eu estou gostando muito de você, só não estou preparado ainda para namorar.
- relaxa Thalles, ninguém precisa ficar sabendo por enquanto. Nós só vamos namorar escondido. Ou você não quer?
- me da um tempo para pensar?
- entendo então você não gosta de mim, assim como eu gosto de você né?
- isso responde a sua pergunta?
Sem pensar, puxei-o e comecei a beijá-lo. Claro que ele estava surpreso com a minha atitude, eu também estava, mas no momento era aquilo que eu queria: sentir os lábios dele tocando os meus. Como beijar ele é tão bom.
- eu quero muito você Lipe. Só te peço paciência comigo gatinho.
- tudo bem Thalles, eu sei esperar.
Passamos o dia inteiro se beijando e conversando. Quanto mais tempo eu passava com ele, mais eu me apaixonava por ele. No final da tarde as nossas mães chegaram e ele foi embora com a mãe dele, mas passamos a noite conversando pelo MSN.
No domingo não podíamos nos encontrar, mas meu celular a cada dez minutos anunciava uma nova mensagem dele.
Na segunda, nos encontramos no colégio. Como era difícil olhar para o Felipe e não poder beijá-lo. Sentia pelo seu olhar que ele sentia o mesmo. No intervalo, estávamos reunidos na lanchonete do colégio, quando vejo um rapaz se aproximar e chamar o Felipe.
-Lipe, paga um refri pra mim?
Como em um coro, as gêmeas logo cumprimentaram o rapaz.
- Raffa. Como você está?
- oi meninas, eu estou ótimo e com muita saudade de vocês.
O rapaz cumprimentou o Jefferson e o Vinicius e depois olhou para mim. Felipe fez as apresentações.

- esse é o Thalles, grande amigo nosso, ta estudando com a gente. E Thalles, esse é o Raffael, amigão nosso, estudou com a gente bastante tempo. – nos cumprimentamos e Felipe continuou. – e você, por que sumiu Raffa?
- tava viajando com o meu pai Lipe. Mas agora estou aqui de novo, pena que não ficamos na mesma sala.

- a Velho, pede transferência. Nossa sala não tem muita gente mesmo. – sugeriu Vinicius.
- eu tentei mano, mas me disseram que não era possível, mas pediram pra mim aguardar alguns dias e tentar de novo.
Ficamos conversando um pouco e o Raffa pareceu ser uma pessoa legal. Brincalhão e extrovertido, mostrou que ninguém consegue ficar perto dele triste e desanimado. Ele realmente era a alegria do grupo. Depois de um tempo conversando, o sinal toca e todos vão para a sala, no caminho o Raffa da Idéia de fazer uma festa na casa dele na terça de carnaval que seria na próxima semana, claro que todos apoiaram.
A aula ocorreu bem, após o termino, nos despedimos e fui para o carro onde a minha mãe já aguardava. Chegamos em casa e minha mãe foi apresentar a Maria, nossa nova empregada. Conversei um pouco com a Maria enquanto ela terminava de arrumar as coisas pro nosso almoço. Almoçamos normal e o dia passou rápido, assim como a semana toda também passou.
Chegou o sábado. A loja da minha mãe e da mãe do Felipe ia inaugurar aquela noite, e por conta dos preparativos ela ia passar quase o dia inteiro fora. Acordei as nove da manhã e desci para tomar café. A Maria que já havia percebido que eu estava me aproximando, parou de lavar louça e foi ate a geladeira pegar o meu suco.
- bom dia senhor Thalles.
- bom dia Maria. Maria, pode me chamar só de Thalles.
- ta bom Thalles, quer mais alguma coisa?
- pode deixar, eu faço o resto. – ouvi um barulho de alguém tomando banho de piscina em casa. – tem alguém na piscina Maria?
- tem sim, meu filho Thiago, ele resolveu me acompanhar hoje. A uns dias ele vem dizendo que queria conhecer meu serviço, e como eu comentei que minha patroa tinha um filho, ele quis conhecer também. Sua mãe disse que ele podia tomar banho de piscina. Tudo bem né?

- claro. Ele pode ficar a vontade. Vou terminar de tomar meu café e quem sabe ate me animo também a tomar banho de piscina e faço companhia pra ele.
Tomei o meu café e fui até a área de lazer para conhecer o filho da Maria. Eu pensava que ele era uma criança ou um garoto mais novo, mas me surpreendi quando vi que aquele garoto devia ter a minha idade. Não vou negar que ele era lindo, um corpo escultural e perfeito. Ao me olhar, ele ficou com vergonha e foi se desculpando.
- desculpa, eu só tava tomando um pouco banho de piscina, mas já estou saindo.
- não precisa não, ta de boas. Meu nome é Thalles.
- opa, Thiago.
- fica a vontade ai, daqui a pouco eu vou descer pra tomar banho de piscina também.
- beleza, eu vou ficar por aqui.
Subi ate o meu quarto e liguei para o Felipe, eu já estava com saudades dele.
- oi Lipe, te acordei?
- não gatinho, acordei mais cedo hoje. Eu e meu irmão estamos dando uma geral na casa, a empregada ta doente e não veio ontem e nem hoje.
- então você não vai vir aqui hoje?
- não vai da Thalles, a tarde eu ainda tenho q sair com o meu irmão. Vamos comprar roupas novas pra inauguração hoje. Nos vemos lá?
- claro, não perco esse evento por nada. Lipe, lá eu queria te pedir uma coisa.
- o que?
- a noite conversamos. Beijos
- ta bom. Beijos.

Coloquei a minha sunga e fui tomar banho de piscina com o Thiago. Passamos a manhã inteira banhando e conversando. Thiago é ate interessante, gostava de conversar com ele. Eu não podia parar de reparar na beleza dele e no corpo bem definido dele. Mesmo assim, a imagem do Felipe não saia da minha cabeça. Esse sim realmente soube me dominar. Depois de um tempo ali, conversando, percebi que o Thiago me olhava de um jeito estranho. Pensei varias vezes que ele podia ter notado que eu o observava de um jeito diferente ou desconfiado de algo. Impressionante como nós ficamos paranóicos com essa desconfiança quando começamos a ficar com uma pessoa do mesmo sexo. Na nossa cabeça, parece que todos a nossa volta desconfiam. Antes de eu poder tirar a minha duvida em relação aos olhares do Thiago, a Maria surge na área de lazer o chamando para ir embora. Aos sábados ela trabalha somente até o meio dia.
Os dois foram embora e eu fui para o meu quarto. Larguei a toalha molhada no canto do quarto e fui para o meu banheiro tomar outro banho. Terminei, desci para almoçar. Quando eu estava terminando de almoçar, minha mãe chega toda alegre comentando os preparativos e como seria a noite. Conversamos um pouco e depois fui para o meu quarto e dormi quase a tarde inteira. Quando acordei, vi no meu celular sete mensagens do Felipe, cinco era ele curioso pra saber o que eu queria e duas dizendo que estava com saudades de mim.
Já era quase seis da tarde e eu resolvi tomar banho e me arrumar. A loja ia inaugurar as sete da noite e nos deveríamos estar la antes de ela inaugurar. Vesti uma calça jeans, uma camiseta gola V branca e um tênis. Tomei banho de perfume egeo – o meu favorito – e desci para encontrar meu pai que já estava na sala me esperando.
- eita, vai casar?
- quem sabe né pai. – revirei os meus olhos e arranquei sorrisos dele.
- vamos logo seu bobo, não quero me atrasar.
- cadê a mãe?
- já foi na frente com a Laura. Precisavam ir antes.

Saímos de casa e depois de vinte minutos chegamos à loja. Faltavam quinze minutos para a inauguração e já havia muita gente na frente esperando ela abrir. A loja é de roupas. Então, a maioria do publico alvo eram mulheres e havia muitos jornalistas para cobrir o evento. Sem duvida a loja seria um sucesso. Ao entrar, cumprimentamos a minha mãe e a Laura, e depois dei um longo abraço no Felipe, arrancando risos do irmão dele.
- o que você ta rindo pirralho? – disse Felipe em um tom bravo
- que cena mais gay.
- ah Lipe, isso é ciúmes. – pra não dar muito na cara, abracei o irmão dele também, arrancando risos dos nossos pais e do Felipe.
A inauguração ocorreu bem e a festa continuou. No meio da festa, eu chamei o Felipe para ir comigo a um lugar mais afastado. Saímos dali e fomos para uma pracinha que ficava ali perto e estava pouca iluminada e vazia. Felipe estava mais lindo ainda do que nos outros dias, ele estava de calça jeans e camiseta pólo vermelha que lhe caia muito bem. Realçava a sua beleza. Mas o que mais me encantava nele era o seu sorriso. Como um simples sorriso dele tinha o poder de me dar uma sensação incrível e me deixava cada vez mais apaixonado por ele. Chegando à pracinha, ele me deu um selinho rápido e sorriu mais uma vez pra mim.

- então Thalles, o que foi?
- calma ta com pressa? Não quer conversar comigo um pouco longe daquela bagunça?
- sim, claro. – ele já havia percebido que eu queria algo. – mas eu to curioso sobre aquele assunto. O que era?
- curte o momento rapaz.
Ficamos um tempo sentados em um banco e olhando um para o outro em silencio. Depois de um tempo, resolvi falar algo.
-Lipe, eu queria te pedir algo.
- sim, pode pedir.
- quer namorar comigo?
Felipe se surpreendeu com a minha pergunta, mas o espanto foi substituído por uma alegria incrível e radiante, que ele não se preocupava em esconder.
- claro que sim Thalles, é tudo o que eu mais quero.
Sem dizer mais nada começamos um novo e longo beijo. Esquecemos por um momento onde estávamos e do perigo que corríamos ali nos beijando. As poucas pessoas que passavam por nós, nos olhavam feio, mas como estávamos felizes demais, não nos preocupamos e continuamos nos beijando, mas uma voz conhecida nos assustou e nos separamos rapidamente.
- Felipe, o que é isso?

 
Aquele dia, após de deitar para relaxar depois do almoço, eu acordei as 16h00min. Impressionante como aquele primeiro dia de aula tinha me deixado mais disposto, mais feliz. Aquela magoa e rancor que eu alimentava todos os dias por causa da traição de Yasmin, agora perdia as forças e aos poucos sumiam num passado que eu já fazia questão de esquecer. Levantei-me e fui até a janela do meu quarto, que fica no primeiro andar da casa. Avistei o clima daquele fim de tarde, devido ao horário de verão, o sol demoraria um pouco para se retirar. Ao olhar para baixo, vi a piscina, com as suas águas limpas, me convidando para entrar nela. Tirei a minha roupa, e pelado, em frente ao espelho pensei – preciso voltar para a academia. – eu tinha o corpo definido e malhado, mas desde o final do ano passado que eu não ia a academia, ou seja, três meses de sedentarismo, e um sinal de barriguinha começava a aparecer. Fui ao guarda roupa, vesti a minha sunga e com a toalha no meu ombro desci para a piscina. Ao passar pela cozinha, notei que a minha mãe fazia um bolo.
- filho, antes de você tomar banho, vai no mercado pra mãe?
- ah mãe, precisa ser agora?
- sim, eu quero fazer um bolo que vi receita nova, mas acabou o leite.
- mas mãe...
- larga de preguiça, o mercado fica a duas quadras daqui,vai rapidinho depois você toma banho.
Voltei ao meu quarto, vesti um short jeans, uma regata branca e um tênis e fui ao supermercado. Aproveitaria que já estava lá para comprar chocolates. Adoro chocolate. Enquanto estava com duas barras na minha mão, decidindo qual das duas eu levaria, escutei alguém atrás de mim puxando conversa.
- assim você vai engordar.
- Felipe?! – eu já não conseguia conter o meu espanto e meu sorriso – pode ficar tranqüilo, depois eu me mato na academia...
- mora aqui perto Thalles?
- moro a duas quadras daqui e você?
- quase aqui na frente do supermercado.

Aquele dia, após de deitar para relaxar depois do almoço, eu acordei as 16h00min. Impressionante como aquele primeiro dia de aula tinha me deixado mais disposto, mais feliz. Aquela magoa e rancor que eu alimentava todos os dias por causa da traição de Yasmin, agora perdia as forças e aos poucos sumiam num passado que eu já fazia questão de esquecer. Levantei-me e fui até a janela do meu quarto, que fica no primeiro andar da casa. Avistei o clima daquele fim de tarde, devido ao horário de verão, o sol demoraria um pouco para se retirar. Ao olhar para baixo, vi a piscina, com as suas águas limpas, me convidando para entrar nela. Tirei a minha roupa, e pelado, em frente ao espelho pensei – preciso voltar para a academia. – eu tinha o corpo definido e malhado, mas desde o final do ano passado que eu não ia a academia, ou seja, três meses de sedentarismo, e um sinal de barriguinha começava a aparecer. Fui ao guarda roupa, vesti a minha sunga e com a toalha no meu ombro desci para a piscina. Ao passar pela cozinha, notei que a minha mãe fazia um bolo.
- filho, antes de você tomar banho, vai no mercado pra mãe?
- ah mãe, precisa ser agora?
- sim, eu quero fazer um bolo que vi receita nova, mas acabou o leite.
- mas mãe...
- larga de preguiça, o mercado fica a duas quadras daqui,vai rapidinho depois você toma banho.
Voltei ao meu quarto, vesti um short jeans, uma regata branca e um tênis e fui ao supermercado. Aproveitaria que já estava lá para comprar chocolates. Adoro chocolate. Enquanto estava com duas barras na minha mão, decidindo qual das duas eu levaria, escutei alguém atrás de mim puxando conversa.
- assim você vai engordar.
- Felipe?! – eu já não conseguia conter o meu espanto e meu sorriso – pode ficar tranqüilo, depois eu me mato na academia...
- mora aqui perto Thalles?
- moro a duas quadras daqui e você?
- quase aqui na frente do supermercado.

- ah, legal. Bom conhecer alguém jovem aqui por perto, quase não tenho vizinhos.
- agora tem um amigo. Qualquer dia desses eu passo na sua casa pra gente conversar.
- não quer ir la agora? Pra gente conversar...
- não vai dar, eu tenho que ajudar a minha mãe. Ela ta montando uma loja de roupas e eu to ajudando ela a terminar de organizar.
- tudo bem, fica para a próxima – eu disse já com um sorriso sem graça.
Já estávamos no caixa, chegou a vez dele. Passou as suas compras e após pega-las, ele olhou pra mim e se despediu.
- nos vemos amanhã na escola?
- sim, amanhã eu estarei lá.
Fiquei pensando na frustração que eu senti quando ele recusou meu convite. Será que eu fui muito apressado em já o chamar ele pra ir na minha casa e ele estranhou esse convite, ou será mesmo que ele ia ajudar a mãe dele? Será que ele desconfiou que eu estava afim dele? Logo uma duvida maior ainda tomou conta de mim. Eu estou afim dele? Meus pensamentos só se cessaram quando percebi que já estava em frente ao portão de casa. Preferi não pensar mais nisso, apenas entreguei o leite para a minha mãe e fui tomar banho de piscina. Sai da piscina já era a noite, com os gritos da minha mãe mandando eu tomar banho para ir jantar. Meu pai estava chegando do trabalho com um sorriso no rosto.
- já inaugurou a piscina?
- sim, mas falta companhia.
- logo ela vai ta cheia de amigos seus que eu sei.

Não pude evitar a lembrança do Felipe recusando o meu convite e a duvida logo começou a tomar conta de mim novamente. Entrei calado pra dentro de casa e fui direto pro meu quarto. Tomei meu banho, desci para a cozinha e eu e meus pais jantamos normalmente. Meu pai contava como foi o serviço dele e minha mãe nos informou que uma amiga, que ta abrindo uma loja de roupas para festas a chamou para fazer sociedade. Logo meu pai decidiu que estava na hora de contratar uma empregada. Após o jantar, subi para o meu quarto e liguei o meu computador. Fiz a seqüência MSN – Orkut – Windows media player. Enquanto escutava as minhas musicas preferidas, fui mexer no meu Orkut. La tinha convite dos meus novos amigos: Carol, Isa, Jefferson, Vinicius e é claro, do Felipe. O que me chamou mais a atenção foi o depoimento que recebi do Felipe com o MSN dele. Não demorei muito e já o adicionei e em menos de cinco minutos ele já estava online.
- Oie Thalles, tudo bom?
- tudo e você?
- estou bem também. Acabei de chegar do centro com a minha mãe.
- ah, legal. Muita correria lá?
- sim, da muito trabalho. Lembra que a tarde você me chamou pra ir ai na sua casa?
- sim. – nesse momento meu coração começou a disparar.
- então, posso ir ai agora? Pra gente conversar mais de boas.
- claro, desce aqui, vou te esperar.
Fechei meu MSN, desliguei o meu PC e fui esperar ele no portão. Depois de dez minutos ele aparece.
- entra ai Felipe.
Apresentei Felipe aos meus pais e logo fomos sentar em umas espreguiçadeiras em frente a piscina. Aquela noite, apesar do calor, o clima estava ótimo para ficar la fora conversando. Ele me contava coisas sobre o colégio, me falava mais sobre os nossos amigos e um pouco sobre ele. Eu estava adorando a conversa e a cada minuto que olhava nos seus olhos eu me sentia hipnotizado com seu olhar e a sua beleza. Mas como tudo que é bom dura pouco, nossa conversa foi atrapalhada pelo meu pai.

- meninos, eu sei que a conversa ai ta legal, mas já esta tarde filho e amanhã os dois tem que estar cedo na aula.
Felipe se despediu dos meus pais e fomos os dois caminhando até o portão. Combinamos de nos encontrar amanhã no colégio e ele veio se despedir de mim. Mas diferente das outras vezes, ao invés de um aperto de mão, ele me deu um longo abraço seguido de um lindo sorriso.
- então até amanhã né Thalles.
- até amanhã Felipe.
- pode me chamar de Lipe, já somos amigos.
Acenei com a cabeça e depois vi ele indo embora. Subi para o meu quarto e depois de outro longo banho, eu fui deitar para dormir. Antes de pegar no sono, eu pensava em como foi o meu dia. Não acreditava que apenas no meu primeiro dia de aula eu já tinha arrumado amigos e ficava mais feliz ainda quando eu se lembrava do Felipe e a conversa legal que tive com ele essa noite. De repente senti o meu corpo arrepiar ao lembrar-se do gostoso abraço dele. Assim adormeci feliz.
Assim os dias foram passando e a minha amizade com meus amigos ia só aumentando. Felipe já ia todos os dias na minha casa e nos tornamos grandes amigos inseparáveis. Claro que a nossa intimidade também aumentava e a cada dia eu me sentia mais atraído por ele. Na sexta, depois da aula, combinamos todos de ir la pra minha casa tomar banho de piscina e conversar. Meu pai estava trabalhando e minha mãe na loja ajudando a nova sócia dela a organizar a loja para a inauguração, e a empregada só começava na segunda feira, Ou seja, a casa tava liberada.
Conversa vai, conversa vem, depois de um tempo banhando e conversando, os dois casais já estavam do outro lado da piscina se agarrando. Sai da piscina e olhei em direção ao Felipe.
- Lipe, vou até a cozinha beber alguma coisa que não seja água de piscina.
- eu também vou – disse Felipe aos risos.
Chegando na cozinha, vi que o Felipe estava silencioso, com a cabeça baixa, como se estivesse querendo me contar algo, mas estava com medo de dizer. Resolvi quebrar aquele silencio.

- o que foi? Quer dizer alguma coisa?
- acho que sim, só não sei como.
- pode falar, somos amigos, pode contar comigo.
- Thalles, você já teve algum amigo gay?
Aquela pergunta me pegou de surpresa.
- não. Mas também não tenho nada contra. Por quê?
- eu sempre gostei de mulher, mas há uns dias eu venho notado que estou sentindo atração por um rapaz. Na verdade, comecei a sentir isso depois que te conheci, desde o primeiro dia de aula. Não sei explicar ao certo o que eu estou sentindo, só sei que eu não consigo mais te esquecer. Toda hora eu fico pensando em você. Acho que eu estou apaixonado por ti.
A todo momento quando ele me revelava aquilo, ele não tinha coragem de me olhar nos olhos, sua cabeça estava baixa e eu sentia que ele estava com muito medo. Eu não estava acreditando no que eu estava escutando, um misto de felicidade e medo tomava conta de mim. Eu estava paralisado, não sabia o que dizer, pra mim tudo aquilo era novo, embora eu estava sentindo a mesma coisa que o Felipe disse para mim, eu estava sem saber o que fazer.
- me desculpa Thalles, não devia ter dito essas coisas, não me leve a mal, é melhor eu ir embora.
- espera Lipe. Não vai embora, eu , eu – comecei a gaguejar e fui salvo pelo Jefferson que entrava distraído pela porta da cozinha.
- ah vocês estão ai dentro, vim pegar água pra meninas Thalles, posso?

- cla, claro, pode pegar ai na geladeira, os copos estão na primeira porta ai do armário.
- o que vocês estão fazendo aqui? Não vão voltar?
- Claro, vamos sim. Vamos Lipe? – eu disse querendo fugir um pouco daquele assunto.
- vamos sim. – disse Felipe com a voz um pouco triste.

O resto da tarde foi um pouco foi normal. Alguns momentos estávamos alegres, rindo muito das palhaçadas do Jefferson e da voz desafinada do Vinicius tentando cantar as musicas em inglês que estávamos escutando. Alguns momentos também o silencio predominava. Ao olhar para Felipe, vi que ele me observava muito como se tentasse ler meus pensamentos que era obvio de deduzir. Não conseguia em nenhum momento esquecer aquelas palavras dele. No começo da noite todos estavam indo embora, ficando apenas eu e o Felipe, mas ele logo se apressou para ir embora também.
- é, então eu vou embora – disse Felipe com a cabeça baixa caminhando em direção a rua.
- espera Lipe. – ele me olhou assustado. – não sei exatamente como dizer. Não vou negar que ultimamente eu estou sentindo a mesma coisa por você. – logo um sorriso brotou nos lábios dele – mas Lipe, isso pra mim ainda é novo e eu estou com medo, não sei o que eu estou sentindo.
- isso é algo que podemos descobrir juntos Thalles.
- pode ser que sim. Não sei. Mas me da um tempo para dissolver esse sentimento, acho que vai ser melhor para os dois.
- concordo. Eu espero o tempo que for.
- então até amanhã né?
- amanhã é sábado, não tem aula Thalles.
- eu sei disso – disse com um sorriso no rosto.
- então até amanhã, disse Felipe chegando ate perto de mim, achei que ele ia me dar um abraço, mas para a minha surpresa, ele me roubou um selinho e foi embora todo sorridente e eu fiquei todo bobo e feliz encostado no portão vendo ele se afastar.

 
A aula terminou e depois de despedir dos meus novos amigos, avistei do outro lado da rua o carro da minha mãe. Ela estava lá me esperando e com aquele sorrisinho dela que eu conhecia bem.
- pelo jeito fez novas amizades né?
- fiz sim mãe. São pessoas super legais.
Em casa almocei com a minha mãe e meu pai e fui deitar. Cheguei no meu quarto, tranquei a porta, liguei o PC e coloquei musica. Deitei na minha cama e comecei a lembrar do meu primeiro dia de aula. Como era de se esperar, logo Felipe tomou conta dos meus pensamentos. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Eu não podia estar apaixonado por aquele garoto. Devia estar apenas impressionado com a beleza daquele garoto. Só isso. Eu tinha que tirar aquela loucura da minha cabeça. Tentativas em vão. Adormeci com aqueles pensamentos.

                                        

Bom, meu nome é Thalles, tenho 16 anos, sou loiro, olhos verdes, 1,75 de altura e moro em Dourados – MS com meus pais. Meu pai trabalha de vendedor de carros em uma concessionária de grande marca. Minha mãe trabalha fazendo vestidos para festa, em casa enquanto cuida dos afazeres do lar. Sou filho único, porem a falta de um irmão não me faz muita diferença, pois estou sempre rodeado de amigos, em especial o Gabriel, que para mim é considerado como um irmão, e tenho uma namorada chamada Yasmin, na qual passo junto a maior parte de meu tempo livre.
Levo uma vida considerável normal para um garoto da minha idade. Eu estudo, namoro, jogo basquete, adoro escutar musicas e assistir filmes.
Estávamos na ultima semana de janeiro e eu voltava de férias da casa da minha tia em santa Maria – RS. Longe desde o natal, eu sentia muita saudade dos meus pais, amigos e em especial a minha namorada. Quando cheguei ao aeroporto de Campo Grande, peguei um taxi e fui para a rodoviária para pegar o ônibus para Dourados. No caminho, liguei para Yasmin para matar um pouco da saudade.

- oi amor
-oi Thalles, já chegou?
- ainda não, estou em Campo Grande esperando o ônibus para ir pra ai. Vou chegar por volta das sete da noite.
- quer que eu peça pro meu pai para ele te buscar na rodoviária?
- não precisa amor, meu pai vai sair do serviço e vai me buscar.
- ta bom, você vai vir me ver hoje. Preciso conversar com você.
- é claro, to morrendo de saudades de você. Amor, o ônibus ta chegando, tenho que ir.
- beijos. Boa viagem.
- obrigado. Beijos! Te amo!

A viagem seguiu normal. O caminho todo eu pensava nas minhas férias e na ansiedade que eu tava para chegar e encontrar com a minha namorada. Depois de quatro horas cheguei na cidade e logo liguei para o meu pai. Depois de 10 minutos meu pai chega.
- meu filho, saudades de você. Como foi a viagem?
- cansativo pai, mas valeu à pena. Todos mandaram lembranças. Confesso que queria vir logo pra casa, tava com saudades demais de vocês e da Yasmin.

- ela sumiu por esses dias, não foi em casa nenhuma vez.
- estranho, mesmo eu não estando em casa ela sempre vai visitar vocês. Chegando em casa eu vou tomar um banho e vou na casa dela.
- vai depois do jantar. Há um assunto que eu quero conversar com você e sua mãe.
- alguma coisa seria?
- no jantar conversamos.
Chegamos em casa e logo fui amassado pelos abraços e carinhos da minha mãe. Parecia que eu tinha ficado um ano fora, nos seus olhos um brilho brotava junto a uma lagrima que caia.
- deixa o menino respirar mulher.
- me deixa Arthur, quero matar a saudade do meu filhinho querido.
- calma mãe, to aqui já – dizia eu com sorrisos
Todos riram. Tomei meu banho e fiquei vendo a minha mãe terminar o jantar. Eu estava ansioso para o meu pai contar logo a noticia e me liberar para ir pra casa da Yasmin. Depois de alguns longos minutos, o jantar finalmente saiu e assim que terminou tratei de apressar meu pai.
- pai, conta a novidade logo.
- calma apressado, vou contar. Fui chamado hoje pelo dono da empresa e ele me ofereceu o cargo de gerente geral da empresa.
- nossa pai, que legal. – eu realmente estava feliz por ele, afinal era o cargo mais importante, perdia apenas para o dono da empresa.
- mas tem um porém, esse cargo é para mim ocupar na nossa filial em Campo Grande. Isso significa que teremos que nos mudar logo.
- mas pai, como eu fico? Meus amigos, a Yasmin?
- você poderá vir visitá-los sempre e tenho certeza que você arrumará amigos novos lá. Não posso desperdiçar essa chance. O cargo é ótimo e o ganho vai ser maior ainda.
- amanhã vou à escola pedir a sua transferência. – eu já podia notar que minha mãe estava alegre com a noticia, mas o medo de me ver sofrer fez ela se controlar.

Sai da mesa e fui pro meu quarto e comecei a chorar. Não queria me mudar, não queria abandonar meus amigos e principalmente, não queria ficar longe da minha namorada. Eu estava sem animo e não queria conversar com ninguém, até me esqueci que ia à casa da Yasmin. Depois de tanto chorar eu adormeci. No outro dia, acordei disposto a abandonar tudo e ficar aqui, para não ficar longe da pessoa que eu amo. Me arrumei e fui para a casa da Yasmin. A casa dela era um pouco longe da minha, fiquei uns 40 minutos dentro do ônibus até chegar lá. No caminho eu pensava em como eu daria a noticia a ela. Ao chegar logo a chamei, e ela saia da sala da casa dela para abrir o portão pra mim. Notei que ela estava com uma expressão séria, mas com um olhar de tristeza. Como eu já a conhecia bem, eu sabia que ela estava tentando me dizer algo que não ia me agradar.
- nossa amor, tava morrendo de saudades, desculpa não vir aqui ontem a noite, mas aconteceram alguns problemas em casa. – ela estava imóvel em frente ao portão, muda e aquela expressão no rosto que só tendia a piorar- Não mereço nenhum beijo? Ta acontecendo alguma coisa?
- Thalles, a gente precisa conversar.
Quando olho em direção a porta da sala, vejo o Gabriel parado nos observando. Ao notar que eu já tinha visto ele, ele veio caminhando em nossa direção, com a cabeça baixa, com medo de me olhar nos olhos.
- credo, eu passo um mês fora e quando volto vocês estão estranhos. O que ta acontecendo? Morreu alguém?
- Thalles – senti a Yasmin suspirar um pouco antes de falar. - eu quero terminar o nosso namoro.
- o que? Mas por quê? – confesso que fui pego de surpresa.

- há um tempo eu e o Gabriel estava afim um do outro, mas em respeito a você nunca fizemos nada. Até o ano novo. Na virada do ano, resolvemos fazer uma festa aqui em casa e convidamos todos os nossos amigos. No meio da festa acabamos ficando e desde esse dia nos encontramos todos os dias. Não queria que fosse assim Thalles, mas quem consegue mandar no coração né? Juro que eu não queria te enganar, mas a atração foi mais forte. Me desculpa?
As palavras dela entravam como facas em meu coração. É difícil demonstrar a sensação que senti quando soube que fui duplamente traído, pela minha namorada e meu melhor amigo. A sorte deles era que eu não andava armado, pois naquela situação, a desgraça em minha vida começava ali, dois mortos e um novo presidiário... Hehehehe. Podia não ter uma arma, mas meu olhar fuzilava os dois ali mesmo. Com um pouco de coragem que ainda me restava de ficar ali, olhei para o Gabriel e comecei a falar:
- achei que éramos irmãos. Sempre confiei em você, nos dois, e você me trai assim do nada. – meu corpo começou a tremer de raiva e um ódio começou a tomar conta de mim. – PORRA, VOCÊS ACABARAM COMIGO.
- desculpa cara... – Gabriel já me olhava com lagrimas caindo de seus olhos.
- CALA A BOCA. – parei, respirei um pouco e com mais calma comecei a falar – não quero mais saber de vocês dois na minha vida, agora tenho uma noticia boa para os dois, eu vou sumir daqui e vocês poderão viver a vida de vocês a vontade. Agora poderão se fuder sozinhos.
Sai e fui andando em direção ao ponto de ônibus, na metade do caminho senti uma mão em cima de meu ombro.
- espera Thalles, por favor, mano, me perdoa? – Gabriel já chorava muito.
- perdoar? Você tem noção do que me fez? Isso não tem perdão. Se ainda tem respeito pela amizade que um dia tivemos, o que eu acho difícil, some da minha vida. Não conversa mais comigo. Volta lá pra ela, os dois se merecem.

Deixei Gabriel paralisado lá no meio da rua e continuei meu caminho até o ponto de ônibus. Depois de um longo caminho, cheguei em casa e topei logo com o meu pai, que esperto como sempre, logo notou a minha cara de tristeza.
- filho, eu sei que é difícil o que você ta passando, por isso eu conversei com a sua mãe e decidimos que se você quiser, pode ficar aqui morando com a sua avó e nos visitar assim que quiser.
- não pai, eu quero ir junto sim, só me faz um favor. Ajeita essa mudança logo.
- aconteceu alguma coisa?
- digamos que não tenho mais motivos para estar aqui.
Logo os dias passarão, minha tristeza só aumentava. Duas semanas depois estávamos descarregando os moveis na casa nova, na cidade nova, na vida nova. Apesar da sensação de tudo novo, eu não podia imaginar que logo a minha vida iria mudar completamente. O final de semana foi corrido, nunca pensei que mudança era tão cansativo assim. Já era a noite de domingo e após organizar algumas coisas resolvi dar uma volta para conhecer o bairro. A casa ficava em uma área central, então pude notar que ali havia poucas casas e muito mais escritórios. O local era silencioso, calmo e para a minha infelicidade, poucos jovens.
-é só me resta a escola amanhã mesmo. – pensei um pouco.
Fui para a minha casa descansar depois de mais um dia longo e cansativo. No dia seguinte, acordei as 06h00min da manhã e fui direto pro meu banheiro tomar banho. Depois de uns 20 minutos eu saio e fui me arrumar para o meu primeiro dia de aula. Escolhi minha calça jeans escura, minha pólo branca e um tênis branco. Voltei ao banheiro, penteei meu cabelo e depois o baguncei um pouco – pronto assim ta melhor. – e voltei ao meu guarda roupa. Passei meu perfume Egeo e desci para tomar meu café.
Meu pai já estava pronto e me aguardando para levar a escola.
- vamos que você vai se atrasar, você entra as sete.
- eu sei pai. – tomei meu café e logo o apressei com um tom sarcástico. – vamos pai, vai querer me fazer chegar atrasado na escola?
- olha o respeito rapaz.

Dei um beijo na minha mãe que só ria das minhas brincadeiras e fui esperar meu pai tirar o carro da garagem. No caminho eu estava pensativo. Como seria meu primeiro dia de aula? Será que eu faria amigos novos? Afinal, as aulas já tinham começado há uma semana e eu odiava ser o centro das atenções. Duvidas e mais duvidas pensamentos que foram quebrados com a voz do meu pai quase gritando.
- vamos Thalles, não posso ficar aqui o tempo todo atrapalhando o transito. Pega as suas coisas e desce.
- Obrigado simpatia... Hehehehe.
Cheguei faltando dez minutos para o começo da aula. Aquele colégio era enorme. Muitas salas e eu perdido tentando achar a minha. Depois de um tempo andando pelo colégio todo, tropecei e esbarrei em uma moça.
- desculpa moça, tava distraído...
- procurando algo?
- sim, a minha sala.
- qual é?
- 3° B
- bem vindo a minha sala, vem comigo. Eu sou Caroline, mas pode me chamar de Carol. E você?
- Thalles.
Fiquei olhando aquela garota, ela era linda, branca, cabelos castanhos e olhos verdes. Uma simpatia incrível. No meio do caminho, eu olho para o lado e vejo uma copia dela, um clone vindo em nossa direção, e antes mesmo de eu falar, ela logo diz com um sorriso no rosto:
- sim somos gêmeas, essa é a minha irmã Isabela.

As cumprimentei e logo seguimos os três em direção a sala. Ao entrar as duas já me arrastaram onde elas se sentam e me apresentaram seus namorados que também eram da mesma sala e estavam ali as esperando. Caroline começou as apresentações.
- esse é o Jefferson, meu namorado e esse é o Vinicius, meu cunhadinho, namorado da Isabela. E pessoal esse é o Thalles, vai estudar aqui com a gente.

Apresentações a parte. Começamos a conversar antes de começar a aula, já que o professor estava atrasado. Eu dizia a eles de onde eu era, por que tinha me mudado, essas coisas... mas nossa conversa foi interrompida com a chegada apressada do professor que já nos mandava sentar e começava a passar matéria. Logo a matéria que eu sempre detestei: física. Depois de uns 15 minutos, bate um aluno na porta, o professor com o seu mau humor evidente, pausa a sua aula e vai abrir a porta para o aluno entrar.
- atrasado de novo senhor Felipe.
- desculpa professor, culpa do transito – e logo o rapaz foi entrando sem dar muita atenção ao professor.



Meus olhos não paravam de observá-lo. Ele era lindo. Sua pele branca, cabelos castanhos claros e um olho verde de dar inveja a qualquer um, até a mim que já tenho olhos verdes também. Mas o que mais me chamava a atenção era o seu olhar penetrante, que naquele momento já estavam de encontro ao meu. Ficamos nos observando por algum tempo. Ele parou ao meu lado, cumprimentou as gêmeas e seus namorados e logo estendeu a mão para mim.
- prazer, Felipe.
- prazer, Thalles.
Passamos a aula inteira estudando e no intervalo ficamos conversando. Admirei-me por fazer amizade tão rápida, afinal sempre fui tímido. Mas uma coisa eu ainda achava estranho. A imagem do Felipe não saia da minha cabeça. Ao pensar nele uma sensação tomava conta de mim. Sensação essa que só senti no dia em que eu conheci a Yasmin. Ao lembrar-se dela, sentia que eu não tinha mais tristeza e que ela não passava de uma lembrança do passado. Estranhei mais ainda o fato de eu esquecer ela assim tão rápido. Mais uma vez a imagem de Felipe não saia da minha cabeça. Por que eu o achava tão lindo?

A aula terminou e depois de despedir dos meus novos amigos, avistei do outro lado da rua o carro da minha mãe. Ela estava lá me esperando e com aquele sorrisinho dela que eu conhecia bem.
- pelo jeito fez novas amizades né?
- fiz sim mãe. São pessoas super legais.
Em casa almocei com a minha mãe e meu pai e fui deitar. Cheguei no meu quarto, tranquei a porta, liguei o PC e coloquei musica. Deitei na minha cama e comecei a lembrar do meu primeiro dia de aula. Como era de se esperar, logo Felipe tomou conta dos meus pensamentos. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Eu não podia estar apaixonado por aquele garoto. Devia estar apenas impressionado com a beleza daquele garoto. Só isso. Eu tinha que tirar aquela loucura da minha cabeça. Tentativas em vão. Adormeci com aqueles pensamentos.